Após Huck e Barbosa saírem de cena, agora o centrão quer lançar “cobiçado outsider” à presidência

Cortejado como vice de Lula e Ciro, Josué Alencar virou "objeto de desejo" também dos partidos do "centrão" em Brasília

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Cortejado por muitos partidos da esquerda, sendo considerado como vice do ex-presidente Lula e de Ciro Gomes (PDT), o empresário Josué Alencar virou “objeto de desejo” também dos partidos do “centrão” em Brasília, tornando-se o outsider da vez nas negociações, informa o jornal O Globo. 

Josué filiou-se ao PR em abril e, depois de ser cogitado como vice pelos partidos se esquerda, agora passou a ser considerado até como cabeça de chapa do bloco formado por DEM, PP, PRB e Solidariedade, cujos candidatos à Presidência não emplacaram até agora, informa o jornal. 

O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está à frente deste bloco, encontrou-se com Valdemar Costa Neto, um dos principais caciques do PR, e com integrantes da bancada da legenda na última quarta-feira. Valdemar afirmou que procura um novo outsider, capaz de empolgar o eleitorado e os partidos do chamado centro. No próximo dia 29, a pedido do próprio empresário mineiro, o PR vai promover um encontro dele com toda a bancada do partido na Câmara dos Deputados. Vale destacar que, neste ano, nomes como de Luciano Huck e do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) chegaram a ter bom potencial de votos, mas eles desistiram de participar do processo eleitoral de 2018. 

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Já o Palácio do Planalto vê esse movimento como uma prova de que as legendas buscarão esgotar todos os cenários possíveis antes de negociarem um aliança com Geraldo Alckmin, que não emplacou nas pesquisas. No encontro, segundo participantes ouvidos pelo jornal, parlamentares do PR avaliaram que a candidatura de Ciro Gomes não é alternativa e que Alckmin não agrega.

As legendas avaliam que a estagnação nas pesquisas dos nomes lançados até o momento revela a necessidade de “tirar um coelho da cartola”, com os políticos vendo um grande espaço para um outsider. “O episódio Joaquim Barbosa já mostrou que há espaço para uma novidade, ninguém quer esses que estão aí. O Josué seria um fator novo na eleição”, disse um político do PP ao jornal.

Entre os atrativos de Josué, além  da capacidade para financiar sua própria campanha, seria a forte identidade da família Alencar com Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral. O fato de ser filho do companheiro de chapa de Lula também poderia ajudar o mineiro a ser poupado dos ataques da esquerda. Além disso, ele possui bom trânsito com o mercado financeiro e pelo pensamento econômico com viés mais reformista. Além disso, ele já passou pela experiência de uma eleição. Em 2014, quando ainda era filiado ao MDB, concorreu ao Senado, mas não conseguiu se eleger. O potencial eleitoral de Josué passará a ser testado e serão encomendadas pesquisas qualitativas para ver a expectativa de crescimento do empresário.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.