Ação do Itaú cai 3% após balanço do 2º trimestre; Banco Inter dispara 20% após oferta de ações

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (30)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta terça-feira (30) é de queda para o Ibovespa, com os investidores repercutindo a fala do presidente dos EUA Donald Trump, que criticou a China exatamente no dia do desembarque da delegação americana em Pequim.

Além disso, os investidores monitoram a temporada de resultados, com a queda das ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,95, -2,81%) de cerca de 3% apesar do resultado em linha e levando à baixa das ações de outros bancos, como . Por outro lado, a unit do Banco Inter (BIDI11, R$ 47,50, +17,72%) registra uma disparada de 20% após oferta de ações. Confira os destaques: 

Embraer (EMBR3)
A Embraer entregou um total de 51 jatos no segundo trimestre, dos quais 26 foram jatos comerciais e 25 foram jatos executivos (sendo 19 leves e 6 grandes). No primeiro trimestre, a companhia entregou 22 aeronaves, divididas em 11 comerciais e 11 executivas (8 jatos leves e 3 jatos grandes). 

A carteira de pedidos firmes a entregar em 30 de junho totalizava entre US$ 16,9 bilhões, ante US$ 16,0 bilhões em 30 de março. O aumento da carteira de pedidos da Embraer no segundo trimestre é devido à grande demanda do mercado, principalmente pela nova família de jatos Pretoria na Aviação Executiva. 

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,95, -2,81%)
O Itaú Unibanco fechou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 7,034 bilhões, uma alta de 10,2% ante o mesmo período do ano passado e em linha com a projeção de R$ 7,038 bilhões dos analistas consultados pela Bloomberg. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, quando o resultado foi de R$ 6,877 bilhões, o aumento foi de 2,3%.

O Itaú destaca no segundo trimestre a expansão das carteiras de crédito de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas, que levou ao crescimento de 2,8% da margem financeira com clientes. Cita ainda o aumento de 5,1% da receita com prestação de serviços em função de maiores ganhos com administração de fundos e serviços de assessoria econômico-financeira.

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A carteira de crédito somou R$ 659,7 bilhões no fim de junho, alta de 2,0% ante março. Em um ano, cresceu 5,9%. No segundo trimestre, o destaque na carteira foram as micro, pequenas e médias empresas, com avanço de 5,3% ante os três meses anteriores e 19,0% em um ano, e ainda pessoas físicas, com altas de 3,1% e 14,0%, respectivamente. O crédito para grandes empresas subiu 1,5% na comparação trimestral, mas recuou 1,8% em 12 meses.

O Itaú Unibanco somava R$ 1,678 trilhão em ativos totais ao fim de junho, expansão de 8,8% ante um ano, de R$ 1,542 trilhão. Ante os três meses anteriores, de R$ 1,651 trilhão, foi identificado incremento de 1,6%. O patrimônio líquido do Itaú era de R$ 125,737 bilhões no segundo trimestre, elevação de 3,3% em um ano e de 4,9% no comparativo trimestral. O ROE era de 23,5% ao fim de junho ante 23,6% em março e 21,6% um ano antes.

Além do resultado, o banco anunciou o lançamento de um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para todas as empresas controladas exclusivamente pelo Itaú Unibanco Holding no Brasil.

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Os elegíveis poderão aderir ao PDV no período de 01 a 31 de agosto. “A adesão ao PDV é totalmente voluntária e os elegíveis ao programa poderão optar entre 2 pacotes de benefícios”, disse o Itaú.

“Após o encerramento do período de adesão, os impactos financeiros e o número de funcionários que tiverem aderido ao PDV serão divulgados ao mercado. O Itaú Unibanco esclarece que o PDV não afetará a qualidade e a disponibilidade de seus serviços aos seus clientes”, afirmou.

Em relatório, o Brasil Plural avaliou que, à primeira vista, os resultados do Itaú ficaram um pouco piores do que o esperado, com ganhos recorrentes crescendo apenas 2,3% na comparação trimestral e 10,2% na comparação anual, para R $ 7,03 bilhões – “ligeiramente abaixo da nossa estimativa e em linha com o consenso”. Entretanto, em uma análise mais profunda, os especialistas destacam que os números os deixaram “muito mais otimistas”, particularmente com as principais tendências de negócios apontando para melhor segundo semestre.

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O Credit Suisse destaca, além do resultado, o anúncio de um programa de demissão voluntária. “O Itaú vem tomando à frente na questão de corte de custo, claramente um dos principais fatores que desapontaram no Bradesco, e introduziu um PDV a partir de agosto e que deve permitir que o banco entregue um crescimento de Opex abaixo da inflação nos próximos anos e que esta deve ser uma fonte de ‘earnings upside’”, destaca.

Por outro lado, aponta a XP Research, o banco permanece atrás de seus pares privados em termos de crescimento de carteira e margem com clientes. Do lado negativo, o analista pontuou a adquirência – com destaque para queda de receita da Rede -, segmentos de grandes empresas impactado por movimentos cambiais no trimestre e redução da carteira na América Latina

Multiplan (MULT3, R$ 27,38, -2,80%)
A Multiplan registrou um lucro líquido de R$ 115,239 milhões no segundo trimestre deste ano, desempenho 20,9% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, a retração ocorreu, principalmente, pelo aumento da depreciação decorrente da aquisição de participação no BH Shopping, e do impacto nas despesas de remuneração baseada em ações.

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“Excluindo a conta de remuneração baseada em ações em ambos os períodos, o lucro líquido teria aumentado 16,8% e atingido R$ 136,9 milhões, impulsionado pelo crescimento de 6,0% da receita líquida”, informa a empresa.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) recuou 16,8%, para R$ 214,097 milhões. A margem Ebitda no segundo trimestre ficou em 65,9%, ante 84% do mesmo período do ano passado. Já o Ebitda ajustado avançou 3%, para R$ 235,7 milhões, com margem de 72,6%, queda de 2,1 pontos porcentuais.

A receita líquida avançou 6%, atingindo R$ 324,863 milhões. A receita de locação subiu 6,2%, para R$ 265,675 milhões; de serviços aumentou 12,1%, para R$ 28,482 milhões; e a de estacionamentos cresceu 11,4%, para R$ 54,225 milhões.

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Os lojistas da Multiplan registraram vendas de R$ 3,8 bilhões, cifra 6,6% superior à do segundo trimestre de 2018, com aumento das vendas em 18 dos 19 shopping centers do portfólio da Multiplan.

As Vendas nas Mesmas Lojas (SSS) cresceram 6,7% no segundo trimestre, impulsionadas pelo segmento de serviços que, mais uma vez, apresentou o maior aumento de SSS (+22,2%), devido ao lançamento de filmes nos cinemas e aos melhores resultados de atividades como pet shops e telefonia.

Para o Bradesco BBI, a Multiplan divulgou resultados “neutros, conforme o esperado”. “Continuamos céticos quanto à estratégia de crescimento da Multiplan (principalmente desenvolvimentos greenfield), que acreditamos ser a principal razão pela qual suas métricas financeiras devem ter desempenho inferior aos seus pares no trimestre e continuarão a fazê-lo daqui para frente”, destacou, mantendo a recomendação Neutra e um preço-alvo de R$ 29.

Aliansce (ALSC3, R$ 28,12, +1,96%)
A Aliansce apresentou um lucro líquido de R$ 37,310 milhões entre abril e junho, cifra 49% acima da reportada no mesmo intervalo de 2018. O Ebitda ajustado somou R$ 107,091 milhões, representando uma alta de 9,6%, com uma margem de 74,8%, ante 75,0% de um ano antes.

A receita líquida avançou 10,9% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 145,734 milhões. A receita de locação subiu 8,2% e a de estacionamento avançou 14,8%.

As vendas totais cresceram 7,6%, com aumento de 4,9% em vendas/m². As vendas totais em shoppings da Aliansce alcançaram R$ 1,5 bilhão. As vendas mesmas áreas (SAS) expandiram 5,2% e as vendas mesmas lojas (SSS) registraram um aumento de 4,5% no período. Ajustando pelo efeito Páscoa, SAS e SSS cresceram 4,3% e 3,6%, respectivamente.

Os resultados da Aliansce foram considerados “mais fortes do que o esperado” pelos analistas do Bradesco BBI. “Com a avaliação mais atraente no espaço dos shoppings no Brasil, a Aliansce está preparada para continuar apresentando um sólido crescimento no futuro, ainda mais considerando os frutos mais acessíveis de sua fusão com a com a Sonae Sierra”, destaca. Para a instituição, a Aliansce é a melhor escolha no setor, com um preço-alvo de R$ 31,00.

Banco Inter (BIDI11, R$ 47,50, +17,72%)
O Banco Inter publicou fato relevante informando que, no âmbito da oferta pública primária de certificados de depósitos de ações, representativos de uma ação ordinária e duas preferenciais, foi estabelecimento de um preço por Unit de R$ 39,99 e consequentemente, de R$ 13,33 por ação ordinária e preferencial.

Dessa forma, a oferta movimentará R$ 1,247 bilhão, valor que corresponde ao montante do aumento de capital do Banco, dentro do limite do capital autorizado previsto em seu Estatuto Social.

O novo capital social do Banco passará a ser de R$ 2,114 bilhões, dividido em 358.501.021 ações ordinárias e 344.303.981 ações preferenciais. A Oferta consistiu na distribuição primária de 31.200.000 ações ordinárias e 62.400.000 preferenciais.

O início de negociação das ações e das Units na B3 ocorrerá no dia 31 de julho, com a efetiva liquidação da oferta restrita ocorrerá em 01 de agosto.

Vale ressaltar que, de acordo com o Brazil Journal, o Softbank comprou quase R$ 1 bilhão em ações do Banco Inter no follow-on. 

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 26,81, +0,37%)
A Petrobras Distribuidora não fará mais parte do Programa Destaque em Governança de Estatais da B3. Isso porque a companhia recebeu ofício da Bolsa em referência à liquidação da oferta pública de distribuição secundária de ações ordinárias da BR, pela qual a Petrobras deixou de ser a acionista controladora.

Em nota, a companhia reitera “seu compromisso com os mais altos padrões de integridade para o constante aprimoramento do seu modelo de governança corporativa.” A Petrobras vendeu parte de sua participação na distribuidora em uma operação que movimentou R$ 9,633 bilhões. A estatal passou a deter 37,5% da empresa – antes, a participação era de 70,3%.

Petrobras (PETR4, R$ 26,39, +0,04%)

A Petrobras informou que o resultado final da oferta de recompra “Waterfall” e da oferta de recompra “Any-and-All”, alcançou o montante total de US$ 2,697 bilhões. No âmbito da oferta de recompra “Waterfall”, que encerrou ontem, a companhia, por meio de sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V. recomprou um total de títulos no valor equivalente a US$ 1,853 bilhão.

“Considerando o limite de recompra de US$ 2.361.062.981,70 (US$ 3 bilhões menos o valor total aceito na Oferta “Any and All”, liquidada em 11 de julho de 2019), excluindo juros capitalizados e não pagos, foi aceita a totalidade do volume entregue pelos investidores”, informou a Petrobras.

Segundo a empresa, os investidores desses títulos farão jus ao pagamento pela oferta de Recompra, que será pago no dia 31 de julho, no valor equivalente de US$ 66.458.830, acrescidos dos juros capitalizados e não pagos até a data da liquidação. “A oferta de recompra “Waterfall” está encerrada em definitivo”, concluiu.

Sabesp (SBSP3, R$ 52,36, +0,69%)

A Sabesp, em relação ao aviso de Consulta Pública nº 09/2019 – que busca obter contribuições sobre a metodologia e critérios gerais para atualização da base de remuneração regulatória da 3ª Revisão Tarifária Ordinária (RTO) – informou que solicitou à agência reguladora Arsesp, a prorrogação de 5 de agosto para 16 de outubro para a companhia e demais interessadas encaminhem contribuições, conforme estabelecido no regulamento da referida consulta pública.

Além disso, a Sabesp solicitou a antecipação da divulgação do cronograma 3ª Revisão Tarifária Ordinária. “A prorrogação solicitada não deverá comprometer o cronograma de atividades e prazos finais da 3ª Revisão Tarifária Ordinária, a qual deverá estar concluída até abril de 2021”, completou a empresa.

Suzano (SUZB3, R$ 31,29, +2,02%) e Klabin (KLBN11)

Esta foi mais uma semana de queda para os preços da celulose branqueada na China, enquanto os preços na Europa ficaram estáveis.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.