De alta da Petrobras a disparada de 200% de small cap; veja 16 destaques da Bolsa

Elétricas lideram alta em "dia D" para o setor; bancos caem com BB chegando a afundar 4%, enquanto CCR recua após não entrar no leilão por Tamoios

Thiago Salomão

(Divulgação/Cemig)
(Divulgação/Cemig)

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SÃO PAULO – A Bovespa viveu um começo de manhã morno mas parece firmar um movimento de alta no começo desta tarde. Às 12h55 (horário de Brasília), o Ibovespa marcava ganhos de 0,56%, a 54.603 pontos. Neste cenário, as ações do setor elétrico e da Petrobras puxavam as altas do índice, enquanto do lado negativo aparecem as educacionais e bancos. Fora do Ibovespa a small cap Direct To Company chega a marca de 200% de valorização em 2 dias.

Nesta sessão, ainda é aguardada a reunião do Federal Reserve, que terminará às 15h e poderá trazer impactos no mercado. Além disso, às 14h o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, comunicará se teremos feriado em São Paulo na 2ª feira que vem (23), dia do próximo jogo do Brasil na Copa, com o intuito de evitar os problemas de congestionamento na cidade 

Confira os principais destaques da Bovespa nesta quarta-feira véspera de feriado nacional:

Elétricas em alta…
As ações das elétricas registram um dia de ganhos na Bovespa, com destaque para a Cemig (CMIG4, R$ 18,07, +2,21%), Cesp (CESP6, R$ 27,98, +1,86%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,55, +1,73%). As ações da companhia mineira atingem o maior patamar desde setembro de 2012, quando ocorreu a MP 579, que abalou as ações das elétricas no ano retrasado com as medidas para cortes dos preços de energia.

Na véspera, o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Romeu Rufino, expôs certa divergência com as demais autoridades do governo ao defender na terça-feira, 17, que o preço da energia de curto prazo (PLD) ainda está acima do suportável pelas companhias, admitindo um novo empréstimo para as distribuidoras.

Na contramão dos dirigentes dos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, Rufino coloca um novo empréstimo bancário como uma das alternativas com as quais o governo trabalha. “A diferença entre o preço da energia e o montante que tem cobertura tarifária ainda é significativa e nós vamos olhando isso mês a mês. Havendo necessidade, uma das possibilidades é voltar aos bancos”, disse. E emendou: “Mas isso é o Ministério da Fazenda que negocia. Pode ser que um mês não precise de suporte, e outro precise”.

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Cabe lembrar que uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que havia sido marcada para ontem, em caráter extraordinário, no Palácio do Planalto, antecipando a data original, acabou sendo adiada. Assim, o encontro ocorrerá no dia previsto anteriormente, a próxima terça-feira (24). Além disso, a Aneel deve divulgar hoje o reajuste tarifário das ações da Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,46, +0,67%).

… bancos em queda
Do lado negativo, aparecem as ações do setor financeiro, que voltam a sofrer na Bovespa em meio às especulações de que o repúdio generalizado aos xingamentos recebidos pela Dilma Rousseff durante o jogo de estreia do Brasil na Copa do Mundo possa se refletir em melhoria nas intenções de voto da atual presidente. É aguardada a divulgação do Ibope/CNI nesta quinta-feira às 9h30, sendo a primeira pesquisa após a estreia do Brasil na Copa – a expectativa é que ela saia na sexta-feira de manhã, mas não há confirmações ao fato.

O principal destaque negativo fica com o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 25,56, -2,22%), que chegou a cair mais de 4% durante a manhã. Vale destacar também que está tendo uma forte procura para alugar ações do BB, sinalizando que os investidores têm aumentado suas apostas em operações na ponta vendedora com o ativo. Já Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,19, -1,25%) e Bradesco (BBDC4, R$ 33,46, -1,15%) também apresentam quedas próximas de 1%.

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Petrobras vira para alta
Apesar da interpretação do mercado de que a Dilma não deverá cair nas pesquisas eleitorais, as ações da Petrobras (PETR3; R$ 17,67, +2,20%PETR4, R$ 18,71, +2,13%) apresentam alta de quase 2% nesta quarta. O que pode justificar este movimento divergente é o fato das ações do setor financeiro terem subido muito mais do que a petrolífera nas últimas semanas.

“Campeãs” de 2012 e 2013 em queda
As ações do setor de educação também apresentam queda de mais de 1%, em um movimento de realização de ganhos após as recentes altas nos últimos dias. Os papéis do setor foram os principais destaques da Bovespa nos últimos dois anos, embalados pelas medidas de estímulo do governo ao segmento – dentre elas o Fies.

Nesse cenário, destaque para Kroton (KROT3, R$ 59,97, -2,25%), Anhanguera (AEDU3, R$ 17,64, -1,62%) e Estácio (ESTC3, R$ 29,30, -0,64%).

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Small cap sobe 200% em 2 dias
As ações da Direct to Company (DTCY3) voltam a disparar na Bovespa, repercutindo a parceria anunciada com a ISAE (Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul) na manhã anterior. Nesta quarta-feira, os papéis da Dtcom subiam 33,85%, para R$ 0,87, após disparada de 124,14% no pregão anterior. Da cotação de fechamento na última segunda-feira (R$ 0,29) pra cá, a alta chega a 200%.

Segundo fato relevante, a Dtcom fará um projeto piloto voltado ao setor de saúde, denominado UNIPRÓ Saúde, que tem como objetivo a venda de cursos especializados aos profissionais da área, através de plataforma e-commerce. A receita da venda dos cursos será destinada aos pagamentos dos custos operacionais das partes, sendo que o resultado da operação será dividido de acordo com a participação de cada empresa no projeto. 

Além deste, a empresa anunciou outra acordo: a E-MARKET, elegeu a empresa como parceira de negócios, tendo como objetivo a oferta das soluções da empresa E-DOCEO. “A DTCOM aposta em uma forte aceitação das soluções ofertadas ao mercado consumidor, por esta razão dispõe a enviar seus esforços comerciais para expansão do projeto em âmbito nacional”, informa a empresa por meio de comunicado enviado ao mercado na terça-feira.

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Outros destaques:

SulAmérica (SULA11, R$ 16,00, -0,62%)
Até 2016, o ING vai vender suas participações em seguradoras, inclusive os 10% na SulAmérica, como parte do plano de seu presidente, Ralph Hamers, para voltar a ser um “banco puro”. A notícia, divulgada na terça-feira, ainda repercurte nos papéis da empresa, que acumulam perdas de quase 8% nos últimos 4 pregões. O banco precisa se desfazer completamente de seus investimentos em seguradoras, incluindo a participação de 10% que ainda tem no capital da brasileira SulAmérica, até o ano estipulado. A venda desses ativos faz parte da reestruturação em que o ING mergulhou após a crise financeira de 2008.

“A declaração não representa uma expectativa negativa para o modelo operacional/financeiro da instituição SulAmérica. Trata-se de um plano de reestruturação do grupo ING”, ressalta a equipe de análise da XP Investiementos. Segundo eles, o importante a ser ressaltado “é uma possível perda de know-how com a redução da parceria entre as instituições”. Porém, para a corretora, o mercado de seguros e a própria Sul América, continuam com boas perspectivas para o ano.

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BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,12, -2,48%)
o BB Seguridade vê suas ações caírem mais de 2% pelo 2º dia seguido, ainda repercutindo o corte de recomendação para market perform (em linha com o mercado) pelo Bradesco BBI. Apesar do desempenho negativo, os papéis da companhia ainda acumulam ganhos de 30,12% em 2014. Desde o IPO, realizado em abril do ano passado, a companhia já duplicou seu valor de mercado na Bovespa.

CCR (CCRO3, R$ 18,69, -1,16%)
A CCR anunciou que não iria apresentar proposta pela PPP Nova Tamoios. O grupo de concessões, que havia informando que estava estudando o projeto, não entrou em detalhes sobre sua decisão. No entanto, o presidente da companhia, Renato Vale, já havia indicado que a CCR seria ainda mais criteriosa em suas ofertas por novos ativos, tendo em vista o número de concessões incorporadas ao longo do último ano.

Os grupos que apresentaram propostas para o leilão da Tamoios foram: Ecorodovias (ECOR3, R$ 15,29, -0,71%), Triunfo Participações (TPIS3, R$ 8,49, -0,12%), Galvão Engenharia, Queiroz Galvão e consórcio integrado pela espanhola Acciona.

Saraiva (SLED4, R$ 19,29, +1,26%)
A editora e varejista informou que a Secretaria de Educação Básica aprovou 74% das obras inscritas pela companhia no PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). Segundo a Saraiva, 17 obras receberam o aval da secretaria, que pertence ao Ministério da Educação, de um total de 23 inscritas. O percentual de aprovação é superior aos 66% obtidos no programa de referência (PNLD/2012), disse a Saraiva.

Em comunicado, a companhia acrescentou que as obras serão incluídas no Guia do Livro Didático, produzido pelo MEC. A escolha dos livros que serão adotados é feita pelas escolas participantes, com base em sua proposta pedagógica.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers