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O presidente Michel Temer vive a mesma ilusão que danou os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Rousseff de que na política brasileira, nas relações do governo com os partidos políticos e com os parlamentares, vale o que é combinado, o que é escrito. Ou seja, que basta montar uma base congressual ampla e irrestrita, ser um “encantador de políticos” que tudo o que governo pedir, tiver os selos da “racionalidade” de que é o “melhor para os pais” é fava contada na contagem dos votos nos plenários da Câmara e do Senado.
Em termos de “encantamento”, de “assédio” aos políticos, Dilma foi um desastre – é um desastre de “antipatia” política. Porém, Fernando Henrique e Lula, foram (talvez ainda sejam) inigualáveis na arte de atrair, de conversar. Bem mais que Temer, que carrega alguns ranços “elitistas” em suas posturas. E, no entanto, tanto Fernando Henrique quanto Lula fracassaram em alguns momentos cruciais no Congresso, perderam batalhas legislativas que poderiam ter mudado, para melhor, os rumos da política, da economia e da administração púbica brasileira mais que inegavelmente mudaram.
E ambos chegaram a gozar, em boa parte de seus mandatos, Lula mais até que Fernando Henrique Cardoso, de elevada popularidade.
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A lógica da política brasileira é uma só – eleição. Conquistar, manter e perpetuar mandatos e espaços na administração pública. Esta é única “racionalidade” que partidos e políticos entendem, apregoam, obedecem. Só cedem quando sentem nos calcanhares a cavalgada da opinião pública. Com exceções cada vez mais raras, nenhum político “afronta” seu eleitor. Se algo tem cheiro de “impopular”, “antipopular”, adeus.
O problema, contudo, não é a impopularidade do presidente – ele mesmo diz que não está preocupado com isso, embora esteja. A questão é que o governo não está sabendo contar bem sua história. Não conseguiu convencer que as reformas da Previdência e trabalhista e a já aprovada terceirização, estão no rumo certo, vão trazer benefícios para todos – embora alguns possam ter seus interesses ou que tais prejudicados.
Popularmente: está perdendo a batalha da comunicação. Não é adulando o Congresso que Temer vai aprovar as mudanças propostas de forma substancial. Está aí o novo líder do oposicionismo, Renan Calheiros, para não deixar ninguém se iludir.
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Ele ganha se ganhar a sociedade – ou como se diz, as ruas.