Laep, dona da Parmalat, dispara 32% na bolsa; fundo atinge 22,4% de seu capital

Na véspera, empresa informou ainda que Bermudas aceitou prosseguir com execução de dívida, o que poderá causar até mesmo sua liquidação

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os papéis da Laep Investment (MILK11), controladora da marca Parmalat no Brasil, disparam no pregão desta quinta-feira. Às 12h06 (horário de Brasília), os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) avançavam 32,14%, a R$ 0,37, após atingirem valorização máxima de 35,71% nesta sessão, a R$ 0,38.

A movimentação ocorre após a divulgação de dois comunicados enviados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela empresa na véspera. A primeira refere-se ao aumento de participação do fundo de investimentos multimercado Nest ARB Master, gerido pela Nest Investimentos, que atingiu 22,4% do capital social, totalizando 9 milhões de BDRs emitidos pela companhia. 

Apesar de anunciar a participação atingida, não sabe-se qual era a fatia do fundo no capital social anteriormente ao comunicado. Nos documentos enviados à CVM pela empresa, não há nenhum menção anterior à participação do fundo. 

A gestora de recursos Nest, administrada pelo Bank of New York Mellon do Brasil e fundada em 2005 por Felipe Prata e Francisco Giffoni de Andrade, informou que a aquisição tem o único objetivo de investimento, não havendo qualquer interesse em alterar a composição do controle ou estrutura administrativa da companhia.

O outra informação refere-se a decisão dos tribunais de Bermudas de que aceitaram dar prosseguimento a procedimentos de execução de dívida contra a empresa, o que poderá causar até mesmo a liquidação da companhia.

A Laep comunicou que a decisão das Cortes de Bermudas ocorreu mesmo depois de terem sido informadas da ilegalidade da operação de aquisição do suposto crédito e de sua cobrança, com violação frontal a princípios de ordem pública do Brasil. No fim de março, a Laep havia informado que um fundo de Cayman, o GLG Emerging Market Special Situations Fund, havia iniciado procedimento de execução de valores superiores a US$ 150 milhões.

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Conforme informou a empresa,”o prosseguimento da execução poderá trazer graves prejuízos à sociedade, a seus empregados, acionistas e aos demais credores, podendo eventualmente implicar na indicação de um interventor ou mesmo na sua liquidação e a subsequente substituição dos administradores”.