Crise europeia distancia bolsa do rompimento dos 60 mil pontos na semana

Repercussão do corte de ratings, leilões de títulos europeus, dados dos EUA e reunião do Copom guiarão os investidores

Nara Faria

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SÃO PAULO – O mercado acompanhou duas semanas de euforia da bolsa brasileira neste início de 2012, refletindo o otimista sobre a melhora da economia norte-americana mostrada nos dados econômicos e a rolagem da dívida europeia. Contudo, a maior exposição ao risco diminuiu no final desta semana por conta da divulgação de dados abaixo da expectativa nos Estados Unidos e da ameaça de rebaixamento de rating da França de outros países europeus pela Standard & Poor’s, fato que foi concretizado após o fechamento do mercado norte-americano.

Com isso, apesar de ter fechado a semana entre os dias 9 e 13 de janeiro com alta de 0,93%, a bolsa brasileira encerrou a sexta-feira (13) com recuo de 1,29%, aos 59.146 pontos. A queda fez com que o índice se afastasse do rompimento da barreira dos 60.000 pontos, fato comentado pelo mercado no período.

Para o economista da Orem Investimentos, Gustavo Mendonça, a crise europeia e os dados da maior economia do mundo, os EUA, serão novamente os motores para o desempenho do Ibovespa na semana entre os dias 16 e 20 de janeiro, podendo afastar ainda mais o índice do rompimento desta barreira psicológica.

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O economista afirma ainda que as fortes altas nas primeiras semanas de janeiro e os dados norte-americanos podem contribuir para pressionar novas quedas na semana. “Tradicionalmente há novas alocações de recursos que puxam as altas no início do ano. Mas as alocações já foram feitas e a nossa impressão é que os dados dos Estados Unidos vão continuar pesando no mercado”, afirma Mendonça.

Europa: Leilões de títulos públicos em foco
Além disso, o mercado continua atento aos leilões de títulos público realizados na Europa, a exemplo da grande repercussão do leilão ocorrido na Itália ocorrido nesta semana. Para o próximo período, os analistas do Banco Fator Corretora destacam em relatório os leilões da França, Espanha, Grécia, Bélgica, Alemanha e Portugal.

Gustavo Mendonça lembra ainda de outro evento que deve chamar a atenção na semana: o leilão do EFSF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) previsto para terça-feira (17), quando é esperada a emissão de € 1,5 bilhão em títulos do Tesouro. “Esses leilões serão de grande relevância para o humor do mercado na semana. A importância será menos que o da Itália nesta semana, mas também serão acompanhados com muita atenção”, afirma o economista da Orem.

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Agenda movimentada nos EUA, Europa e China
A semana também será marcada pela divulgação de indicadores econômicos bastante relevantes para o mercado. Nos Estados Unidos, a expectativa maior fica para os dados sobre atividade econômica, como a sondagem industrial de Nova York e da Filadélfia. Na Zona do Euro e Reino Unido, destaque para a CPI (Consumer Price Index).

Além disso, a pesquisa de sentimento econômico na Zona do Euro e Alemanha, a taxa de desemprego no Reino Unido, e relatório mensal do BCE (Banco Central Europeu) estarão no radar na semana.

Na China, a expectativa de Maurício Molan, do departamento de pesquisa econômica do Santander, é de desaceleração dos índices de inflação e da atividade econômica. “Qualquer atividade abaixo das estimativas de mercado deve aumentar a expectativa de que o governo chinês intensifica a adoção de medidas de estímulo ao crescimento”, afirma o analista em relatório.

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Inflação e Copom são destaque na agenda
No frnt doméstico, a semana será agitada por conta de uma série de indicadores sobre a inflação. Já no início da semana, o IPC-S (Índice de Preço ao Consumidor – semanal) deve apresentar, na opinião da equipe de análise do Banco Fator Corretora, sinais de pressão nos preços aos consumidores. Além desse, são esperados na segunda-feira (16) os tradicionais dados da balança comercial semanal e do relatório Focus, que devem movimentar o primeiro dia da semana, no qual o mercado norte-americano estará fechado por conta do feriado de Martin Luther King.

Ainda na semana, ocorrem duas datas consideradas críticas pelo banco: as datas-limites para a inclusão de projeções no Focus do IGP-M (Índice Geral de Preço-Mercado) e taxa Selic. “Com isso, existe maior probabilidade de grandes mudanças desses indicadores”, sinaliza o banco em relatório.

No decorrer da semana, destaque ainda para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), com a divulgação da nova taxa Selic “que deve ser inferior em 0,50 pontos percentuais em relação aos 11% ao ano”, estima os analistas do Banco Fator. Para encerrar, os investidores acompanham ainda o IBC-Br (Índice Mensal de Atividade do BC) e o IGP-M (Índice Geral de Preço – Mercado).