MMX, BRF e imobiliárias disparam; Vigor sobe 18% com compra da Itambé

Ações de Suzano e Fibria sobem forte após aumento do preço da celulose no exterior; na outra ponta, Sabesp cai com adiamento de revisão tarifária

Rodrigo Tolotti

Igarape, 05 de novembro de 2011Imagens aereas das minas de minerio de ferro Tico Tico e Ipe, da empresa MMX, no complexo Serra Azul.Foto: Bruno Magalhaes / Nitro
Igarape, 05 de novembro de 2011Imagens aereas das minas de minerio de ferro Tico Tico e Ipe, da empresa MMX, no complexo Serra Azul.Foto: Bruno Magalhaes / Nitro

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SÃO PAULO – Após 7 sessões consecutivas de queda, o Ibovespa voltou a fechar em alta nesta sexta-feira (22). O pregão ficou marcado pela volatilidade das ações da OGX Petróleo (OGXP3), que chegaram a subir 8,89% pela manhã, inverter o sinal no começo da tarde e alternar entre perdas e ganhos até o final do dia, terminando com leve queda de 0,28%, a R$ 3,59.

A influência da ação sobre o Ibovespa se dá pela grande participação dela no índice – com 5%, ela tem a terceira maior participação entre todas as ações do benchmark. Na véspera, a ação da OGX Petróleo saltou quase 12% no final do pregão ante rumores de venda de parte da empresa para a Petronas. Acompanhando o movimento, outra empresa do setor, a HRT (HRTP3) também teve forte alta nesta sessão, fechando com valorização de 4,17%, indo para R$ 3,75.

Vale destacar que as ações da OSX Brasil (OSXB3) também tiveram uma forte alta durante o leilão de encerramento do pregão na véspera, fechando com avanço de 5,41%, aos R$ 7,01. Porém, nesta sessão os papéis não acompanharam a OGX e encerraram com recuo de 1,85%, valendo R$ 6,88.

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Entre as outras empresas do grupo EBX, do empresário Eike Batista, a MMX Mineração (MMXM3) avançou 5,94%, para R$ 3,39, enquanto a LLX Logística (LLXL3) subiu 3,61%, fechando em R$ 2,01. Já a MPX Energia (MPXE3) fechou quase estável a R$ 10,05, com leve queda de 0,40%. Por fim, a CCX Carvão (CCXC3) valorizou 1,39%, encerrando a sessão valendo R$ 3,65 por ação.

Imobiliárias tem dia positivo
Após um momento de queda, seguindo o Ibovespa, os papéis das empresas imobiliárias registraram um dia de alta nesta sessão. Ações de companhias imobiliárias são consideradas mais arriscadas e por isso tendem a ser as primeiras a seguir o humor do mercado.

Com o mercado voltando a ficar mais otimista, e o índice consequentemente registrando alta, as ações destas companhias tiveram forte alta no dia. A Gafisa (GFSA3) liderou o setor e subiu 8,44%, para R$ 4,24, seguida pela Cyrela (CYRE3), que fechou a R$ 16,87, valorizando 2,24%.

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Brookfield (BISA3), PDG Realty (PDGR3) e MRV Engenharia (MRVE3) também tiveram um dia positivo no índice. As ações destas empresas fecharam com altas de 6,08%, 2,67% e 1,79%, respectivamente, cotadas a R$ 3,14, R$ 3,08 e R$ 11,94.

BRF tem maior alta em 18 meses após indicação de Abilio
Outro papel que ganhou destaque na bolsa foi o da BRF (BRFS3), que fechou com alta de 5,08%, a R$ 43,61, no pregão seguinte à indicação de Abilio Diniz ao conselho da empresa. Essa é a maior alta de BRFS3 na bolsa desde 9 de agosto de 2011.

O atual conselho da empresa aprovou por maioria um novo quadro de conselheiros. Além de Diniz na presidência, a proposta é incluir Sérgio Rosa como vice-presidente e Carlos Fernando Costa no quadro. Rosa é indicado pela Previ e Costa pela Petros. Esses são os dois principais acionistas individuais da BRF, segundo dados do final de 2012, disponíveis na BM&FBovespa. A Previ detém 12,2% de participação e a Petros possui 11,3%.

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Para a equipe do Itaú BBA, a definição destes novos membros é positiva, já que reduz o risco de desacordo entre os principais acionistas da BRF e indica uma visão mais concreta de longo prazo, favorecendo a implantação da estratégia.

Suzano e Fibria avançam com aumento de preço da celulose
Também chama a atenção a forte valorização das ações da Suzano (SUZB5), que fecharam sendo cotadas a R$ 6,57, com alta de 6,48%, e os papéis da Fibria (FIBR3), que avançaram 4%, e encerraram a R$ 22,34. O bom momento na bolsa veio em decorrência ao anúncio de que a Suzano irá aumentar o preço dos seus produtos em US$ 20 a tonelada a partir de 1 de março.

De acordo com a Risi, que divulga informações sobre o setor de papel e celulose, haverá um aumento do preço de celulose BEK em três regiões: na Europa, para US$ 820 a tonelada, US$ 870 a tonelada para a América do Norte e de US$ 720 para a Ásia.

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Klabin também subiu, mas por causa dos resultados
As duas empresas são mais influenciadas por mudanças nos preços no exterior por terem maior exposição à essas regiões, ao contrário de seus pares, como a Klabin (
KLBN4). No entanto, as ações da empresa tiveram um bom pregão após a divulgação dos resultados do quarto trimestre. Os papéis da empresa encerraram esta sexta com alta de 2,08%, sendo cotados a R$ 13,23.

O lucro líquido da companhia em 2012 aumentou 311%, para R$ 752 milhões, ante R$ 183 milhões em 2011, o que foi dentro do esperado. Já a receita líquida da empresa foi de R$ 4,2 bilhões, com alta de 7% em relação ao ano anterior. Pelo lado negativo, o resultado financeiro da empresa ficou negativo em R$ 170 milhões.

Hering e T4F também divulgam balanços
Além da Klabin, a Cia Hering (HGTX3) também reportou seu balanço neste pregão. A empresa registrou lucro líquido de R$ 101,01 milhões no último trimestre de 2012, valor 4,0% menor do que o visto no último trimestre do ano anterior, mas o suficiente para levar o resultado anual total para R$ 311,01 milhões, uma alta de 4,6%. Com isso, as ações da empresa fecharam o dia a R$ 39,35, com valorização de 2,21%.

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Já a T4F Entretenimento (SHOW3) registrou prejuízo líquido de R$ 31,21 milhões no quarto trimestre de 2012, ante um lucro de R$ 12,54 milhões nos três meses imediatamente anteriores. No acumulado do ano, o prejuízo foi de R$ 3,95 milhões, ante lucro de R$ 61,07 milhões em 2011. Os últimos três meses foram os piores da companhia no ano de 2012. Após a divulgação, os papéis da companhia fecharam o dia com queda de 0,92%, sendo cotados a R$ 7,50.

Sabesp cai com adiamento de renovação tarifária
A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo) adiou a publicação da revisão tarifária da empresa paulista de saneamento Sabesp (SBSP3). O órgão recebeu, no dia 19, um ofício da Prefeitura de São Paulo requerendo a prorrogação. O pedido foi aprovado em reunião da diretoria da agência ocorrida ontem. Agora, a divulgação está prevista para o dia 22 de março.

Em reflexo, as ações da empresa caíram 2,03%, cotadas a R$ R$ 91,80. Esse é pior desempenho dos papéis da Sabesp desde o dia 27 de novembro de 2012.

Vigor compra 50% da Itambé e ações disparam
Fora do índice, a Vigor (VIGR3), empresa de laticínios do grupo J&F, assinou na noite de ontem a compra da Itambé, cooperativa mineira que fatura cerca de R$ 2 bilhões. O negócio deve ser anunciado ainda sexta-feira. A J&F, que também controla a JBS (JBSS3), pagou R$ 410 milhões por 50% das ações. O acordo dá à empresa o direito de escolher presidentes e diretores. Na prática, a Vigor controlará a Itambé. Com o acordo, a dívida da Itambé cai de 5,3 vezes sua geração de caixa para 1,3.

Após a notícia, as ações da Vigor tiveram forte valorização no dia, fechando com alta de 18,37%, valendo R$ 7,99. Vale ressaltar que a empresa tem baixo volume – em média R$ 6 mil -, porém, nesta sexta este volume foi mais de 12 vezes maior, ficando em R$ 74,5 mil, com 31 negócios realizados.

Após ganhos de 95%, Biomm tem dia negativo
As ações da Biomm (BIOM4), após quatro pregões de alta e ganhos acumulados de 95%, passaram a registrar queda nesta sessão. Ainda com volume acima da média, os papéis da empresa fecharam o dia com queda de 14,16%, cotados a R$ 8,49.

Na última quarta-feira (20), a companhia enviou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) um comunicado sobre a oscilação dos papéis nessas sessões. Segundo o diretor de relações com investidores da empresa, Francisco Carlos Marques Freitas, a empresa desconhece fatos que possam justificar esse desempenho à exceção da matéria publicada no dia 18 de fevereiro pelo Portal InfoMoney.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.