China cresce ao menor ritmo em três anos, mas dá sinais de recuperação

PIB desacelerou de 8,1% no primeiro trimestre para 7,6% no segundo, mas analistas sugerem que o pior já passou

Fernando Ladeira

Feriado prolongado na China: 2024 será o Ano do Dragão
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SÃO PAULO – A economia da China cresceu ao ritmo mais fraco em três anos, reportou o governo do gigante asiático na noite de quinta-feira (12). O PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre foi de 7,6% na comparação anual, em linha com as expectativas, mas em desaceleração sobre os 8,1% dos três primeiros meses do ano. 

Apesar disso, a economia mostrou um desempenho melhor na comparação trimestral. Enquanto entre janeiro e março a economia avançou 1,6%, entre abril e junho o dado mostrou um salto de 1,8%.

Além dele, o governo oriental divulgou também uma cesta de indicadores, com números sobre produção industrial, vendas no varejo e investimentos em ativos fixos. “Os números foram, em geral, um pouco melhor do que se temia”, escreve o analista sênior do Danske Research, Christin Tuxen.

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Já a equipe de economia do Société Générale, chefiada pela economista Michala Marcussen, ressalta que a economia chinesa já chegou ao fundo do poco e, agora, deve mostrar uma melhora. “Nossa projeção permanece que o crescimento anual do segundo trimestre provavelmente marcará o ponto baixo do atual ciclo, e graças aos estímulos fiscais e monetários o crescimento do terceiro trimestre se fortalecerá para próximo a 8%”, escreve em relatório.

Varejo e investimentos avançam
As vendas no varejo mostraram estabilidade em junho, ao marcar 13,7% na comparação anual, contra os 13,8% em maio. No entanto, o indicador mostrou avanço em termos reais, já que a inflação mostrou forte queda no período ao passar de 3,0% para 2,2%, lembra a equipe do Société Générale.

Os economistas do banco francês também destacam os investimentos em ativos fixos, que saltaram 20,4% nos seis primeiros meses, enquanto as expectativas apontavam para algo em torno de 20,0%. “Essa reação veio apesar da contínua desaceleração dos gastos com investimentos em propriedades, para 16,6% no acumulado do ano, de 18,5% entre janeiro e maio, sugerindo que o investimento público se acelerou fortemente em resposta à pressão de Pequim por estímulos fiscais”, escreve a equipe do Société Générale.

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Indústria desacelera, mas já era esperado
Por fim, o ponto fraco da cesta de indicadores foi a produção industrial, que se desacelerou de 9,6% em maio para 9,5% em junho. No entanto, os PMIs (Purchasing Manager’s Index) divulgados anteriormente já indicavam para essa trajetória