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SÃO PAULO – Em discurso no congresso italiano, o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, reiterou a importância em concluir os trabalhos técnicos para expandir o poder de fogo do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) em quatro a cinco vezes, sendo esperado que o Eurogrupo tome as medidas necessárias “em breve”.
No entanto, Rehn indicou mais uma vez a preferência para estabelecer o ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização), um mecanismo de combate à crise permanente, antes do programado. Segundo o vice-presidente do BCE, o órgão é mais robusto e mais flexível que o atual fundo de estabilização. “Iniciando o ESM no próximo ano, em vez de meados de 2013, como planejado, daria uma proteção mais forte e certamente seria positiva”, afirmou.
A fala de Rehn ocorre após reportagem do Financial Times questionar o poder de fogo que o EFSF terá, afirmando que a intenção inicial de aumentar tal impacto, de quatro a cinco vezes, não deve ser atingida, tendo em vista a forte alta recente no rendimento dos títulos públicos. Assim, a efetividade seria reduzida para duas a três vezes, revela, ao citar fontes oficiais que preferiram não se identificar.
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Eurobônus ajuda, mas não resolve
Também de modo a combater a crise, a Comissão Europeia publicou na última quarta-feira as linhas gerais para o debate sobre a emissão de eurobônus. “Para mim, está claro que qualquer tipo de emissão comum, que implica maior compartilhamento do risco, teria que acontecer de mãos dadas com uma supervisão fiscal substancialmente reforçada e coordenação política”, explicou, ao indicar que tal medida teria impactos sobre a soberania fiscal dos países membros.
No entanto, o eurobônus sozinho não resolverá a crise, alerta. Para Rehn, a questão fundamental envolvendo a atual crise da dívida é a confiança de que os países honrarão com seus compromissos. “Nessa situação, não há alternativa à reduzir a razão dívida sobre PIB [Produto Interno Bruto]”, indica.
Riscos aumentaram
Contudo, a recuperação econômica que ocorria desde meados de 2009 estagnou, sem projeção de melhora no mercado de trabalho e com a expectativa de crescimento de 0,5% da Zona do Euro no próximo ano, conforme previsto anteriormente. “Infelizmente, os riscos para esse cenário são negativos”, alerta.
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Rehn também chamou atenção para alguns fatores que abalam a confiança dos investidores, tais como a possibilidade dos países alcançarem uma sustentabilidade da dívida pública nos países vulneráveis e “expectativas irreais” quanto ao tempo necessário para implantar as decisões tomadas pelos líderes na reunião de outubro. Tais fatores foram classificados como “exagerados” por Rehn.