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SÃO PAULO – O mercado de artes está em franca expansão no Brasil e no mundo, dizem os especialistas do setor. Estima-se que, no mercado internacional, o segmento movimente cerca de US$ 30 bilhões por ano, sendo que no Brasil este montante comece com US$ 500 milhões podendo chegar a US$ 1 bilhão. E é acreditando nisso que o Insper realiza nesta quinta-feira (27), em São Paulo, um debate sobre este nicho de investimentos no país.
“A arte contemporânea brasileira está no melhor momento de sua história, com grande potencial de investimentos e valorização muito acima dos ativos disponíveis no mercado”, afirma Heitor Reis, da Plural Capital, gestora que administra o BGA (Brazil Golden Arts).
Reis é o gestor do primeiro fundo de investimentos em artes do Brasil, o BGA, lançado em 2010 e atualmente com patrimônio estimado de R$ 40 milhões, 250 obras de 180 artistas nacionais e 70 cotistas. As obras são classificadas por Reis como “blue chips” (termo utilizado no mercado de ações para denominar as ações das grandes empresas), que compreendem 20% do portifólio e onde estão os artistas consagrados, e como “small caps” (denomina as ações de empresas menores), os outros 80% dos ativos onde estão os artistas emergentes. Atualmente o fundo está fechado para novos investidores.
“Escolhemos obras com grande potencial de valorização. Trata-se de um movimento que começou em 2000, mas que em 2008 foi bastante penalizado com a crise mundo afora. No caso do Brasil isso não aconteceu. A nossa arte seguiu alavancada por aqui e em nenhum momento ela se desaqueceu”, explica o gestor do fundo, que mantém em seu currículo a direção dos museus do Estado da Bahia e do museu de Arte Moderna da Bahia.
Os investidores
Quem investe neste tipo de fundo? Segundo Reis, os fundos em artes funcionam como um outro fundo qualquer. Neste caso, as cotas são destinadas a investidores qualificados, ou seja, aqueles que possuem mais de R$ 300 mil disponíveis para aplicações, que tenham um horizonte de longo prazo e que queiram diversificar seu portifólio aplicações. A taxa de administração média cobrada é de 2% a.a..
Os lucros desta modalidade de fundos advém da venda das obras, o que pode levar mais de cinco anos, aguardando o momento certo e a máxima valorização dos ativos. Estes por sua vez, passam todo o tempo guardados de forma especial sobre a responsabilidade do fundo, podendo ou não serem expostos.
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Estima-se que, em fundos como esse, algumas obras possam atingir valorização de até 500%, enquanto outras de 30% a 50%. “Ou seja, desvalorização zero, podendo estabelecer uma média de 150% a 200% acima do CDI (Certificado de Depósito Interbancário)”, diz o gestor que prepara para 2012 o lançamento de outro fundo como este no mercado.
Cuidados são os mesmos com qualquer fundo
No caso destes fundos, o investidor deve ter as mesmas preocupações que teria com um fundo de investimentos normal. “O investidor deve ter alguma afinidade ou conhecimento dos ativos que vai aplicar, tendo uma noção da sua rentabilidade, da liquidez da aplicação, estando também atento as prazos da aplicação”, explica o professor do Insper Direito, Eduardo Dotta.
Conhecer bem o gestor do fundo é fundamental, e deve apresentar grande habilidade para lidar este mercado. Além disso, segundo Dotta, a liquidez é outro ponto de atenção.
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“O ativo em artes é desvinculado do mercado financeiro, portanto, ele depende de uma valoração subjetiva, o que pode ser um diferencial. A grande preocupação deve ser mesmo com a liquidez, pois no caso do investidor precisar se desfazer das cotas rapidamente, pode não conseguir fazê-lo no prazo esperado”, conclui o professor do Insper.
Serviço:
Debate: Mercado de Artes no Brasil
Data: 27/10
Horário: das 18h30 às 20h30
Local: Auditório Steffi e Max Perlman – campus Insper
Rua Quatá, 300 – Vila Olímpia. Estacionamento na rua Uberabinha s/nº
Inscrições: www.insper.edu.br
Investimento: Grátis