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O senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a criticar o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em discurso nesta quarta-feira (5). Collor afirmou que Janot transforma propositalmente a Operação Lava-Jato em um “festim midiático” e que as acusações que pesam contra si na investigação são usadas pelo procurador-geral para se autopromover.
— Desde que [Janot] se apoderou da função, vem imprimindo aos trabalhos daquele órgão um modus operandi baseado principalmente, e isso é visível, no conluio com grande parte da mídia, em que prevalece o vazamento de informações e a criação de uma narrativa, de modo a dar aparente veracidade aos fatos — afirmou o senador.
Entre fatos que fazem parte da “sórdida estratégia”, Collor citou a apreensão de três carros de luxo de sua propriedade e a citação de seu nome como coordenador de um grupo que teria movimentado cerca de R$ 26 milhões no esquema de corrupção da Petrobras entre 2010 e 2014.
— Nada tenho a ver com os fatos a mim imputados. Reafirmo que tudo não passa de ilações, falsas versões impingidas à opinião pública de forma a esterilizar a verdade, a escamotear as reais intenções midiáticas do procurador-geral e a impor a narrativa que a ele interessa.
Recondução
Collor ressaltou que Janot está em campanha para ser reconduzido ao cargo de procurador-geral (seu mandato encerra-se em setembro) e que o Senado tem a palavra final sobre a indicação a ser feita pela presidente Dilma Rousseff. Ele alertou que a sociedade está atenta a esse processo.
— A responsabilidade institucional do Senado quando da apreciação do nome será ainda maior. É preciso que todos abram os olhos para muitos dos aspectos nebulosos que estão por trás dessas investigações — observou.
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O senador também leu na tribuna uma carta assinada por servidores da Secretaria de Comunicação Social do Ministério Público e encaminhada a Janot no início de março. O documento contém questionamentos feitos pelos servidores a respeito da imagem institucional do órgão.