Linx dispara 18% na sua estreia e Gol cai 3% com multa; veja mais destaques

Bancos figuraram entre as maiores altas do Ibovespa; fora do índice, ações da Viver sobem 18,6% com venda de terrenos, enquanto Multiplus despenca 8,0%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em um dia volátil para a bolsa, o Ibovespa inverteu o sinal no final da sessão e fechou com leve alta de 0,21%, aos 58.497 pontos. Mesmo assim, o benchmark da bolsa brasileira encerra a semana com queda de 3,07%, o pior desempenho semanal desde os pregões entre os dias 12 e 16 de novembro de 2012.

Na ponta positiva do Ibovespa, destaque para o setor de bancos, onde Itaúsa (ITSA4, +1,74%, R$ 9,95), Itaú Unibanco (ITUB4, +1,80%, R$ 33,87), Bradesco (BBDC4, +2,01%, R$ 35,60) e Banco do Brasil (BBAS3, +0,72%, R$ 23,82) ficaram entre os maiores ganhos do índice no dia. Além disso, os units do Santander (SANB11), apesar de forte volatilidade no dia, também fecharam com alta de 0,84%, valendo R$ 14,38.

Linx estreia na Bovespa com alta de 18,5%
Entre os destaques, a Linx (LINX3) registrou um grande volume financeiro em seu primeiro dia na BM&FBovespa, atingindo R$ 251 milhões. Os papéis da companhia fecharam o pregão com alta de 18,52%, indo de R$ 27 para R$ 32,00.

Para o analista Roberto Altenhofen, da casa de research Empiricus, a entrada da companhia na bolsa é marcada por uma combinação instigante: a carência de IPOs somada a uma empresa estruturada e com potencial de expansão, o que explica o movimento visto nesta sessão.

A precificação da oferta de ações da Linx saiu a R$ 27,00, bem no topo do intervalo – o que já emitia um sinal de forte interesse do mercado. Em apresentação na BM&FBovespa nesta sexta-feira (8), o diretor presidente da Linx, Alberto Menachi, reforçou que a empresa se preparou para abertura de capital desde 2008. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aplicou R$ 85 milhões em duas etapas de capitalização, que geraram uma participação de 21,7% até o momento da realização da abertura de capital.

Após multa, ações da Gol cai 3%
A Secretaria de Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, por meio do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), aplicou hoje uma multa individual de R$ 3,5 milhões para a Gol (GOLL4) e para a TAM (LATM11) por ter constatado irregularidades na venda de passagens aéreas em conjunto com seguro de viagem.

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O DPDC informou ter comprovado que a contratação do seguro de viagem era um serviço pré-selecionado nos sites da Gol e da TAM. “Ao adquirir passagens aéreas e pagar as taxas, consumidores eram induzidos a comprar o seguro de viagem. A prática de venda casada, além de ofender o princípio da boa-fé objetiva, viola os direitos e garantias previstos no Código de Defesa do Consumidor”, afirma o diretor do departamento, Amaury Oliva, em nota.

Com isso, os papéis da Gol foram os mais prejudicados, fechando o dia com queda de 3,16%, sendo cotados a R$ 13,80, porém, as ações da empresa chegaram a atingir alta de 2,67%, valendo R$ 14,63. Já o BDR (Brazilian Depositary Receipt) da Latam – empresa originada da fusão entre TAM e a chilena Lan Airlines – fechou estável a R$ 47,01. 

Viver sobe 18,6% depois de venda de terrenos
A construtora e incorporadora Viver (VIVR3) fechou na noite da última quinta-feira (7) um contrato de venda da totalidade dos terrenos e glebas em um complexo em Minas Gerais no valor de R$ 315 milhões, para a ASM. O mercado recebeu bem a notícia e as ações da companhia avançaram 18,60%, indo para R$ 1,02 nesta sessão.

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O negócio envolve a venda de todas as terras do complexo “Lagoa dos Ingleses”, localizado na cidade de Nova Lima, em Minas Gerais. O pagamento será divido em aproximadamente R$ 211 milhões a serem pagos em moeda corrente nacional e R$ 104 milhões a critério de adquirente, em moeda corrente nacional, ou em pagamento de unidades autônomas de empreendimentos imobiliários desenvolvidos por empresas do grupo ASM. O objetivo da companhia é concluir a transação até 29 de julho de 2013.

Com lucro abaixo do esperado, Tractebel fecha em queda
Do lado negativo, a Tractebel (TRPL4) fechou o dia com queda de 1,38%, aos R$ 35,79, porém, no pior momento da sessão, as ações da empresa caíram 2,34%, para R$ 35,44. O desempenho ruim dos papéis aparece após a divulgação do resultado do quarto trimestre da empresa.

Segundo a equipe de análise do Banco Espírito Santo, a receita líquida da empresa veio ligeiramente acima de sua projeção, atingindo R$ 1,27 bilhão entre os meses de outubro e dezembro, mas o lucro líquido deixou a desejar e registrou queda de 4% na comparação anual, indo para R$ 434 milhões.

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HRT: redução de participação e sonda
Outra empresa que teve um dia negativo na Bovespa foi a HRT (HRTP3), que terminou o pregão com queda de 0,26%, valendo R$ 3,83, após o Goldman Sachs reduzir participação no capital da companhia, atingindo total de 14,241 milhões de ações, que representam 4,82% do capital votante da companhia.

Por outro lado, amenizando as perdas, a companhia anunciou que a sonda semi-submersível Transocean Marianas, da Transocean chegou à baía de Walvis, onde passará por manutenção obrigatória nas próximas três a quatro semanas, antes de iniciar uma campanha exploratória da HRT nas bacias sedimentares de Walvis e Orange. Conforme informado pela própria HRT em 15 de janeiro, a expectativa é que a sonda inicie em março a perfuração no prospecto de Wingat, na bacia de Walvis.

Outros destaques: OSX Brasil, Multiplus e Docas Imbitubas
Entre outras empresas que tiveram destaque nesta sexta-feira, a Multiplus (MPLU3) registrou forte queda de 8,00%, cotada a R$ 38,50, sendo que na mínima do dia os papéis da empresa chegaram a valer R$ 37,81, com recuo de 9,65%. Vale ressltar que o volume de negócios foi mais de 6 vezes maior que a média da empresa, atingindo R$ 102,5 milhões.

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Já a OSX (OSXB3), caiu 6,14%, para R$ 6,73 nesta sessão. Com isso, os papéis da empresa acumularam desvalorização de 23,52% na semana, e recuaram 36,81% desde o início deste ano.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.