Habemus lucrum? Eleição de papa argentino impulsiona mercado por lá

O índice já vinha em alta durante o dia, mas aumentou o nível de ganhos logo após o anúncio de que o arcebispo de Buenos Aires se tornaria papa

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa com o término do conclave para escolher o novo papa da Igreja Católica nesta quarta-feira (13), tornando-se o primeiro latino-americano a ocupar o posto. A notícia ajudou o índice Merval, da bolsa argentina, a fechar em alta de 2,21%, aos 3.461 pontos. 

O índice já vinha em alta durante o dia, mas aumentou o nível de ganhos logo após o anúncio de que o arcebispo de Buenos Aires se tornaria papa – já que um movimento desses costuma gerar euforia e nacionalismo também no mercado acionário. O interesse foi tanto que o site da bolsa argentina foi derrubado por conta da quantidade de acessos ao site.

As ações da Petrobras Argentina, uma das principais do índice, teve ganhos de 0,99%. No dia da escolha do sucessor de Bento XVI, os bancos e empresas de energia e saneamento lideraram os ganhos – também ajudados pela alta de 2,2% dos papéis da petrolífera YPF, recentemente nacionalizada pelo governo de Cristina Kirchner. 

Governo argentino, este, que já teve problemas com o novo papa, acusado de ser um colaborador da ditadura militar. Francisco I, de 77 anos, também tem visões conservadores sobre temas como casamento gay e aborto – que também fizeram com que ele tivesse problemas com os atuais ocupantes da Casa Rosada.

Agora chefe de Estado do Vaticano, Francisco I é o primeiro jesuíta a ser escolhido para o cargo. Também é o primeiro a escolher um nome nunca antes utilizado, desde o Papa Lando, morto no ano de 954. João Paulo I também escolheu um nome nunca antes utilizado, mas era composto por dois dos nomes mais comuns.

Os nomes papais são imbuídos de significado, e portanto a escolha do nome Francisco pode indicar um novo rumo para a Igreja. A eleição de Francisco, que havia sido vice-colocado no conclave de 2005, que elegeu Bento XVI, foi altamente acompanhada pela mídia. Bento XVI, que renúnciou ao cargo em fevereiro e se tornará papa emérito, deverá continuar vivendo no Vaticano, mas não mais interferirá nos assuntos da Igreja Católica.