Para o BofA, aquisição da Celpa pela Eletrobras é improvável

É mais relevante que o governo brasileiro exija uma reestruturação da dívida e do potencial conversão de dívida, diz o banco

Nara Faria

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SÃO PAULO – O Bank of America Merrill Lynch avalia como improvável a aquisição  da Celpa (CELP5) pela Eletrobras (ELET3, ELET6), conforme comentou o CEO (Chief Executive Officer) da estatal, José da Costa Carvalho Neto. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que pode ser necessário um resgate ao Grupo Rede Energia, após a Celpa ter entrado com um pedido de recuperação judicial na última terça-feira (28). 

A Celpa tem 60 dias para apresentar um plano de reestruturação financeira para a revisão dos credores, que terão 120 dias para analisar. “Se o plano não for aceito, o resultado provável, em nossa opinião, é a intervenção federal e posterior venda a terceiros”, afirmam os analistas Felipe leal, Diego Moreno e Ariel Simis.

Para eles, apesar dos comentários de que a Eletrobras pode ajudar a Celpa, onde detém uma 34% de participação, é mais provável que o governo brasileiro exija uma reestruturação da dívida e do potencial conversão de dívida em capital. Este mesmo processo já ocorreu posteriormente com a Cemar, distribuidora de energia do Maranhão.

Privatizada em 2000, a Cemar passou por problemas financeiros até a Aneel decretar intervenção em 2002. A própria agência coordenou o processo de alienação da empresa, que é controlada pela Equatorial Energia.

Indecisão sobre a venda leva Celpa à falência
Os analistas lembram qu a possibilidade do processo de venda da Rede Energia, envolvendo a venda da Rede Sul e Enersul para a CPFL (CPFE3), e a venda de ativos remanescentes (Cemat (CMGR4), Celtins, Celpa) a outros grupos (State Grid, Três Gargantas, a Cemig (CMIG4), Neoenergia), caiu bastante, devido à intenção dos acionistas controladores da Rede de manter o controle de ativos no processo.

“Com base em nossas conversas com a Rede, a incapacidade da Celpa rolar as linhas de crédito de curto prazo levou à decisão de declarar falência”, afirmam os analistas.