Dólar comercial segue em queda, mesmo com cenário externo negativo

Especialista atribui desvalorização da divisa à realização de lucros; dias de queda do dólar podem chegar ao fim nesta terça

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Seguindo o movimento de queda observado no ínicio da sessão desta terça-feira (29), o dólar comercial opera em queda de 0,22%, valendo R$ 1,8491 na venda.

“É difícil enxergar esse otimismo do mercado, o movimento maior é realização de lucros, mas também temos que observar que os governos europeus ainda estão ser mexendo e buscando novas idéias para segurar essa crise”, explica Felipe Pellegrini, gerente da mesa de operações do Banco Confidence.

Nesta data, o mercado acompanha a discussão dos membros do Eurogrupo, formado pelos ministros de finanças da Zona do Euro, da situação dos países tidos omo PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), sendo um dos principais assuntos a última parcela do empréstimo à Grécia e o novo programa ao país.

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“Hoje não é um dia de queda para o dólar. As bolsas estão em baixa e os futuros da bolsa americana já apontam queda. Então os dias de atomismo do dólar podem ter chegado ao fim”, conclui Pellegrini. Vale mencionar que as bolsas de Wall Street abriram suas negociações agora a pouco, com os três principais índices acionários operando bem próximo da estabilidade.

No campo negativo
Nesta manhã, a Itália emitiu bônus soberanos com vencimentos em 2014, 2020 e 2022, a juros de 7,89%, 7,28% e 7,56%, respectivamente. A venda dos títulos públicos de três anos totalizaram € 3,5 bilhões e registraram o maior rendimento para títulos com esse período de vencimento na história da Zona do Euro. Com esse leilão, o custo de financiamento do governo sobe mais uma vez e volta a comprometer a capacidade de acesso do Tesouro ao mercado.

Ainda no front europeu, a agência de classificação de risco Fitch resolveu colocar em revisão as notas de crédito de 87 bancos europeus. A Standard & Poor’s, por sua vez, pode mudar a perspectiva do rating francês, hoje em AAA – o mais alto –, para negativa, segundo um jornal local. A Moody’s já alertou para o mesmo movimento em relação à França.

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Vale lembrar que na noite anterior a Fitch ainda revisou de estável para negativa a perspectiva do rating AAA dos Estados Unidos.

Indicadores
A agenda desta terça-feira conta com o primeiro dia de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), quando será definida a nova taxa básica de juros para a economia brasileira. Ainda por aqui, a FGV (Fundação Getulio Vargas) anunciou o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) do mês de novembro, que marcou taxa de 0,50%.

Nos Estados Unidos, será revelado o S&P/Case-Shiller Home Price, indicador que denota a trajetória dos preços das casas no país por meio de uma média móvel trimestral, apontou que os preços dos imóveis norte-americanos caíram 3,6% em setembro.

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Ainda na pauta econômica norte-americana, será divulgado o Consumer Confidence, índice que mede a confiança dos consumidores em cerca de 5.000 lares norte-americanos. Os investidores também acompanharão o FHFA – House Price Index, dado que mensura o preço cobrado pelas hipotecas às famílias norte-americanas.