Petrobras (PETR4)
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Após mais uma queda na semana passada, os papéis da Petrobras abriram em alta nesta segunda-feira, mas amenizaram fortemente os ganhos.
A estatal anunciou a manutenção do preço médio da gasolina em R$ 1,9873 nas refinarias a partir de terça-feira (12). Na sexta, a estatal havia anunciado um reajuste de 1,8% na gasolina válidos desde sábado.
Conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo, vista como uma das grandes prioridades do governo federal para este ano, a revisão do contrato que transferiu à Petrobras o direito de explorar, sem necessidade de licitação, 5 bilhões de barris em seis áreas do pré-sal da Bacia de Santos – a cessão onerosa – travou na questão de o pagamento de todas obrigações estar atrelado à moeda norte-americana. O acordo é pré-requisito para o megaleilão do pré-sal, que pode arrecadar até R$ 100 bilhões, pela estimativa do governo. Segundo cálculos preliminares, somente no caso das dívidas tributárias da Petrobras com a União, a diferença em utilizar dólar ou real seria de R$ 6,5 bilhões.
“Só resta superar a divergência em torno da moeda de referência”, confirmou o ministro das Minas e Energia, Moreira Franco, sem entrar em detalhes. O MME, o Ministério da Fazenda e a Advocacia Geral da União tentam resolver o impasse. O ministro admite que as negociações estão, “no momento, em ritmo mais lento”. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), explicou que o total de reservas de petróleo nos seis blocos da cessão onerosa deve atingir 17 bilhões de barris. Além dos 5 bilhões já em exploração pela Petrobras, outros 2 bilhões de barris seriam repassados pela União à empresa no encontro de contas. Os 10 bilhões de barris restantes seriam ofertados à iniciativa privada no leilão que o governo tenta fazer ainda na gestão de Michel Temer.
A reportagem apurou que, em relação à parte do pagamento da União à Petrobras, o entendimento está avançado. O repasse à empresa dos barris adicionais tem cotação em dólar. No mercado internacional, o barril de petróleo está em queda, mas a cotação internacional serve apenas como referência. No acordo celebrado em 2010, por exemplo, o preço do barril variava em cada campo, indo de US$ 5,82 a US$ 9,04. Já a taxa de câmbio usada na época foi R$ 1,7588 para cada dólar.
A Petrobras, por sua vez, será tributada sobre todos os ativos. O governo quer que essa dívida também seja atrelada ao dólar, com conversão feita no momento do pagamento do tributo, outro entrave. O ex-presidente da estatal, Pedro Parente, vinha tentando fechar um acordo desde que assumiu o cargo, em 2016. As conversas evoluíram a ponto de o executivo declarar, há dois meses, que estavam bem perto do entendimento. Pela Petrobras, a questão será agora negociada com Ivan Monteiro, que substituiu Parente na presidência da empresa, onde é também diretor financeiro.
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Segundo fontes que acompanham o impasse disseram ao jornal, a Petrobras alega que a legislação brasileira não prevê tributação em moeda estrangeira e, com o argumento de que a lei se sobrepõe aos acordos, propôs que a dívida seja fixada em reais. Procurada, a Petrobras diz que não comenta negociações em curso.
A equipe econômica estuda um mecanismo para pagar à Petrobras sua parte na revisão do contrato sem passar pelo teto de gasto – o limitador de despesas da União atrelado à variação da inflação. Um dos mecanismos em análise é considerar o pagamento como dívida existente e registrá-la como gasto financeiro, que não entra na conta. Alguns integrantes da área econômica avaliam que é possível enquadrar a revisão nos moldes do que acontece numa concessão, por exemplo as de rodovias.
No caso da Petrobras, a solução poderá ser autorização para um volume maior de extração de óleo – uma negociação que não passaria pelo Orçamento, mas que exigiria mudança legal. A possibilidade de dividir o pagamento em três parcelas também está em análise. O pagamento à Petrobras “por fora” do Orçamento não é bem visto por um grupo grande de técnicos do Ministério da Fazenda que veem nesse modelo uma tentativa de “contabilidade criativa”.
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A Petrobras ainda teve o ADR (American Depositary Receipt) elevado para market perform pela Raymond James.
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Recomendações
Atenção ainda para outras recomendações: a Ultrapar (UGPA3) foi elevada a “compra” pelo Citi, com preço-alvo de R$ 60, enquanto a CVC (CVCB3) teve a recomendação reduzida para underweight (exposição abaixo da média do mercado) pelo JPMorgan e liderou as perdas do dia no Ibovespa.
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No caso da Ultrapar, o Citi destacou que o sell-off recente cria oportunidade de entrada: as ações recuaram 35% no acumulado do ano, ante baixa de 4,5% do Ibovespa até sexta-feira. O Citigroup também espera que o crescimento da companhia melhore no segundo semestre de 2018 e em 2019. O preço-alvo foi cortado para R$ 60 por ação, diante de menor crescimento de distribuição de combustível. O modelo atualizado para cenário mais conservador para volumes e expansão de margem da Ipiranga.
Já o Credit Suisse reduziu a estimativa de Ebitda para 2019/20 da Ambev (ABEV3) em 4% e 3% respectivamente e o preço-alvo de R$23,50 por ação para R$ 22,00 por ação, mas mantendo o outperform. “Comparando com os pares globais do setor, AmBev ficou no topo em termos de crescimento de receita, mas a performance da ação ficou apenas em linha com as demais empresas, que tiveram uma queda de 17% nos últimos 18 meses, e seu yield de ganhos esteve relacionado com o juro real de 10 anos do Brasil”.
Os analistas acreditam que o mercado parece estar precificando que os volumes de cerveja nunca vão recuperar das mínimas de 2017 e que a margem no Brasil deve se estabilizar em 43% (vs. pico de 54,8%), o que eles avaliam ser improvável.
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BRF (BRFS3)
O governo brasileiro lamentou a medida antidumping da China sobre frangos, após a BRF despencar 7,5% na sexta-feira. O Brasil espera que o governo da China encerre a investigação em curso, sem a aplicação de medida antidumping definitiva.
O Brasil manifestou formalmente entendimento sobre a inexistência de dano causado pelas exportações brasileiras aos produtores chineses de produtos de frango e sobre a ausência de requisitos previstos na normativa da OMC que autorizem a imposição de medidas antidumping, diz a nota do Ministério da Agricultura.
Na sexta, o Ministério do Comércio informou que o gigante asiático imporia medidas antidumping temporárias sobre a importação de frango brasileiro. As medidas entraram em vigor no sábado e determinam que os importadores chineses do produto brasileiro paguem depósitos de 18,8% a 38,4% do valor das compras.
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Vale (VALE3)
Após a derrocada da última sexta-feira, as ações da Vale apontaram para uma sessão de maior tranquilidade nesta segunda-feira, de olho na cotação do minério de ferro em Dalian, que registrou leve alta de 0,75%.
No radar da companhia, ela chegou a um acordo para vender a futura produção de cobalto, aponta a Bloomberg, citando pessoas com conhecimento do assunto. O acordo envolve cerca de US$ 700 milhões em cobalto produzido no complexo de Voisey’s Bay, no Canadá, que produz predominantemente níquel, disseram as fontes. A Vale não quis fazer comentários. A mineradora tem procurado financiamento para prolongar a vida útil da mina ao transitar para o subsolo a partir de operações a céu aberto e disse publicamente que o chamado arranjo de streaming está entre as opções.
Azul (AZUL4)
O tráfego de passageiro em maio da Azul subiu 14% na base anual, com a capacidade subindo 13,5%. Como resultado, a taxa de ocupação foi de 80,1%, um aumento de 0,3 ponto percentual comparado com o mesmo período do ano passado, disse a companhia em comunicado. As ações chegaram a subir 5,3% na máxima do dia.
B3 (B3SA3)
A B3 confirmou a parceria com subsidiária da Bolsa de Xangai. A parceria envolve distribuição de dados de mercado e não se espera nenhum impacto relevante em receitas ou resultados no curto ou médio prazos, informou a B3 em comunicado.
Bancos
Os papéis do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB3) fecharam em forte queda nessa sessão pressionados por uma nova piora nos juros futuros. Por ser o setor com maior peso no Ibovespa, o desempenho acabou puxando o índice para o negativo nesta sessão.
CCR (CCRO3)
Os sócios da CCR deram início a conversas para rever o acordo de acionistas da companhia, aponta o Estadão. Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido buscam rever o contrato para que possam vender – total ou parcialmente – suas participações. Outra possibilidade é a entrada de um quarto investidor na companhia, que administra rodovias, como o Sistema Anhanguera-Bandeirantes, e aeroportos, como o de Confins, em Minas Gerais.
As discussões do acordo, ainda em estágio inicial, buscam costurar uma porta de saída para alguns sócios, que precisam levantar recursos para seus grupos – alguns em situação delicada. Com um portfólio valioso de negócios e com elevada geração de caixa, a CCR sempre foi preservada pelos acionistas, que se negavam a vender suas participações. Mas, com a crise que assolou o País e o setor, eles tiveram de rever suas posições.
Em nota, a Camargo Corrêa informou que “não tem nenhum interesse em sequer diminuir sua participação na CCR. Pelo contrário, continua convicta do potencial e crescimento da companhia”. A Andrade Gutierrez afirmou que não comenta boatos do mercado. Soares Penido e Temasek não comentam. O GIC não retornou os pedidos de entrevista.
Eletrobras (ELET6)
Na tarde desta segunda-feira, o presidente do TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região), desembargador Fernando Antonio Zorzenon da Silva, suspendeu a liminar que impedia o leilão das distribuidoras da Eletrobras. Segundo o desembargador, a concessão de tutela provisória (instrumento jurídico que impediu a realização do leilão) demanda “real probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, o que não ocorre no caso”. A liminar seguirá suspensa até que a Eletrobras apresente um estudo sobre o impacto que a privatização teria sobre os trabalhadores das distribuidoras.
A empresa passa também, a partir desta segunda-feira, por uma greve de 72 horas de seus empregados. Segundo o Estadão, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Maurício Godinho Delgado indeferiu parcialmente o pedido da Eletrobras para que a greve fosse considerada abusiva, por deter caráter político-ideológico e afetar serviços essenciais. Segundo o ministro, os trabalhadores têm assegurado direito à greve, mas terão que manter 75% do quadro de cada setor de cada uma das empresas do Sistema Eletrobras.
ViaVarejo (VVAR11)
Em nota divulgada nesta segunda-feira, o grupo francês de varejo Casino desmentiu a notícia de que um plano de venda de € 1,5 bilhão em ativos incluiria o processo, já em andamento, de desinvestimento na ViaVarejo. De acordo com o grupo, “trata-se de dois planos complementares”. A notícia surgiu após anúncio do plano de venda, que deve ser concluído no início de 2019, como parte de uma estratégia para reduzir dívidas do Casino na França em cerca de € 1 bilhão até o fim deste ano.
Oi (OIBR4)
De acordo com o jornal Valor Econômico, a disputa entre a Oi e a Pharol (antiga Portugal Telecom), chegou à justiça portuguesa. A operadora brasileira entrou com uma medida cautelar no dia 30 de maio a fim de suspender os efeitos de um dos itens votados na assembleia geral anual dos acionistas, realizada no dia 25 de maio pela companhia portuguesa. No encontro, a Oi foi impedida de eleger um representante no conselho de administração da empresa, apesar de ter uma participação de 10% no capital da Pharol.
JSL (JSLG3)
A JSL pagará R$ 68,1 milhões à Borgato por ações da Vamos. As ações compradas pela JSL representam aproximadamente 9% do capital social total da Vamos, segundo comunicado ao mercado.
A JSL e Vamos pagarão aos vendedores em dinheiro, a prazo e sujeito a correção pela variação do CDI. Os vendedores também receberão 3.202.374 ações da Movida. As participações de titularidade da JSL e 3.037.500 ações a serem emitidas pela JSL mediante incorporação de sociedade não-operacional “a ser constituída pelos vendedores mediante contribuição de parte das ações de emissão da Vamos de propriedade dos vendedores”.
Tecnosolo (TCNO4)
A Tecnosolo Engenharia protocolou petição na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro para aprovar o novo plano de recuperação judicial, segundo comunicado divulgado na sexta-feira.
A petição conta com 22 laudos e 600 páginas de anexo e foi submetida pelo juiz ao administrador judicial e ao Ministério Público no dia 4 de junho. O documento foi pedido pelo juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e tem como objetivo dar subsídios para a aprovação do segundo aditivo do plano de recuperação judicial. “A Tecnosolo não tem dúvidas de que as informações serão confirmadas pelo administrador judicial que mantém um rígido acompanhamento das atividades da empresa”, destacou a empresa.
(Com Agência Estado e Bloomberg)