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SÃO PAULO – A Petrobras anunciou na noite desta quarta-feira (17) um reajuste de R$ 0,10 no litro do diesel, o que, segundo o CEO da companhia, Roberto Castello Branco, representa uma alta entre 4,5% e 5,1% no valor do combustível nos pontos de venda da companhia. Com a notícia, os ADRs da estatal negociados em Nova York dispararam 3%.
Em coletiva, o executivo disse que a empresa não teve perdas com o adiamento do ajuste do preço do diesel e que isso se deu, em partes por sua política de hedge, sendo que foi o preço do frete marítimo que permitiu este reajuste menor.
Castello Branco defendeu em sua fala a abertura do mercado de combustíveis do país, bandeira defendida também pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“O monopólio é incompatível com a sociedade livre. Não é bom para economia e nem para o monopolista. Queremos competição, quero a Petrobras mais forte e pronta para competir”, afirmou o CEO da estatal.
Sobre a periodicidade dos reajustes, o executivo disse ainda que será flexibilizado “para quando achar importante ter”. Segundo ele, a Petrobras segue livre para definir os preços dos combustíveis: “a palavra final é minha”. Hoje os reajustes são feitos com intervalo mínimo de 15 dias.
Após anunciar um aumento de 5,7% no preço do diesel na última quinta-feira, a estatal voltou atrás no mesmo dia após o presidente Jair Bolsonaro ligar para o CEO da petrolífera, Roberto Castello Branco, e pedir a suspensão do reajuste. Na sexta, as ações da companhia desabaram 8%, levando a empresa a perder R$ 32,4 bilhões de valor de mercado.
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Já na última terça, ocorreu uma reunião entre Bolsonaro, ministros e o presidente da Petrobras. Após o encontro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o presidente pensou na dimensão política do reajuste quando ligou para o chefe da estatal.
Além disso, o ministro afirmou que estão em estudo várias alternativas para dar mais transparência à política de reajuste de combustíveis da Petrobras, entre elas indexar o preço do frete ao valor do diesel.
Ele citou que essa é a política utilizada nos Estados Unidos e disse que foram feitas “interrogações” à Petrobras durante a reunião com o presidente Jair Bolsonaro.
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“Tudo tem que ser estudado para o futuro, o presidente da Petrobras já estava estudando. Esse episódio precipita a aceleração de estudos”, ressaltou Guedes. “O próprio presidente da Petrobras está recalculando quais seriam as melhores praticas”.
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