Incêndio em refinaria da Petrobras, Suzano rebatendo acusação e mais 9 notícias no radar

Confira os principais destaques do noticiário da manhã desta segunda-feira (24)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A semana começa bastante agita no mercado, principalmente com a Petrobras, que teve um forte noticiário durante o fim de semana, incluindo um incêndio na refinaria de Pasadena, no Texas. Entre outros destaques estão a Suzano respondendo acusação de dumping. Confira as principais notícias desta segunda-feira (24):

Petrobras
A Petrobras (PETR3PETR4) desativou a unidade de craqueamento catalítico fluido (FCCU, na sigla em inglês) com capacidade de produção de 56 mil barris por dia de gasolina na refinaria de Pasadena, Texas, Estados Unidos, com capacidade para 100 mil barris por dia, após um incêndio durante a noite de domingo, afirmaram fontes familiarizadas com as operações da fábrica.

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Todas as outras unidades da refinaria tiveram a produção desativada após o incêndio eclodir na FCCU por volta das 19h20 no horário local no domingo, disseram as fontes. As outras unidades devem voltar à produção por volta das 12h no horário local nesta segunda-feira, afirmaram as fontes. Foi o terceiro incêndio na refinaria norte-americana desde sexta-feira e o segundo verificado no domingo.

Ainda no radar da empresa, os ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Fazenda, Joaquim Levy, instituíram grupo de trabalho com o objetivo de avaliar os impactos sobre a concorrência, a regulação e as políticas públicas do processo de desinvestimento da Petrobras “em atividades com características de monopólio natural”.

A decisão de acompanhar o plano de venda de ativos da estatal está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 24, e já havia sido anunciada por Braga há duas semanas. De acordo com o ministro, o objetivo é acompanhar os desinvestimentos da empresa nas áreas de dutos e gás. Segundo Braga, o grupo irá trabalhar para estimular a concorrência no setor, tido pelo governo como “estratégico para um novo ciclo de desenvolvimento”.

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O grupo será composto por representantes dos dois ministérios e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), sob a coordenação do MME e relatoria da Fazenda. Os trabalhos deverão ser concluídos em 60 dias, contados da data de instalação do grupo.

O fundo de investimentos alemão HSBC Inka, controlado pelo HSBC, retirou as acusações feitas contra Petrobras em um processo em Nova York, segundo informações do Valor. A ação havia sido arquivada na quarta-feira, acusando a companhia de inflar valores de ações e títulos de dívida vencidos entre 19 de agosto de 2012 e 13 de maio deste ano. Em seguida, a Inka ajuizou uma nova ação judicial contra a estatal em Nova York, mas sem citar o HSBC como seu controlador. Com a mudança, a companhia segue ré de 13 ações individuais, além da ação coletiva – a “class action” – que corre paralelamente nos Estados Unidos.

Ainda sobre a companhia, o diretor-geral da Fitch no Brasil, Rafael Guedes, disse que vê situação da Petrobras mais realista e melhores que no passado, mas a elevada alavancagem da empresa só não se reflete em um problema maior por conta do suporte do governo federal. Segundo ele, “sem dúvida” a situação da empresa é mais “confortável” do que no passado recente, quando a estatal teve que até mesmo adiar a divulgação dos balanços trimestrais, por conta de incertezas sobre as perdas decorrentes do escândalo de corrupção.

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IPO da IRB
Acionistas da IRB aprovaram na sexta-feira o pedido de abertura de capital da companhia durante AGE (Assembleia Geral Extraordinária), informou o Bradesco, que detém 8% das ações da empresa, em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A quantidade de ações e o preço mínimo serão definidos ainda. O governo pretende levantar R$ 7,4 bilhões com o IPO da IRB e da Caixa Seguradora, disse uma pessoa da equipe econômica a par das discussões. O governo detém hoje 17% do total das ações da IRB.

Bematech
As ações da Bematech (BEMA3) devem ser retiradas de circulação na Bolsa assim que o processo de venda da companhia para a Totvs for concluído. No entanto, a nova controladora planeja manter a marca Bematech em sua carteira de produtos, principalmente por conta da forte presença no varejo.

“Uma vez aprovada pelas assembleias e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Totvs terá 100% do capital dessa nova empresa, resultante da reorganização societária. Então, não faz muito sentido que a Bematech tenha capital aberto”, afirmou o presidente da Totvs, Rodrigo Kede, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. O executivo ressaltou, no entanto, que os papéis da Totvs continuarão em circulação e serão oferecidos aos atuais acionistas da Bematech.

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Na semana passada, a Totvs anunciou um acordo para a aquisição da Bematech. Pela proposta que será submetida aos acionistas de ambas as companhias e à aprovação do Cade, a Totvs será titular da totalidade das ações ordinárias da Bematech, numa a operação que pode movimentar R$ 549,899 milhões. A composição do valor a ser atribuído por ação ordinária da Bematech levou em conta um valor por ação da Bematech de R$ 11,00, depois da distribuição dos dividendos, e um valor por ação da Totvs de R$ 38,00.

Segundo o comunicado enviado pela Totvs, os acionistas da Bematech deverão receber, para cada ação de emissão da companhia de que sejam proprietários na data em que se consumar a reorganização, 0,043421048 ação ordinária de emissão de Totvs mais R$ 9,35, ex-dividendos. Os valores consideram que o capital total da Bematech esteja representado, na data da consumação da reorganização, por 49.990.870 ações ordinárias, ex-tesouraria.

Suzano
Em resposta à taxação antidumping aplicada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a Suzano Papel e Celulose (SUZB5) informou, no sábado, que não planeja alterar a sua estratégia de exportação para os Estados Unidos, enquanto não for proferida uma decisão final na investigação, prevista para o primeiro trimestre de 2016.

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Segundo a companhia, o caso sob investigação não se refere a preços abaixo do custo de produção, mas sim à avaliação dos valores praticados no mercado norte americano comparados à atuação da empresa no mercado doméstico. Esta comparação, segundo a Suzano, sofre forte influência cambial dependendo do período de investigação.

Anteontem, a empresa informou que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos proferiu na quarta-feira decisão preliminar, em processo de investigação de dumping nas importações de certos tipos de papel não revestido provenientes da Austrália, Brasil, China, Indonésia e Portugal. O papel não revestido é usado em envelopes e páginas de livro, por exemplo.

O órgão norte-americano fixou preliminarmente uma taxação antidumping de 33,09% contra a Suzano, a ser aplicada a partir da publicação oficial da decisão naquele país, “impactando, assim, as exportações da Suzano para os EUA, exclusivamente de papel não revestido cortado (folio e cut size)”.

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Segundo relatório do BTG a clientes, a decisão é marginalmente negativa para a Suzano, principalmente por ocorrer em um momento de fraca demanda no Brasil. O mercado norte-americano representa 9% do total das exportações de papel. Com a aplicação de taxa de 33,09% sobre a Suzano, o banco projeta um impacto negativo de R$ 100.

Klabin
A Aneel autorizou o adiamento do cronograma de implantação da Usina Termoelétrica Klabin Celulose, em Ortigueira (PR), segundo resolução publicada no Diário Oficial. A Klabin (KLBN4) pediu postergação do cronograma de implantação citando dificuldades relacionadas à definição da composição acionária, estruturação financeira, revisão do escopo técnico da fábrica de celulose e complexidades nos estudos para conexão dessa usina, segundo documento da Aneel. A UTE tem potência instalada total de 330.000 kW.

Telefônica
A Telefônica Vivo (VIVT4) não está mais disposta a participar da consolidação do número de operadoras de telefonia no país, segundo o Valor Econômico. Segundo o joranl, a companhia quer tocar sua vida, do alto de seus R$ 70 bilhões de valor de mercado, e mira a Sky para ganhar força no que é menor em sua carteira de serviços: TV por assinatura. Em outras palavras, comprar a TIM no modelo tripartite – dividindo com Oi e Claro – não está em seus planos, no cenário atual. A compra da Sky seria uma operação do porte da GVT, entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões.

Marisa
A Marisa (AMAR3) deliberou na sexta-feira à noite aumento de capital social no valor de R$ 238.103.423,91, passando este de R$ 661.493.441,09 para R$ 899.596.865,00, além da bonificação na proporção de 1 nova ação ordinária para cada 10 ações ordinárias detidas pelos acionistas. Terão direito à bonificação os acionistas titulares de ações na posição acionária final do dia 25 de agosto deste ano.

Banco do Brasil
Ainda na sexta, o Banco do Brasil (BBAS3) informou o valor da remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e juros sob capital próprio, relativos ao segundo trimestre de 2015:

Ações BB – ON Valor por ação  Valor atualizado até 21 de agosto
Dividendos R$ 0,01397633823 R$ 0,01425259578
JCP R$ 0,01397633823 R$ 0,12678606263
Remuneração Total R$ 0,13830491118 R$ 0,14103865841

Copel 
A Fitch Ratings afirmou o rating da Copel (CPLE6), ‘AA+(bra)’, de sua subsidiária integral Copel Geração e Transmissão e de suas emissões de debêntures. A perspectiva do rating corporativo é estável. “Os ratings da Copel e da Copel GeT permanecem suportados pelo sólido perfil financeiro em bases consolidadas, beneficiado por robusta geração operacional de caixa, conservadora estrutura de capital e forte posição de liquidez”, afirmou a agência de classificação de risco.

Brasil Pharma
A Brasil Pharma (BPHA3) teve seu rating de longo prazo rebaixado pela Fitch Ratings para ‘B+(bra)’ , de ‘BB(bra)’. A agência colocou o rating em observação negativa. Em comunicado, explicou o motivo do rebaixamento: “reflete a contínua incapacidade de a companhia retornar a uma geração de caixa operacional materialmente positiva e as maiores incertezas em relação à equalização de sua estrutura de capital em bases sustentáveis”.

Mills
O Credit Suisse reiniciou cobertura da Mills (MILS3) com uma recomendação “outperform” (acima da média do mercado), com um preço-alvo de R$ 8, o que implica um potencial de alta de cerca de 50%. “Nossas projeções foram atualizadas para incorporar um cenário conservador de crise prolongada e ritmo lento da rentabilidade normalização”, disseram os analistas, que encerraram a cobertura anteriormente com preço-alvo de R$ 18.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.