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SÃO PAULO – O noticiário corporativo trouxe fatos importantes que podem refletir no desempenho das ações no pregão da próxima quinta-feira (8), quando a BM&FBovespa retoma suas atividades após o feriado de 7 de setembro. Confira os destaques das empresas informados após o fechamento da última terça-feira e nesta quarta:
Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras acertou a venda de parte de sua malha de gasodutos para o fundo canadense Brookfield, conforme noticia o jornal O Estado de S. Paulo. O negócio, estimado em cerca de R$ 19 bilhões (US$ 5,9 bilhões), envolve uma fatia de 90% na subsidiária Nova Transportadora do Sudeste (NTS). Os termos do acordo serão levados pela estatal, até o fim do mês, ao seu conselho de administração, que terá de aprová-lo. Se confirmada, será a maior venda de ativos realizada pela petroleira em seu plano de desinvestimentos.
A meta da Petrobras é arrecadar US$ 15,1 bilhões até o final deste ano com a venda de ativos, para reequilibrar suas contas. Desde o último ano, a petroleira já negociou cerca de US$ 4,6 bilhões com a venda de participações na Gaspetro, responsável pela gestão das distribuidoras regionais de gás; ativos na Argentina e no Chile; além de campos de petróleo como a área de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos.
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O martelo sobre a NTS deve ser batido em reunião do conselho da estatal no próximo dia 28, segundo fontes que acompanham a negociação. Discutida desde o início do ano, a oferta pela malha de gasodutos previa venda de 80% das ações. Em maio, a Petrobrás iniciou negociação exclusiva com a Brookfield, que ampliou a oferta após visitar bases operacionais da empresa.
JBS (JBSS3)
Um possível atraso na reestruturação societária da JBS e a percepção de obstáculos no refinanciamento da dívida da empresa são as principais preocupações do mercado em relação à JBS, após a operação Greenfield, que investiga “gestão temerária e fraudulenta” nos fundos de pensão estatais brasileiros. Apesar de não envolver a processadora de carnes diretamente, a investigação tem como alvo a Eldorado Celulose, empresa controlada pela mesma holding, a J&F.
Após a ação da companhia cair mais de 10% no pregão de segunda-feira e 1,7% ontem, bancos rebaixaram a recomendação da JBS e alertaram sobre os possíveis riscos que a envolvem. Segundo informações do Broadcast, as investigações levantam temores sobre alterações no cronograma da reestruturação societária e a consequente abertura de capital da JBS Foods International na Bolsa de Nova York (Nyse). Esta mudança foi anunciada em maio, logo após a saída de Henrique Meirelles da presidência do conselho consultivo da J&F, para assumir o Ministério da Fazenda, no mesmo mês, e foi responsável por sustentar ganhos dos papéis.
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A listagem da JBS Foods International foi o que sustentou os ganhos das ações recentemente, de acordo com o BTG Pactual. “Tememos, portanto, que este processo de listagem poderá sofrer atrasos se uma revisão geral de gerenciamento se revele necessária”, diz relatório.
Além da reestruturação, analistas citam a questão do endividamento da empresa. A JBS encerrou o segundo trimestre com uma dívida líquida de R$ 49,2 bilhões. A alavancagem ficou em 4,1 vezes ao final de junho, acima dos 3,84 vezes no primeiro trimestre. A porcentagem da dívida de curto prazo em relação à dívida total ficou em 32% no período, dos quais 82% são linhas lastreadas às exportações das unidades brasileiras. Ao final do período, 91,4% da dívida era denominada em dólares.
BRF (BRFS3)
A BRF anunciou, nesta quarta-feira, o início de uma oferta de recompra, pela subsidiária BFF Internacional, de todas as 7,25% senior notes de emissão da BRF com vencimento em 2020, e o de uma oferta, pela BRF, de recompra de todas as 5.875% senior notes de emissão com vencimento em 2022. Conforme conta a companhia em comunicado enviado ao mercado, as ofertas “estão sendo realizadas de acordo com os termos e condições previstos no memorando de oferta de recompra”, desta data.
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IGB Eletrônica (IGBR3)
A IGB, dona da marca Gradiente, informou que, em virtude de decisão judicial proferida pelo juízo da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, o Diretor Presidente da companhia, Eugênio Emilio Staub, foi cautelar e temporariamente impedido de exercer suas funções, sendo afastado do cargo.
Com isso, quem assume o comando da empresa é Moris Arditti, atual Diretor Vice-Presidente. A companhia ressaltou ainda que seu Conselho de Administração irá se reunir o mais rápido possível com o objetivo de recompor o quadro diretivo da companhia.
“No que se refere às investigações da Operação Greenfield, necessário destacar que se trata de procedimento preliminar de carater investigatório em face da pessoa física do Sr. Eugênio Emílio Staub, de maneira que não recai, sobre a Companhia ou qualquer outra sociedade com o qual ela mantém qualquer vínculo, nenhuma investigação relacionada ao caso”, diz a nota da IGB.
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Lupatech (LUPA3)
A Lupatech apresentou após o fechamento do pregão desta terça-feira (6) o seu novo plano de recuperação judicial. Em comunicado, a empresa afirma que o novo plano estabelece os termos e condições para a reestruturação das dívidas do grupo e atende aos critérios estabelecidos nos acórdãos da 2ª Câmara.
Em junho, a 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo anulou a decisão homologatória do plano. A Lupatech entrou em recuperação judicial em maio de 2015.
(com Agência Estado)