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SÃO PAULO – Segundo a pesquisa O Brasileiro e o Dinheiro, feita pela empresa Ipsos com a pedido da Agência Estado, e publicada nesta terça-feira (05), mais da metade das pessoas entrevistadas (53%) nunca ou raramente faz programação de receitas e despesas da família.
Entre os brasileiros menos instruídos, este número chega a 69%, enquanto os mais escolarizados que fazem o orçamento doméstico somam 58%. As pessoas entrevistadas que costumam fazer o cálculo de despesa e receita contabilizaram apenas 25% e, entre as pessoas menos instruídas é de 19%.
Planejamento do orçamento
Nas classes mais baixas, D e E, dentre os que costumam e se preocupam em fazer o orçamento doméstico, mais da metade (52%) não conseguem a segui-lo. Os que não conseguem fazê-lo funcionar entre as pessoas com maior renda são 35%.
Segundo o diretor da Ipsos, Clifford Young, as classes mais altas têm menos noção de quanto gastam, mas conseguem fazer planejamento racional. “Já as classes mais pobres, apesar de terem noção mais precisa das despesas mensais, planejam menos e têm margem de manobra menor diante de imprevistos”.
Investimentos
Entre as diversas opções de investimentos, o percentual dos brasileiros que aplicariam em caderneta de poupança chega a 78% entre pessoas com pouca instrução e em 36% entre os que têm nível superior completo ou incompleto.
Entretanto a caderneta de poupança é o investimento menos rentável, mas poucas pessoas sabem disso. Entre os entrevistados mais instruídos, menos de um terço (22%) conhece os fundos DI, de curto prazo, cambiais, de ações e multimercado.
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De acordo com o consultor de finanças, Carlos Kawamoto, quando as pessoas buscam investimentos procuram o gerente do banco, que está vendendo um produto. “Mas precisam se lembrar de que o gerente é, basicamente, um vendedor dos próprios produtos. O cliente pode ouvi-lo, mas da mesma forma que ouviria qualquer vendedor”, disse o consultor.
Financiamento
Com o intuito de evitar financiamentos e cobrança de taxas de juros elevadas, o estudo revelou que 70% dos entrevistados economizariam antes para comprar o que desejam no futuro.
Entretanto 72% das pessoas ouvidas que compraram uma televisão nos três meses anteriores à pesquisa e 82% que adquiriram uma geladeira o fizeram por meio de um financiamento. Os que pagaram com crediário foram 40%.
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Dívidas e compras
Entre os inadimplentes, a pesquisa indica que 46% dos pertencentes às classes mais altas têm pendências por causa de móveis ou eletrodomésticos. Na população geral, o índice passa para 63% da população.
A compra por impulso é realizada “às vezes” por 36% da população geral. A porcentagem de compradores que adquirem produtos sem planejar aumenta quanto maior a renda e chega a 47% nas classes A e B.
Pesquisa
Foram 1.000 entrevistas feitas no período de 4 a 11 de julho. A pesquisa buscou uma amostra de 102,9 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, que moram em áreas urbanas, respeitando proporções por sexo, idade, grau de escolaridade e região demográfica.