Magazine Luiza dispara 19% desde anúncio de oferta de ações; JBS salta até 6% e Vale afunda 3%

Confira os principais destaques de ações desta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Pressionado pelas ações da Vale, que recuaram na esteira do minério de ferro após a atividade industrial chinesa decepcionar em agosto, o Ibovespa fechou praticamente no zero a zero nesta quinta-feira (14), a 74.656 pontos. Com a queda da commodity, caíram forte também os papéis da Bradespar – holding que detém participação da Vale – e as siderúrgicas. 

Destaque ainda para as units do Santander, que registraram queda de 2,5% nesta sessão, destoando do restante do setor. Bradesco caiu menos de 1%, enquanto as ações do Itaú Unibanco e Banco do Brasil fecharam no positivo. Em relatório do BTG Pactual desta manhã, analistas chamam atenção sobre o valuation esticado do Santander, além do fim “lock up” [período em que alguns acionistas são proibidos de venderem suas ações] do Qatar Holdings (que ainda detém 3% do banco) em 4 de outubro. “O papel está 18% acima do valor da última oferta o que pode acelerar a venda dessa fatia”, comentam.

Do outro lado, as ações da JBS dispararam até 6% e fecharam como a maior alta do Ibovespa, em meio à crescente discussão sobre a sucessão na presidência da empresa. 

Confira abaixo os principais destaques de ações desta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 15,65, -0,19%; PETR4, R$ 15,04, +0,07%)
As ações da Petrobras fecharam entre poucas perdas e ganhos entre mercado interno apático e dia positivo para o petróleo no exterior. Em Londres, os contratos futuros do petróleo Brent registravam alta de 0,16%, a US$ 55,25 o barril, enquanto os contratos do WTI, negociados em Nova York, fecharam em alta de cerca de 1%, a US$ 49,89 o barril. 

Além disso, no radar, o conselho de administração da companhia aprovou, na última quarta, o fechamento de mais um acrodo para encerrar uma ação individual proposta à Corte Federal de Nova York por um grupo de afiliadas da Discovery Global. A estatal não informou o valor envolvido na negociação, mas fontes próximas informaram a veículos da imprensa que foi algo na ordem de US$ 14 milhões.

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Também no noticiário da estatal, a Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras) vai questionar na Justiça o plano de ajuste no principal fundo de pensão da estatal, que prevê aporte de R$ 27,7 bilhões. O plano aprovado na última terça-feira estabelece contribuição extraordinária para empregados e aposentados da companhia por 18 anos. A medida promoverá uma injeção de R$ 14 bilhões no Plano Petros do Sistema Petrobras.

JBS (JBSS3, R$ 8,59, +3,87%)
As ações da JBS lideraram os ganhos do Ibovespa nesta sessão e atingiram na máxima do dia alta de 6,05%, a R$ 8,77.

Após a prisão de Wesley Batista por suspeitas de envolvimento em insider trading, a empresa acelerou as discussões sobre a sucessão na presidência, informaram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg. A companhia deve optar por um dos seus atuais executivos para o cargo caso seus advogados não consigam convencer o juiz a conceder habeas corpus a Wesley nos próximos dias.

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Entre os potenciais nomes, aparecem André Nogueira, atual presidente da operação norte-americana da companhia, Gilberto Tomazoni, chefe global de operações, e Tarek Farahat, presidente do conselho. Também circula na imprensa o nome de José Batista Júnior, o mais velho dos três irmãos Batista. A diretoria da JBS é hoje controlada pelos irmãos e tem resistido aos pedidos do BNDES para remover Wesley do cargo. O conselho se reuniu informalmente na quarta-feira sem definir sucessão de Wesley Batista, segundo uma das pessoas ouvidas na condição de anonimato.

Vale (VALE3, R$ 33,62, -3,31%; VALE5, R$ 30,98, -2,58%)
As ações da Vale caíram pelo segundo pregão seguido, acumulando perdas de 3,5%, seguindo o desempenho do minério. A commodity spot (à vista) negociada no porto de Qingdao, na China, caiu 3,36%, a US$ 73,99 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério cotados na bolsa chinesa de Dalian caíram 5,90%, a 510 iuanes. 

Acompanharam o movimento negativo os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 25,70, -4,07%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 11,94, -0,75%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,75, -2,54%), CSN (CSNA3, R$ 10,39, -0,29%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,43, -0,35%). 

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No radar, decisão da 5ª turma do Tribunal Regional Federal da 1° Região determinou hoje a paralisação imediata das atividades da mina Onça Puma, da Vale, segundo comunicado no website do Ministério Público. A Onça Puma explora uma mina de níquel no município de Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará, segundo o comunicado. A ordem responde o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que sejam pesquisados os danos causados pela atividade sobre os índios Xikrin e Kayapó. 

Enquanto não cumprir as obrigações da licença ambiental relativas aos indígenas, a Onça Puma deverá ficar paralisada e pagar compensações que foram arbitradas em um salário mínimo por indígena afetado, a partir de setembro de 2016, diz o comunicado. 

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Além disso, titulares do valor principal de US$ 489,4 milhões dos títulos em circulação garantidos pela Vale com cupom de 4,625% e vencimento em 2020 aceitaram condições da recompra ofertada até o prazo de encerramento antecipado, fixado pela empresa em 18 de setembro, segundo comunicado ao mercado. Considerando o prêmio a ser pago pela empresa, valor total para aquisição de títulos aceitos na data da liquidação antecipada será de US$ 522,4 milhões, excluindo os juros acumulados e não pagos. O prazo para aderir a recompra se encerra em 27 de setembro

Recomendações

A Ambev (ABEV3, R$ 21,19, +0,05%) teve cobertura iniciada com recomendação “equalweight” pelo Morgan Stanley. Embora registre queda nesta sessão, vale menção que a ação da companhia subiu mais de 5% nos últimos três pregões. Na terça-feira, o Credit Suisse elevou a empresa de neutra para “outperform” (desempenho acima da média). 

Além disso, a BRF (BRFS3, R$ 45,40, +0,15%) foi elevada hoje de “neutra” para “overweight” pelo JPMorgan, enquanto a Marfrig (MRFG3, R$ 7,10, -1,11%) foi rebaixada pelo mesmo banco de “neutra” para “underweight” (desempenho abaixo da média). 

Cosan (CSAN3, R$ 38,80, -1,07%)
A Cosan Limited informou ao mercado que lançou e precificou uma oferta de bônus no valor máximo de US$ 500 mihlões, com prazo de vencimento em 2024, com uma taxa de rmuneração de 5,95% e garantia da companhia.

Gol (GOLL4, R$ 13,37, +2,93%)
A companhia informou que houve uma queda de 0,2% no volume de decolagens em agosto e uma alta de 0,5% no total de assentos disponibilizados, o que gerou um aumento na oferta de 3%, ao passo que a demanda subiu 3,4%, comparativamente ao mesmo período no ano passado. A taxa de ocupação em agosto deste ano foi de 78,1%, o que corresponde a uma alta de 0,4 ponto-percentual ante o mesmo mês em 2016. O número de passageiros transportados aumentou 1,6%.

Paranapanema (PMAM3, R$ 1,67, +1,21%)
O conselho da companhia aprovou um aumento de capital social de R$ 352,4 milhões, por meio da emissão de 225,9 milhões de novas ações ordinárias, no âmbito da oferta pública de distribuição primária com esforços restritos de colocação. Segundo comunicado, também foi fixado preço por açõa de R$ 1,56. Com a medida, o capital social da empresa passará a ser de R$ 1,74 bilhão, dividido em 545 milhões de papéis.

BTG Pactual (BPAC11, R$ 19,21, +1,16%)
Segundo a Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de S. Paulo, o banco está preparando sua volta ao varejo de empréstimos vencidos inadimplentes — os chamados créditos podres.

BR Malls (BRML3, R$ 14,59, +1,18%)
Em esclarecimentos sobre reportagem que dizia que pretende vender ativos ou montar um fundo imobiliário, a companhia informou que “a reciclagem de portfólio é uma de suas diretrizes estratégicas”. “A companhia permanentemente analisa propostas de terceiros relativas à alienação de ativos, encontrando-se, atualmente, em análise de potenciais negócios (sujeitos a diversas condições), pelo que informa que, até o momento, não há quaisquer termos ou documentos definitivos celebrados nesse sentido”, dizia em comunicado ao mercado. A empresa informou também que a avaliação de aquisições é parte integrante de sua estratégia de crescimento, e que, por isso, “realiza constantemente a análise de possibilidade de compra de ativos relevantes”.

A BR Malls também comunicou que ” como informado ao mercado quando da realização da captação de recursos através do procedimento de Follow On, pretende destinar cerca de 18,7% do montante total captado para a implementação de sua estratégia de crescimento através de aquisições, e de 8,0% para o fortalecimento de seus ativos core ou relevantes”.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 82,00, +13,42%)
Depois de afundarem 12% na terça-feira, na esteira da aprovação de uma oferta de 24 milhões de ações, as ações da Magazine Luiza apresentam forte recuperação. Os papéis acumulam alta de 19% em dois dias e retornam a patamares anteriores à notícia. No pregão de terça-feira, a Carteira InfoMoney recomendou aumento de exposição ao papel, quando valia R$ 66,50. De lá para cá, a ação acumulou alta de 21%.

 Banco Indusval (IDVL3, R$ 2,49, -0,40%; IDVL4, R$ 2,03, -4,69%)
As ações PNs do Banco Indusval devolveram praticamente todo o ganho registrado ontem, quando subiram 5,42% em meio ao anúncio da venda de 70% do capital da sua corretora Guide Investimentos para a gestora de investimentos chinesa Fosun pelo valor de R$ 290 milhões. O Indusval manterá participação de 20% na Guide, com 56.208 ações preferenciais, mas terá a opção de vender essa fatia à própria Fosun no futuro, com eventuais acréscimos proporcionais à valorização do ativo. O preço atribuído a 100% da corretora é de R$ 414 milhões.