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SÃO PAULO – As units da Santos Brasil (STBP11) tiveram forte desempenho desde o mês de outubro, graças à melhoria dos fundamentos da empresa e à impressão do mercado de que a disputa, que ocorre atualmente, entre seus acionistas controladores resultará em um bom tag along para os minoritários, acredita o Santander.
A companhia tem performado acima do Ibovespa constantemente e, desde outubro do ano anterior, os 48% de valorização dos papéis superam em 43 pontos percentuais os 5% de apreciação que o principal índice acionário brasileiro teve no período.
Bom segundo semestre
A empresa teve um forte avanço do volume no segundo semestre do ano de 2010, quando o crescimento de 40% ante 2009 surpreendeu positivamente o mercado. O início de 2011 também representou boa performance operacional, já que o terminal portuário da Santos Brasil reportou crescimento do volume transportado de 30% nos dois primeiros meses do ano quando comparado com o mesmo período de 2010, de acordo com Caio Dias e Alexandre Amson, que assinaram o relatório do Santander.
Disputa
Todavia, é a disputa entre os controladores que chama a atenção do mercado, e que tem movimentado o preço das ações. A oferta recebida por um dos grupos controladores pode propiciar a valorização do preço da ação, por causa do direito de tag along, em que os minoritários têm direito a receber a mesma quantia paga ao acionista controlador por sua participação na empresa.
Em fevereiro do ano anterior, o grupo Multi, veículo de investimento da família de Richard Klein, tentou exercer o direito de compra ou venda das ações, presente no acordo de acionistas da empresa. No entanto, o IMI, do Grupo Opportunity, afirmou que esse direito não tinha validade.
O IMI inclusive alegou que já havia recebido uma oferta para venda de 45 milhões das suas ações ordinárias da empresa para um terceiro investidor. Desde setembro, os grupos travam uma disputa judicial que corre em segredo, mas cujo resultado deve ser declarado nas próximas semanas, segundo expectativa dos analistas do Santander.
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Dias e Amson acreditam que o mercado percebeu que tanto o exercício do direito de compra ou venda quanto a materialização da oferta recebida pelo IMI trariam aos minoritários tag along acima do preço do mercado. Na época, a oferta recebida pelo IMI garantiria um preço de R$ 28,75 por ativo, 83% acima do preço do mercado nesse período.
Recomendação
Com isso, os analistas Dias e Amson concordam com a percepção dos investidores de que o resultado da disputa faria com que os direitos de tag along tivessem de ser exercidos. Contudo, com o atual patamar de preço das ações, isso representaria apenas 9,9% de upside (potencial de valorização), se mantida a oferta inicial.
Dias e Amson também acreditam que os bons resultados da empresa já estão precificados, o que faz com que a dupla de analistas recomende manutenção dos ativos da companhia, estabelecendo para as units preço-alvo de R$ 28,00, um upside de 7,11% até o final de 2011 ante o fechamento de segunda-feira.