Ambev despenca 7% e lidera perdas da semana; veja as maiores altas e baixas

Após completar abril como a maior alta, Gol também lidera ganhos da semana no índice; apenas 10 ações fecharam o período no negativo

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Com forte alta nesta sexta-feira (2), o Ibovespa encerra a semana com alta de 3%, com apenas 10 das 72 ações do índice fechando o período no negativo. Por outro lado, 10 papéis registraram ganhos de mais de 9% entre os dias 28 de abril e 2 de maio. As maiores altas e quedas desta semana acabaram ficando com os mesmo destaques do mês de abril, com a Gol (GOLL4) registrando a maior alta e a Oi (OIBR4) liderando as perdas.

A expectativa por bons resultados da companhia aérea guiou o movimento altista da ação na Bovespa. Em comunicado divulgado na semana passada, a Gol informou que a demanda por voos disparou 15% na comparação entre o 1º trimestre de 2013 e de 2014. A receita por passageiro (Prask), por sua vez, teve avanço de 18% na mesma base de comparação, informou a companhia. Esses dados prévios alimentam as chances de que a empresa aérea divulgue bons números em seu balanço trimestral, que será divulgado em 14 de maio após o fechamento do pregão.

Outro ponto positivo para a Gol está associado a queda do dólar, que desde o início do mês está em forte queda – a moeda caiu de R$ 2,2694 para R$ 2,230 ao longo do mês -, o que ajuda a deixar mais “barato” o preço do petróleo, já que a commodity é lastreada em dólar. Importante ter em mente que os gastos com combustíveis respondem por cerca de 30% das despesas operacionais da companhia.

Ainda sobre o resultado da Gol, uma certeza já existe: a companhia informou que reconhecerá no balanço uma despesa financeira R$ 75,9 milhões, devido a mudanças do câmbio na Venezuela. O caixa da companhia aérea mantido naquele país totalizava R$ 350,3 milhões ao final de março, disse a Gol em comunicado, acrescentando que planeja repatriar o saldo remanescente de caixa. O governo venezuelano anunciou novas taxas de câmbio aplicáveis a certas indústrias, inclusive a aérea, neste ano.

Outras altas
Fechando o “top 3” das maiores altas da semana ficaram as units do Santander Brasil (SANB11) e a Anhanguera (AEDU3). O banco viu seus ativos subirem 15,55%, a R$ 14,79, puxado pela notícia divulgada na última terça-feira, na qual sua matriz espanhol anunciou que pretende comprar os 25% restantes das units negociadas na Bovespa, pagando um prêmio de 20% ao investidor. O pagamento será feito via BDRs (Brazilian Depositary Receipts) ou ADRs (American Depositary Receipts) e resultará na migração do Santander para do nível 2 de Governança Corporativa para o segmento tradicional.

Enquanto isso, a Anhanguera viu suas ações subirem forte nos últimos dias após divulgar sua prévia operacional do primeiro trimestre, apresentando um lucro líquido de R$ 99,4 milhões, valor 18% maior do que o mesmo período no ano anterior. Além disso, a empresa teve um aumento de 20,3% no Ebitda, que atingiu R$ 152,3 milhões neste trimestre. Além disso, nesta manhã a FIL Limited informou que aumentou sua participação na companhia para 5,06%, com um total de 22.130.468 ações ordinárias, o que mostra um grande investidor estrangeiro se interessando pela companhia.

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Veja as maiores altas da semana no Ibovespa:

Ações Cotação Desempenho na semana
Gol PN R$ 15,19 +17,93%
Anhanguera ON R$ 14,65 +15,93%
Santander R$ 14,79 +15,55%
Prumo Logística ON R$ 1,30 +14,04%
Cemig PN R$ 16,10 +12,85%

Ambev lidera perdas
Com a maior queda da semana ficaram as ações da Ambev (ABEV3) que foi bastante penalizada após a notícia de que o governo do Brasil irá aumentar novamente a tributação da cerveja e refrigerante no País – 2º aumento na carga tributária do setor de bebidas frias em menos de um mês e deve impactar em 1,3% o preço final dos produtos. O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, informou que, a partir de 1º de junho, serão corrigidas as tabelas de preços que servem como base para a incidência do IPI e do PIS/Cofins. Segundo ele, a medida resultará numa arrecadação adicional de R$ 1,5 bi este ano e valerá para cervejas, refrigerantes, refrescos, isotônicos e energéticos.

Oi cai 5%
Após sofrer o mês inteiro de abril com a decisão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) de permitir que os controladores votassem na assembleia que definiria a fusão entre a Oi e a Portugal Telecom – fato classificado pelos analistas como um “duro golpe aos minoritários“. A oferta de ações finalizada na última terça-feira – um dos passos fundamentais para que a fusão seja concluída – serviu como a “cereja do bolo” para mais quedas na Bolsa.

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As ações preferenciais da Oi caíram 5,18%, para 2,38. A oferta de ações da Oi teve preço fixado bem abaixo do que os papéis estavam valendo na Bovespa – OIBR3 foi precificada em R$ 2,17, enquanto OIBR4 ficou em R$ 2,00 – o que contribuiu para acelerar as perdas do papel. Vale ressaltar que, desde o começo de abril, destacava-se que o sucesso da oferta estaria condicionado na expectativa de que haveria um grande deságio para os papéis na oferta, o que fizeram com que muitos investidores passassem a fazer operação vendida no papel. Isso fez com que a demanda por aluguel de ativos crescesse vertiginosamente.

Veja as maiores quedas do Ibovespa na semana:

Ações Cotação Desempenho na Semana
Ambev ON R$ 16,01 -7,24%
Oi PN R$ 2,38 -5,18%
Souza Cruz ON R$ 20,80 -3,39%
Localiza ON R$ 33,51 -2,76%
Suzano PNA R$ 7,47 -1,58%

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.