Ações de Gol, Oi, Marfrig e mais 13 empresas refletem resultados nesta 4ª

Enquanto a companhia aerea ficou com a maior queda do Ibovespa, Oi chegou a subir mais de 3% durante a sessão; Marfrig tem evolução em resultado operacional e ações fecham em alta

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Próxima de terminar, a temporada de balanços corporativos movimentou a bolsa nesta quarta-feira (13). Entre a noite da véspera e a manhã desta quarta-feira, 16 empresas divulgaram seus resultados do terceiro trimestre. O índice encerrou com alta de 0,82%, aos 52.230 pontos, sendo que 5 ações fecharam com alta superior a 3%.

Dentre as companhias listada no Ibovespa, destaque para a Gol (GOLL4), que amargou fortes perdas neste pregão ao recuarem 4,71%, para R$ 9,50, após chegar a cair 9,03% na mínima do dia. Essa é a sétima sessão negativa do papel; no mês, a desvalorização alcança 16,15%.

A segunda maior empresa aérea brasileira em participação de mercado conseguiu reduzir seu prejuízo no terceiro trimestre deste ano em 36,3% em relação a igual período do ano passado. A companhia teve um resultado negativo de R$ 197 milhões no terceiro trimestre, ante perdas de R$ 309,4 milhões entre julho e setembro de 2012, informou nesta terça-feira.

De acordo com o Credit Suisse, o resultado veio abaixo das expectativas, mas já antecipado pelo mercado. Além disso, os analistas acreditam que o guidance do ano será entregue, refletindo o discurso do management da empresa no início do ano, enquanto as melhorias nas relações de liquidez e alavancagem ajudam a reduzir as preocupações sobre o balanço.

Oi: ações sobem mesmo com resultado fraco
Já a operadora de telecomunicações Oi (OIBR3; OIBR4) apresentou uma queda de 70,7% no lucro líquido do terceiro trimestre, ante igual período de 2012, totalizando R$ 172 milhões, informou a empresa na noite de terça-feira. Apesar dos números considerados fracos pelos analistas, as ações ordinárias e preferenciais registraram alta no Ibovespa, de 2,45% e 1,70%, respectivamente, cotadas a R$ 3,76 e R$ 3,59, após ambas chegarem a avançar mais de 3%.

Para os analistas da Planner Corretora, os números foram ruins, com maior pressão sobre o endividamento. A dívida líquida da empresa subiu em 19,7% entre os meses de julho e setembro, somando R$ 29,3 bilhões. Com isso, o indicador que mede a alavancagem da empresa, ou seja, em quantas vezes sua geração de caixa pagaria a dívida líquida, avançou para 3,4 vezes em 12 meses. 

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Marfrig: evolução importante do resultado operacional
Por sua vez, a Marfrig (MRFG3
encerrou o terceiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 194 milhões, reduzindo resultado negativo de R$ 478,7 milhões sofrido no trimestre imediatamente anterior. Analistas ressaltaram evolução importante do resultado operacional, entretanto, as ações fecharam em alta de 0,93%, cotadas a R$ 4,34.

Segundo a Planner, a empresa vem fazendo seu “dever de casa”, notadamente quanto sua alavancagem financeira. A companhia reportou um bom resultado com importante evolução frente os dois trimestres anteriores. A expectativa dos analistas é que nos próximos trimestres a empresa mostre fortalecimento do foco da Marfrig Beef no foods service e no pequeno e médio varejo, o enxugamento de custos e despesas com forte controle de gastos, crescimento das exportações, desempenho das unidades na Europa com gradativa melhora da atividade econômica e o foco da Keystone Foods no crescimento das operações na Ásia.

Kepler Weber segue em alta após balanço
Chamou atenção também as ações da Kepler Weber (KEPL3, +3,68%, R$ 31,26), que seguem em valorização depois da divulgação do balanço na última terça-feira. A empresa somou um lucro líquido de R$ 19,8 milhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta de 171,2% em relação aos R$ 7,3 milhões do mesmo período do ano passado.

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Em entrevista ao InfoMoney, o diretor vice-presidente da empresa, Olivier Colas, explica a reviravolta da empresa, que saiu da quase falência, com nível de endividamento digno de assustar qualquer acionista da bolsa, e acumula somente neste ano valorização superior a 150%. Para ver na íntegra a entrevista, clique aqui.

EzTec: lucro líquido sobe 48,6% e ações avançam
O lucro líquido construtora e incorporadora EzTec (EZTC3, R$ 30,69, +0,95%) cresceu 48,6% no terceiro trimestre, na comparação anual, com base na venda de estoques e na execução de obras. O resultado foi de R$ 139,4 milhões entre julho e setembro, ante R$ 93,8 milhões um ano antes. 

A EzTec possuía 36 canteiros de obra em execução ao final do trimestre, o que, segundo Fugazza, gera mais receita para a companhia, na média anual, do que no ano passado. Além disso, um controle dos orçamentos de obras dentro do planejado também ajudou no resultado, adicionou.

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Assim, no trimestre, a receita líquida avançou 41,1%, a R$ 252,4 milhões. O Ebitda cresceu 51,8%, a R$ 134,9 milhões. A EzTec encerrou o trimestre com caixa líquido de R$ 81,9 milhões, cerca de R$ 12 milhões maior que no trimestre imediatamente anterior.

Outros destaques
Unicasa (UCAS3): empresa registrou um lucro líquido de R$ 2,87 milhões no terceiro trimestre, uma baixa de 76,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Ebitda caiu 72,3%, para R$ 4,41 milhões. Ações caíram 2,95%, a R$ 5,92.

Vigor (VIGR3): companhia teve lucro líquido consolidado de R$ 12,687 milhões no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 2,717 milhões do mesmo período de 2012. O Ebitda consolidado, que passou a contemplar os resultados da Itambé Alimentos, somou R$ 58,6 milhões, com uma forte alta de 566,2% na comparação anual. Papéis fecharam com alta de 0,61%, para R$ 8,20.

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CPFL Renováveis (CPRE3): empresa registrou prejuízo de R$ 16 milhões no terceiro trimestre. Já o Ebitda somou R$ 148,53 milhões, um recuo de 11,3% ante o ano passado, com a margem Ebitda indo para 55,3%, queda de 13,6 pontos percentuais. Ações fecharam a R$ 12,97, com leve queda de 0,23%.

Banco Indusval (IDVL3): registrou lucro líquido de R$ 2 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 36% frente ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a carteira de crédito totalizou R$ 3,355 bilhões ao final de setembro, alta de 12,2% frente ao período entre julho e setembro de 2012. Já o patrimônio líquido somou R$ 574,5 milhões, 2,2% menor frente ao terceiro trimestre de 2012. Ações subiram 1,40%, a R$ 5,79.

Tempo Participações (TEMP3): teve lucro líquido de R$ 6,7 milhões, alta de 42,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2012. A receita líquida, por sua vez, subiu 3,5%, para R$ 243,4 milhões. “A significativa expansão do resultado demonstra o sucesso da companhia nos esforços de aumento de rentabilidade”, destacou a companhia em relatório de resultados. Papéis fecharam esta quarta estáveis a R$ 3,00.

Biosev (BSEV3): companhia teve lucro líquido de R$ 80,43 milhões no seu segundo trimestre fiscal (ano-safra 2013/14), queda de 0,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou a empresa produtora de açúcar e etanol. No primeiro semestre do ano-safra 2013/2014, a Biosev registrou uma dívida líquida de R$ 3,8 bilhões. Ações encerraram o pregão estáveis a R$ 9,75.

Trisul (TRIS3): teve lucro líquido de R$ 6,927 milhões, queda de 19% frente ao terceiro trimestre de 2012. Já a receita líquida somou 106,349 milhões, uma baixa de 32%. No acumulado do ano, a Trisul concluiu 13 empreendimentos, o que corresponde a 2.958 unidades com VGV total de R$664 milhões e VGV Trisul de R$ 506 milhões. Papéis subiram 2,25%, a R$ 4,09, após chegarem a cair 7,50%.

Banrisul (BRSR6): empresa viu seu lucro líquido cair 11,8%, para R$ 183 milhões, enquanto no acumulado de nove meses, a diminuição foi de 3,9%, para R$ 602,7 milhões. A carteira de crédito do banco chegou a R$ 26,02 bilhões, um crescimento de 9,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Ações caíram 6,71%, cotadas a R$ 15,30. 

Metal Frio (FRIO3): somou R$ 2,4 milhões, ante R$ 9,3 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a receita líquida registrou alta de 22,8%, somando R$ 207,4 milhões. Do total de receita líquida registrada no trimestre, R$ 21,6 milhões foram provenientes de serviços – reparação e manutenção de equipamentos e vendas de peças – comparado a R$ 16,9 milhões no ano passado. Papéis se valorizaram 5,61%, a R$ 3,60.  

Taesa (TAEE11): somou um lucro líquido de R$ 477,9 milhões no terceiro trimestre, com alta de 59,6% em relação ao mesmo período de 2012. O Ebitda da companhia subiu 13,9%, registrando uma margem de 89,4%, ante 91% no terceiro trimestre. Já a receita operacional líquida chegou a R$ 612,044 milhões, alta de 16,0% na mesma base de comparação. Ações fecharam a R$ 20,89, com alta de 3,93%.

Log-In (LOGN3): somou um lucro líquido de R$ 5,3 milhões no terceiro trimestre de 2013, registrando uma queda de 58% frente ao terceiro trimestre de 2013. O Ebitda somou R$ 39,5 milhões no período, registrando queda de 5,27% na mesma base de comparação. Ações encerraram com queda de 2,34%, a R$ 9,18.

Lupatech (LUPA3): apesar de não ter divulgado seus resultados, as ações da companhia chamaram atenção ao subirem 5,48%, para R$ 0,77. Durante o dia, os ativos atingiram valorização de 19,18%, a R$ 0,87. A companhia passa por um momento conturbado e no início do mês o conselho de administração aprovou um plano para reestruturação das dívidas da empresa.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.