Petrobras cai 1,5% com forte baixa do petróleo; Via Varejo tem baixa de 3% e CSN desaba quase 6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (12)

Lara Rizério

(Divulgação)
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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (12) em queda, com os investidores seguindo o movimento de cautela do exterior, a sessão de forte baixa do petróleo, o vencimento de opções sobre o Ibovespa e a expectativa pelo parecer da reforma da Previdência. 

O noticiário corporativo também foi movimentado, com destaque para as ações da Via Varejo, que caíram 3,20%, enquanto o Pão de Açúcar fechou em leve alta após disparar até 3,52% com Michael Klein fechando a compra da dona das casas Bahia e Ponto Frio. Já CSN e Usiminas caíram forte depois de terem a recomendação reduzida pelo Morgan Stanley. Confira os destaques:

 

Pão de Açúcar (PCAR4) e Via Varejo (VVAR3)

O Grupo Pão de Açúcar anunciou que o seu Conselho de Administração aprovou a venda da sua fatia da Via Varejo – dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio – para Michael Klein a R$ 4,75 por ação, um valor 5% menor do que a cotação de fechamento da última terça-feira. 

O GPA afirma no documento que recebeu no último dia 11 carta de Michael Klein comunicando que, caso realize a venda de todas as ações que detém na Via Varejo em leilão na B3, o empresário apresentará, “individualmente (direta ou indiretamente) e em conjunto com outros investidores, uma ou mais ordens de compra para aquisição de todas as ações da Via Varejo detidas pela companhia pelo preço máximo de 4,75 reais por ação”.

O GPA possui atualmente 36,27% do capital social da Via Varejo. Assim, considerando a quantidade de ações atualmente detidas pelo grupo, a venda seria fechada por no mínimo R$ 2,23 bilhões.

Centauro (CNTO3) e Magazine Luiza (MGLU3)

Em mais um capítulo da disputa pela rede varejista online, a Centauro elevou pela segunda vez sua oferta para a aquisição da Netshoes, dessa vez para US$ 3,70 por ação, ante US$ 3,50 anteriormente. Dessa forma, o montante somaria US$ 114,9 milhões, valor 23% superior ao proposto pelo Magazine Luiza. A previsão é de que os acionistas da Netshoes deliberem sobre as propostas nesta sexta-feira, dia 14.

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Petrobras (PETR3;PETR4)

As ações da Petrobras tiveram queda em meio a uma sessão de forte baixa do petróleo, de cerca de 4%, com os dados do American Petroleum Institute apontando para alta nos estoques de 4,9 milhões de barris da commodity nos EUA, o que ajuda a aprofundar o movimento de queda em meio às preocupações com a desaceleração da economia global.

Mais tarde, as perdas do petróleo foram intensificadas com os dados da agência de energia mostrarem um aumento de 2,2 milhões de barris na última semana, ante expectativa de baixa de 481 mil barris. 

No radar da companhia, em audiência na Câmara dos Deputados, o CEO Roberto Castello Branco, afirmou que a companhia pretende investir US$ 105 bilhões nos próximos cinco anos, dos quais R$ 21 bilhões deverão vir da cessão onerosa. O valor é 25% superior ao previsto no plano de negócios 2019/2023. Do total, US$ 90 bilhões serão destinados a áreas prioritárias, como óleo e gás.

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A expectativa, destaca o Valor Econômico, é de que as multinacionais poderão, no leilão, dos excedentes do pré-sal, elevar suas participações no mercado brasileiro. Até 2020, a parcela da Petrobras poderá cair de 74% para 60%. Num cenário base, após a segunda metade da próxima década, essa participação poderá recuar a 50%.

Ainda sobre Petrobras, a empresa informou ontem o início da fase não vinculante do processo de venda da totalidade de suas participações em 27 campos maduros terrestres, localizados no Espírito Santo, denominados conjuntamente Polo Cricaré.

Segundo a empresa, nessa etapa do projeto, os interessados habilitados na fase anterior receberão instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes, além de acesso a um data room virtual contendo mais informações sobre o polo.

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“A presente divulgação ao mercado está em consonância com a Sistemática para Desinvestimentos da Petrobras e alinhada às disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto 9.355/2018”, afirma a empresa.

Além disso, a empresa assinou nesta terça-feira um termo de compromisso de cessação com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que consolida os entendimentos entre as partes sobre a execução de desinvestimento em ativos de refino no Brasil.

O termo tem por objeto propiciar condições concorrenciais, incentivando a entrada de novos agentes econômicos no mercado de refino, bem como suspender o inquérito administrativo instaurado pelo Tribunal do Cade para investigar suposto abuso de posição dominante da Petrobras no segmento de refino.

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Com a celebração desse termo, a Petrobras se compromete a vender integralmente os ativos de refino divulgados em comunicado de 26/4/19, com base em um cronograma acordado entre as partes, nos termos da Sistemática de Desinvestimentos da companhia, segundo o disposto no Decreto 9.188/17.

O acordo prevê que os seguintes ativos considerados como potencialmente concorrentes não poderão ser adquiridos por um mesmo comprador ou empresas de um mesmo grupo econômico: Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e Refinaria Abreu e Lima (RNEST); Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) e Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP); e Refinaria Gabriel Passos (REGAP) e Refinaria Landulpho Alves (RLAM).

Vale (VALE3)

Os investidores acompanharam, ainda que de maneira bem mais tímida nesta sessão,  a valorização no preço do minério, que opera com nova alta nesta quarta-feira. O movimento se segue ao de ontem, quando o preço do produto disparou com as medidas anunciadas pelo governo chinês de incentivo aos investimentos em infraestrutura no país.

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A Coluna Painel S.A. da Folha destaca que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu ontem as quebras de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman. Segundo a publicação a decisão vai na contramão da CPI de Brumadinho, que havia aprovado requerimento no último dia 4. Mendes afirmou não ver “necessidade ou utilidade” para tais informações.

Recomendações

O destaque do mercado ficou também para as recomendações de ações. O Carrefour Brasil (CRFB3) teve a recomendação reduzida pelo HSBC e pelo Bradesco BBI para equivalente a neutra, ambos com preço-alvo de R$ 24, enquanto Guararapes (GUAR3) foi elevada pelo HSBC para manutenção com preço-alvo de R$ 16,50.

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Já o Morgan Stanley reduziu a recomendação para Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) para equalweight (exposição em linha com a média do mercado), com preços-alvos respectivos de R$ 9 e R4 16,60. 

Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Braskem (BRKM5)

Em relação ao caso do Grupo Odebrecht, os grandes bancos brasileiros estão negociando em conjunto uma recuperação extrajudicial – ou seja, fora do ambiente da Justiça, afirmou ontem Octavio de Lazari, presidente do Bradesco. “Trabalhamos com todos os cenários (sobre a Odebrecht)”, disse Lazari. “Procuramos, porém, (priorizar) uma recuperação extrajudicial para que todos os atores possam sentar-se à mesa e chegar a um ajuste, com concessão de mais prazo e condição de pagamento diferenciada.”

Com cerca de R$ 70 bilhões em dívidas, a Odebrecht tenta não seguir o mesmo caminho de sua subsidiária do agronegócio, a Atvos, que no fim de maio pediu recuperação judicial após uma investidora americana, a Lone Star, ter conseguido na Justiça o arresto de parte da produção da empresa.

Outro revés ao Grupo Odebrecht foi a desistência da holandesa LyondellBasell, na semana passada, de comprar o controle da Braskem. Ativos da petroquímica também tinham sido oferecidos pela Odebrecht para facilitar as conversas com credores.

Gerdau (GGBR4)

Ainda no noticiário corporativo, a Gerdau negocia a compra da Siderúrgica Latino Americana (Silat), localizada em Caucaia, no Ceará, pertencente ao grupo espanhol Hierros Añón, diz o Valor Econômico. Segundo a publicação, a operação poderia movimentar cerca de US$ 100 milhões.

A companhia é produtora de aços longos e tem capacidade instalada anual de 600 mil toneladas de vergalhões e fio-máquina, além de 60 mil toneladas de malhas eletrosoldadas.

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Enel (ELPL3)

A Fundação Procon-SP informou ter multado a Enel Distribuição São Paulo (ex-Eletropaulo) em R$ 5,019 milhões por “condutas que estão em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor”. A entidade explica que a autuação baseia-se em reclamações de consumidores que procuraram o atendimento da fundação.

Procurada, a Enel Distribuição São Paulo afirmou ter sido notificada pela Fundação Procon SP e disse que tem até 15 dias para prestar os devidos esclarecimentos. A Distribuidora acrescenta que mantém canais regulares de relacionamento com o Procon-SP, para atender todas as solicitações.

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul foi informado pelo Estado do Rio Grande do Sul, controlador do banco, sobre o interesse na realização de oferta pública envolvendo ações excedente de controle, diz o banco em comunicado. A oferta abrangerá ações ordinárias até o limite da manutenção do controle acionário.

(Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.