S&P rebaixa perspectiva para rating da Bélgica, passando de estável para negativa

Incertezas frente à política doméstica na Bélgica apresentam risco para o status do programa de crédito do governo

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s anunciou nesta terça-feira (14) que revisou a perspectiva para o rating da Bélgica, passando de estável para negativo.

Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco reafirmou sua classificação “AA+” para o crédito de longo prazo do país e de “A-1+”, para o de curto prazo.

O analista da agência, Marko Mrsnik, comentou que, “acreditamos que as prolongadas incertezas frente à política doméstica na Bélgica apresentam risco para o status do programa de crédito do governo, especialmente dada as dificuldades que os mercados na Zona do Euro estão enfrentando”.

Em sua avaliação, as incertezas políticas no país ficam evidentes principalmente por conta do prolongado atraso na formação do governol, após as eleições de junho de 2010, bem como sua incapacidade em chegar a um consensos políticos, em meio à divisão linguística na Bélgica.

Ponto positivo
Apesar disso, o analista afirma acreditar que o prolongamento das incertezas políticas poderiam ser muito mais prejudiciais para a posição de crédito do governo, não fosse a força e a capacidade das instituições bélgicas, ambas no nível federal e regional.

Na visão de Mrsnik, esses pontos positivos estão ajudando o governo a ficar abaixo da sua meta para o déficit fiscal em 2010, de 4,8% do PIB (Produto interno bruto).

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Outro fator que ajudou a execução do orçamento em 2010 na Bélgica foi o crescimento melhor que o projetado da economia, que foi de cerca de 2%.

Riscos
Apesar dos dados positivos, os analistas apostam em risco para a meta fiscal de 2011 e também para a política orçamentária do país em geral. Isso porque, a avaliação é de que o atual governo da Bélgica está mal equipado para responder a choques nas finanças públicas.

Na opinião do analista, a necessidade bruta de financiamento do governo projetada para 2011, em cerca de 11% do GDP, poderá levar a uma alta das taxas básica de juros.