Eletrobras e Oi disparam mais de 10% e Petrobras “se salva” de dia negativo com Credit; CSN cai 13% na semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí
Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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SÃO PAULO – Apesar do pregão extremamente volátil, o Ibovespa encerrou a sessão nesta sexta-feira praticamente no zero-a-zero. O mercado reagiu mais cedo ao risco colocado à mesa de o Federal Reserve antecipar o temido aperto monetário. O elemento que mexeu com o humor foi a afirmação do vice-presidente do Fed, Stanley Fischer. Após a presidente do banco central americano, Janet Yellen, ter gerado algum alívio nos mercados, Fischer reforçou a preocupação com uma antecipação do aperto monetário nos Estados Unidos.

Os papéis da Vale, que operaram em alta praticamente durante todo o pregão, viraram para queda nesta tarde, seguindo o desempenho do minério de ferro, que afundou nesta sessão, rompendo o patamar dos US$ 60,00 a tonelada. Já a Petrobras conseguiu se manter em terreno positivo, puxada por otimismo vindo de um relatório do Credit Suisse. A Usiminas também foi sustentada por um relatório, desta vez do HSBC, que elevou a recomendação das ações da siderúrgica. 

Na semana, a queda do Ibovespa de mais de 2% fez com que apenas 9 das 59 ações do benchmark fechassem em alta no período. Na ponta positiva, os papéis da JBS, Fibria e Cesp, com ganhos entre 5,6% e 1,9%. Do outro lado, as siderúrgicas CSN e Gerdau afundaram mais de 10%, seguidas por Bradespar – holding que detém participação na Vale – e Metalúrgica Gerdau. Vale lembrar que esta semana o trader profissional Wagner Caetano, diretor da Top Trader, se desfez das 50.000 ações da siderúrgica após 2 meses e meio da compra, embolsando um lucro de R$ 202 mil (confira a matéria completa clicando aqui). 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Vale (VALE3, R$ 18,09, -0,50%; VALE5, R$ 15,32, -0,58%)
As ações da Vale perderam força e viram para o campo negativo, em dia de pregão extremamente volátil do mercado doméstico. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 10,64, +1,14%) – holding que detém participação na mineradora -, que lutaram por mais tempo no campo positivo, também caíram no final do dia. Os ativos seguiram a derrocada dos preços do minério de ferro, que rompeu o patamar dos US$ 60 a tonelada. A commodity desabou 3,75% no Porto de Qingdao, na China, indo a US$ 59,13 a tonelada nesta sexta-feira. 

No radar, a mineradora Vale sofre pressão por substituição de presidente, segundo informou O Globo. Após a conclusão do processo de impeachment, caso o afastamento de Dilma Rousseff seja confirmado, as pressões sobre o presidente interino, Michel Temer, para a troca de comando na Vale devem ser retomadas, disseram fontes ao jornal. O movimento seria liberado pela bancada mineira do PMDB, insatisfeita com as demissões promovidas no estado pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira, ao longo do ano passado e com o impacto do acidente da Samarco. 

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Além disso, o diretor de Relações com Investidores da Vale, André Figueiredo, disse que a mineradora está usando com meta meados do próximo ano para retomada da Samarco, sua joint venture com a BHP Billiton. A meta é baseada na expectativa de que a licença ambiental da Samarco seja obtida em fevereiro, disse ontem Figueiredo em São Paulo. Os comentários foram reproduzidos pela Agência Estado e confirmados pela assessoria de imprensa da Vale nesta sexta-feira. Na apresentação ao mercado divulgada ontem, Vale disse que assim como a BHP espera que a Samarco “ainda venha a gerar uma parte substancial dos fundos necessários” para os trabalhos de limpeza e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem em novembro de 2015. 

Os papéis das siderúrgicas, por sua vez, tiveram desempenho misto. Gerdau (GGBR4, R$ 9,40, +2,85%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,77, +4,14%) registraram ganhos ligeiros, enquanto Usiminas (USIM5, R$ 3,55, +5,65%) disparou nesta sessão, destoando do movimento do setor, após recomendação elevada de redução para manutenção pelo HSBC. A exceção foi a CSN (CSNA3, R$ 8,02, +2,15%), que encerrou o dia no negativo. Na semana, a ação da siderúrgica encerrou como a maior queda do Ibovespa (-12,78%).

Além disso, a Usiminas respondeu, em comunicado enviado ao mercado, notícia divulgada pelo Valor Econômico nesta semana. A siderúrgica afirmou que seus controladores não têm informações sobre eventual cisão da siderúrgica, após solicitar a eles que se manifestassem sobre notícia envolvendo eventual plano de cisão da empresa. Previdência Usiminas: “Nenhuma proposta de divisão da companhia foi submetida à apreciação desta acionista até a presente data”; Nippon Steel: “Neste momento não há nenhuma informação relevante relacionada com os assuntos relatados que necessitem ou devam ser divulgados publicamente”; TerniumTechint: “Não há uma decisão ou fato relevante que requeira divulgação”. 

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No noticiário de hoje sobre a companhia, o mesmo jornal Valor noticia que a CSN prepara estudo para mostrar os malefícios da divisão da Usiminas. Os resultados preliminares do estudos mostram que há potencial de perdas econômicas, comerciais, industriais e empresariais, além de não fazer sentido para o mercado de capitais. Segundo a siderúrgica, o único sentido seria “egoístico” para resolver o conflito entre os controladores, Nippon Steel & Sumitomo Metal e TerniumTechint.

Petrobras (PETR3, R$ 15,07, +1,48%; PETR4, R$ 12,84, +2,47%)
As ações da Petrobras subiram após o Credit Suisse ter elevado a recomendação para os ADRs da Petrobras de underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para neutro; o preço-alvo para os papéis PBR.A, equivalente aos preferencias, passou de US$ 2 para US$ 8,60. 

Os analistas ressaltam que, desde o início da cobertura no ano passado, eram bastante cautelosos com a Petrobras devido os diversos riscos envolvidos no papel e uma importante dependência que o valor da empresa tem do preço de petróleo e câmbio. Os riscos ainda existem mas, após analisar doze cenários, eles ressaltam que, apesar de ainda não enxergarem um risco-retorno atrativo no nível de preço atual, entendem que o mercado pode cada vez precificar os cenários mais otimistas. “Existe espaço para a valorização significativa da ação se os investidores esperarem recuperação no petróleo, mas teríamos que aumentar a probabilidade do cenário bull para justificar um upside significativo nos níveis de preço atual. Dado o grande intervalo que o valuation pode atingir ao variarmos as premissas e a agressividade de premissas que é necessário para justificar o preço atual de tela, entendemos que o risco-retorno não é atrativo”, afirmam os analistas.

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No noticiário da companhia, a estatal já teve até agora cerca de 6.100 adesões ao seu plano de desligamento voluntário lançado em abril e tem a expectativa de que o número aumente ainda mais até o fim deste mês, quando termina o prazo de inscrições, afirmou a Reuters citando uma fonte com conhecimento do assunto.

O programa de cortes de pessoal abrange o universo de empregados com condições de se aposentar, ou um total de 12 mil funcionários, o que equivale a cerca de 21% do quadro da estatal. Quando lançou o plano, a petrolífera explicou em nota que, em um cenário em que todos se inscrevessem, a empresa teria um custo de R$ 4,4 bilhões com demissões e uma economia de R$ 33 bilhões até 2020.

Eletrobras (ELET3, R$ 20,77, +11,79%; ELET6, R$ 28,10, +13,44%)
As ações Eletrobras dispararam nesta sessão em meio à notícia de que a empresa pode ter dividendos em 2017, disse Ari Santos, trader da H.Commcor. Segundo informação do Valor Econômico desta sexta-feira, a empresa pode ter dividendos ano que vem se terminar este ano com lucro líquido, ainda que seja reflexo da contabilização das indenizações por ativos antigos de transmissão.  

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De acordo com informações do jornal, a estatal pode distribuir em 2017 cerca de R$ 360 milhões em dividendos aos preferencialistas, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado, em conversa com a imprensa ontem, depois de evento promovido pela Apimec. 

Marcopolo (POMO4, R$ 3,27, +0,93%)
Analistas da Citi Corretora se encontraram com José Martins, co-fundador da Marcopolo e presidente da Associação dos Produtores de Ônibus (Fabus). Enquanto no curto prazo visibilidade da demanda segue baixa, Martins se mostrou otimista com as perspectivas de longo prazo para a demanda se o suporte do governo atender as propostas da indústria (pacote de renovação de frota, linhas de financiamento de longo prazo), destacaram os analistas. Segundo eles, a notícia é relevante para Marcopolo. A recomendação da corretora segue em vender a ação.

Os analistas continuam cautelosos com a velocidade e magnitude da recuperação da demanda por ônibus no curto-prazo, dada a incerteza nas condições financeiras e baixa visibilidade de suporte politico. Por isso, eles decidiram manter a recomendação, devido ao valuation caro da ação. 

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Oi (OIBR3, R$ 3,55, +18,33%; OIBR4, R$ 2,38, +13,33%)
As ações ONs e PNs da Oi dispararam até 20,33% e 16,19% nesta sessão, a R$ 3,61 e R$ 2,44, após o fundo americano PointState Capital sinalizar que vai votar a favor das mudanças propostas por Nelson Tanure na Oi, conforme informou a Agência Estado. Essa indicação do fundo americano foi o suficiente para o mercado interpretar que pode haver um movimento favorável dos credores ao que Tanure está propondo e, com isso, desatar o nó da recuperação judicial, disse o head de mercados de capitais da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto. 

Tanure, por meio do fundo Société Mondiale, ganha força na disputa com a Pharol (antiga Portugal Telecom), maior acionista da tele. Na pauta das assembleias de acionistas, marcadas para 8 de setembro, está a destituição de membros do conselho de administração ligados à Pharol e a eleição dos indicados de Tanure. O posicionamento favorável às mudanças sugeridas pelo empresário foi feito em documento entregue à Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais dos EUA. 

O Société Generale e o Point State têm fatias de 8,32% e 6,32% na tele, respectivamente, mas os porcentuais podem subir nos próximos dias, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real da Grupo Estado. A Pharol é dona de 22,24% do capital social da Oi. Juntos, os fundos têm hoje quase o mesmo poder de decisão em assembleias que os portugueses, pois todos os acionistas estão limitados a um poder de voto de 15%. O Broadcast apurou que Tanure já teria o apoio de ao menos outros oito fundos. Além disso, irá elevar a sua fatia na tele até a assembleia, caso ela ocorra. 

No documento enviado à SEC, o PointState disse ter mandado carta ao agente fiduciário BNY Mellon, em 17 de agosto, pedindo que o seu voto em assembleia fosse computado a favor da proposta do Société Mondiale. O fundo americano informou possuir, por meio de fundos afiliados, 8,65 milhões de American Depositary Shares (ADS), representando 43,25 milhões de ações ordinárias. Procurada, a Oi informa que vem adotando a prática de estender o direito de voto aos titulares de ADS nas assembleias realizadas pela companhia.

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 67,03, +1,25%)
As ações da Transmissão Paulista subiram após o Bradesco BBI elevar a recomendação do papel para outperform (desempenho acima da média), assim como o preço-alvo, que passou de R$ 78,00 para R$ 89,00. “Até agora, a nossa principal preocupação com a CTEEP foi a possibilidade dos impostos sobre os ganho de capital que podem ser cobrado sobre o “RBSE” (Rede Básica do Serviço Existente) a receber. No entanto, depois de conversas recentes com especialistas de gestão/fiscais em empresas afetadas pelo problema (Eletrobras, a CTEEP, e Copel), nos tornamos menos preocupados”, comentaram os analistas do banco. O “RBSE” refere-se ao ressarcimento de ativos de transmissão não-amortizados, que expirou em meados de 2012, o que para a CTEEP deverá atingir cerca de R$ 7,7 bilhões em junho de 2017 (quando o reembolso será iniciado).

Gol (GOLL4, R$ 6,41, +2,89%)
As ações da Gol também tiveram a recomendação elevada pelo Credit Suisse de underperform para neutro, com preço-alvo de R$ 7,00, uma vez que a recente valorização do real reduziu significativamente a alavancagem. Os analistas destacam enxergar uma melhora operacional para os próximos trimestres. “No entanto, a baixa liquidez é um problema, fazendo com que nossa estimativa de uma margem ebit de 8% em 2017 não seja suficiente para que a empresa reverta o prejuízo e passe a reportar lucro”. 

Além disso, a Gol aprovou a anuência da subsidiária VRG Linhas Aéreas para que GE Commercial Aviation Services (GECAS) ceda seus direitos e obrigações de arrendadora para Delta Airlines, sendo condicionada à confirmação pela Delta da aquisição de 4 aeronaves Boeing 737-700, segundo comunicado. O Conselho aprovou também rescisão antecipada de 4 contratos de arrendamento celebrados entre VRG e GECAS, referentes a 4 aeronaves Boeing 737-800. O Conselho aprovou ainda operação de subarrendamento a ser celebrada entre a VRG, como subarrendadora, e a Delta, como subarrendatária, referente a motores de 4 aeronaves, na qual a GECAS é a arrendadora, segundo comunicado.

Embraer (EMBR3, R$ 14,21, +0,57%)
O conselho de administração da Embraer elegeu John Stephen Slattery como vice-presidente-executivo do negócio de aviação comercial da companhia. A eleição vale a partir de hoje e o término do mandato deve ocorrer junto com os dos demais membros da diretoria, na primeira reunião do conselho que se realizar após a assembleia geral ordinária que aprovar as demonstrações financeiras do exercício de 2016.

Tereos (TERI3, R$ 63,50, +0,47%)
Ocorreu na quinta o leilão da OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Tereos. Segundo informou a BM&FBovespa, 4,39 milhões de ações da companhia foram habilitadas em leilão de OPA. Há um mês, a companhia publicou o edital da oferta pública de aquisição para cancelamento de registro e saída do Novo Mercado. O preço da oferta ficou definido em R$ 65,00, valor acima do laudo de avaliação pelo Bradesco BBI, que ficava entre R$56,01 e R$ 61,60. Amanhã, as ações da companhia deixarão de ser negociadas no Novo Mercado da BM&FBovespa.