Com novidades na Namíbia, ações da HRT acumulam alta de 25% em três dias

Segundo site especializado no setor, empresa já pode ter indícios do resultado da perfuração na Namíbia; papéis ainda acumulam queda de

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em queda livre desde novembro do ano passado, as ações da HRT (HRTP3) tentam ressucitar na Bovespa, apresentando nesta quarta-feira (19) seu segundo dia seguido de forte valorização, em meio a notícias divulgadas sobre suas explorações na Namíbia.

Os papéis da petrolífera fecharam com alta de 2,61%, cotados a R$ 2,36, após atingirem alta de 16,52%, a R$ 2,68, na máxima do dia – sendo também prejudicada pelo pessimismo após o discurso de Ben BernankeNa véspera, as ações HRTP3 fecharam com forte valorização de 20,42%. Na semana, o ganho acumulado dos ativos chega a 26,20%, contando também a alta de 2,14% na segunda-feira.

Mesmo com essas fortes altas, os ativos da HRT ainda acumulam perdas de mais de 50% em 2013. O movimento negativo das ações da petrolífera se agravaram principalmente no começo de maio, quando o criador da HRT, Marcio Mello, renunciou ao cargo de CEO (Chief Executive Officer).

Segundo publicação do site Helios Chariot, especializado no setor de petróleo e gás, está claro que a HRT está utilizando MWD (Measurement While Drilling) na perfuração do poço Murombe-1, o que geralmente são muito confiáveis. Com isso, explica a publicação, isso deve dar uma ideia muito boa à HRT desse resultado antes que a perfuração seja concluída. 

Na indústria de petróleo, MWD é um sistema desenvolvido para executar a perfuração de poços e medidas relacionadas, transmitindo informações para a superfície durante a perfuração do poço. O sistema pode adquirir muitas informações, e algumas MWD, bem avançadas, podem medir o início da pressão e recolher amostras dessa formação.

De acordo com um operador de mercado que pediu para não ser identificado, esse movimento pode sinalizar um bom resultado na perfuração, embora, por enquanto, seja apenas especulação. Diante disso, o fato das ações já terem recuado bastante nos últimos meses acaba atraindo investidores com maior apetite por risco.

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A HRT iniciou a perfuração do segundo poço offshore (em alto mar) da sua companha exploratória em 1 de junho, e a expectativa é que os resultados finais sejam entregues em 50 dias. O poço Murombe-1 está localizado a aproximadamente 220 km a noroeste de Walvis Bay, em lâmina d’água de 1.391 m. Esse poço está localizado a apenas 15 km oeste do primeiro poço da HRT perfurado no PEL-23 (Wingat-1), e será perfurado através de duas rochas geradoras de onde foram recuperados hidrocarbonetos líquidos.

Atual momento ainda exige cautela, diz JP
Apesar desse forte movimento, os analistas Caio Carvalhal e Felipe dos Santos, do JP Morgan, reiteraram recomendação neutra para o papel, dado que os riscos exploratórios na Namíbia permanecem altos.

Eles estimam que no nível atual, as operações na Namíbia contribuam para o seu preço justo de R$ 1,50 a R$ 2,50, baseado nos possíveis riscos exploratórios, sendo que o valor pode aumentar em mais de quatro vezes no caso de uma descoberta comercial.

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Com isso, os analistas apontam que uma descoberta de 400 milhões de barris na Namíbia, em linha com o potencial do poço de Murombe, pode levar os papéis ao patamar de R$ 6,00 a R$ 8,00.

Histórico na Namíbia
A primeira perfuração da HRT na Namíbia, entretanto, não trouxe o resultado esperado, com a confirmação de que o poço Wingat-1 não possuia volume comercial. Diante disso, os papéis foram fortemente penalizados desde o anúncio, em 20 de maio, até a semana passada, quando acumulavam perdas de 42,99%. 

Na ocasião, os analistas do Itaú BBA indicavam que a única solução para complicada situação da empresa seria o sucesso em Murombe. Esse é o segundo poço a ser explorado de um total de três no projeto para a Namíbia.