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CARACAS – O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou na última quarta-feira (5) o governo do Panamá de “conspirar” contra sua gestão socialista e decidiu romper relações com o país. Segundo Maduro, essa conspiração justificaria uma intervenção estrangeira na nação petroleira.
A declaração ocorreu após o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, pedir uma reunião com a OEA (Organização dos Estados Americanos) para discutir a violência durante os protestos antigovernamentais que deixaram 18 mortos na Venezuela.
“Decidi romper relações políticas e diplomáticas com o governo atual do Panamá e congelar todas as relações comerciais e econômicas a partir deste momento em defesa da soberania de nosso país”, disse Maduro durante uma cerimônia da morte de um ano do ex-presidente Hugo Chávez. “Não vamos permitir que ninguém se meta impunemente com nossa pátria, lacaio rastejante presidente do Panamá”, acrescentou.
Esse movimento pode ser bastante prejudicial à Venezuela, que realiza parte de suas importações por meio das zonas francas do Panamá. Com uma interrupção do comércio, o desabastecimento do país, que tem 29 milhões de pessoas, poderia piorar. A escassez de dólares deixou os importadores venezuelanos endividados com seus fornecedores no Panamá nos últimos meses.
Mantinelli não demorou em reagir. “Decisão surpreendente do governo da Venezuela”, escreveu ele em sua conta no Twitter. “O Panamá só anseia que esse país irmão encontre a paz e fortaleça a sua democracia”.
Com Reuters