Quais são as principais ideias de Joaquim Barbosa quando o assunto é economia?

Ex-ministro do STF mescla ideias de cunho liberal, mas sem esquecer das pautas sociais

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Considerado como um dos maiores ganhadores do último Datafolha, Joaquim Barbosa, que filou-se recentemente ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), está ganhando cada vez mais espaço na corrida pela Presidência. Porém, se todos conhecem ele por sua atuação como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) no caso do Mensalão, ainda existem muitas dúvidas sobre seu perfil econômico.

Neste sentido, em matéria publicada nesta quarta-feira (18), Bruno Boghossian, colunista da Folha de S. Paulo, aponta que Barbosa mescla ideias de cunho liberal, mas sem esquecer das pautas sociais. O provável candidato pelo PSB defende que um governo deve trabalhar com reformas estruturais, privatizações e a livre concorrência, ao mesmo tempo em que deve trabalhar pela redução de desigualdades e pela preservação de garantias fundamentais dos cidadãos.

Segundo aponta a reportagem, políticos que estiveram com Barbosa relataram que o ex-ministro se posicionou claramente a favor da venda de estatais para a iniciativa privada, mas com cuidado para não tocar as “joias da coroa”, como no caso da Petrobras. Sobre temas polêmicos como a reforma da previdência, Barbosa reconheceu a necessidade de mudança nas aposentadorias, mas com regras mais moderadas do que as propostas por Michel Temer.

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Do lado social, pessoas próximas de Barbosa que fazem parte do PSB apontam que o provável candidato à Presidência defende programas de acesso a universidades e de transferências de renda, mas fez muitas críticas sobre as políticas de subsídio, qual qualificou como “puro patrimonialismo”, aponta a reportagem.

“Curinga da eleição”

Em análise sobre o último Datafolha, a Eurasia apontou que Joaquim Barbosa foi um dos grandes ganhadores da pesquisa. A consultoria política destacou que o seu desempenho foi acima do que se esperava, ainda mais levando em conta o desempenho do Datafolha de janeiro, quando ele tinha 5% das preferências em um cenário sem Lula e Marina. O ex-ministro do STF teve alta principalmente entre eleitores com maior escolaridade e que seguiram de algum modo seus movimentos para ser candidato, ainda que ele tenha tido uma exposição baixa na mídia. Assim, com o aumento da exposição, ele pode ser beneficiado e se tornar o “curinga da eleição”, dada a rapidez com que ele está ganhando apoio. 

Nesse cenário, os candidatos tidos como “quase reformistas”, como Marina Silva, Joaquim Barbosa e Jair Bolsonaro, estão bem posicionados para as eleições de outubro. Os quase reformistas, na visão da Eurasia, são aqueles que apoiam reformas favoráveis ao mercado, mas cuja convicção e capacidade de realizar essas reformas estão em dúvida. Combinados, eles têm 45% de chance de vencer esta eleição, apontam.

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