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SÃO PAULO – Acusada por diversas nações de manter o câmbio desvalorizado artificialmente, a China deve começar a aliviar o controle sobre o yuan. O banco central do país anunciou nesta segunda-feira (12) que, de maneira ordenada, vai começar a permitir que o mercado decida mais qual a taxa cambial frente a outras divisas internacionais.
Zhou Xiaochuan Zhou, presidente do People’s Bank of China, o BC local, acredita que é necessário se olhar primeiro para as condições de liquidez antes de tomar decisões que afetem a política monetária do país. Citado pela Reuters, ele disse que a balança de pagamentos, a demanda pela moeda chinesa e os fluxos de capital estrangeiro vão determinar essa liquidez.
Atualmente, o banco central chinês determina uma mediana em torno da qual o yuan pode oscilar. O máximo de valorização ou queda diárias é de 0,5%, na comparação com o dólar. A ideia das autoridades em Pequim é conseguir flexibilizar esse sistema até o fim desse ano, para expandir a influência que suas políticas financeiras têm sobre o resto do mundo.
Cortes na taxa de depósitos
Desde novembro, a China já reduziu em 1 ponto percentual a quantidade de depósitos que bancos comerciais devem manter junto à autoridade monetária. O compulsório por lá atingiu um patamar recorde de 21,5% em junho de 2011.
O mercado aguarda novas baixas na taxa, mas Zhou afirma que as negociações com câmbio e o balanço de pagamentos é que vão mostrar se as quedas serão possíveis. “Há muito espaço para cortes, mas temos que ver se é necessário”, explicou o presidente do BC.
Discussão sobre a moeda
O superávit em conta corrente do governo chinês alcançou US$ 201,1 bilhões no ano passado, mas a balança comercial já apontou para um forte déficit de US$ 31,5 bilhões em fevereiro. É o pior resultado em mais de dez anos, e deve ser seguido pela menor expansão em uma década da economia.
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Um dos motivos das críticas do Ocidente é exatamente a depreciação artificial da divisa para beneficiar os exportadores do país. A China nega, mas vem impondo benchmarks menores nas últimas seis sessões cambiais para tentar reverter essa conta negativa nas comercializações com o exterior.
No entanto, o discurso é outro. O chefe da Administração Estatal do Mercado de Câmbio, Yi Gang, disse à Reuters que a balança comercial de fevereiro é mais uma prova de que, atualmente, o yuan está alcançando um nível mais balanceado.