Eike é convocado a prestar depoimento em ação movida por ex-investidor da OGX

O autor da ação acusa o empresário de tecer falsas promessas de lucro e criar uma imagem da OGX Petróleo e Gás bem distante da realidade

Fredy Alexandrakis

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SÃO PAULO – No dia 15 de agosto, o empresário Eike Batista deve prestar depoimento à 51ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em uma ação de indenização de danos materiais da qual é réu. O autor da ação, Anderson Formenton Luciano, é um empresário paulista que investiu na OGX Petróleo e Gás (que também é ré na ação) e alega ter sofrido prejuízos com sua falência. 

Anderson acusa Eike de tentar enganar investidores com comunicados enviados periodicamente sobre os progressos da empresa. Em sua opinião, o objetivo do proprietário da OGX era de tecer falsas promessas de lucro e criar uma imagem da empresa bem distante da realidade.

Joia da coroa do grupo EBX, de Eike Batista, as ações da OGX passaram de sonho a pesadelo para os investidores dois anos após o IPO (Initial Public Offering), realizado em 2010. A companhia não conseguiu entregar as suas promessas de produção de petróleo, o que fizeram com que os papéis tivessem uma forte derrocada. A companhia entrou com pedido de recuperação judicial em 2014 e que foi encerrado em 2017, com a petrolífera bem mais enxuta e com uma diluição grande da participação acionária de Eike na empresa. Atualmente, a companhia se chama Dommo Energia (DMMO3). 

 A situação de Eike também mudou bastante nos últimos anos. Antes um dos mais ricos do País, o agora ex-bilionário cumpre recolhimento noturno, proibido de deixar sua casa durante as noites e aos finais de semana e feriados. O empresário chegou a ser preso em janeiro do ano passado no âmbito da Operação Eficiência, desdobramento da Operação Lava Jato; ele foi indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa.  Na operação, ele foi investigado por repassar US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O pagamento foi feito, segundo a PF, por meio de uma ação fraudulenta que simulava a venda de uma mina de ouro, com intermédio de um banco no Panamá.