Petrobras ameniza nos minutos finais e Vale cai 3%; veja mais destaques

Com pessimismo sobre dados operacionais, PDG despenca, junto com a Hering, que tem a maior queda do dia após apresentar seus números do quarto trimestre de 2014

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em pregão de forte volatilidade, o Ibovespa perdeu força nos minutos finais do pregão desta terça-feira (27) e operava em queda de 0,23%, a 48.463 pontos, às 16h45 (horário de Brasília). No radar dos investidores fica a reunião da presidente Dilma Rousseff e seus novos ministros além da expectativa pela divulgação do resultado da Petrobras.

As ações da estatal, que operaram durante toda a manhã no negativo, viraram para alta nesta tarde e chegaram a disparar 4%. Os papéis, no entanto, perderam força na reta final do pregão. A petrolífera está cercada de especulação, já que nesta terça-feira está previsto para depois do fechamento a divulgação do balanço do 3º trimestre de 2014. “Estamos freneticamente indo atrás de uma explicação para a virada da Petrobras, mas talvez pode ter vazado quanto será a perda contábil ou qual será o guidance da companhia”, disse ao InfoMoney um gestor que pediu para não ser identificado. Em uma hora, os papéis subiram 7,5%.

Mas não foi apenas a Petrobras que teve uma sobrevida no mercado: várias ações que fazem parte do Ibovespa ganharam forças após o meio dia. A JBS (JBSS3, R$ 11,62, +4,68%), maior alta do índice neste momento, marcava queda de 1,75% por volta das 12h30.

Alguns outros papéis não conseguiram virar para o positivo, mas amenizaram fortemente suas perdas após o “horário do almoço”. O caso mais emblemático é a Vale (VALE3; VALE5), cujas ações chegaram a cair até 5% durante a manhã.

Entre as maiores altas desta terça-feira neste momento estão:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 JBSS3 JBS ON 11,57 +4,23
 SBSP3 SABESP ON 13,79 +4,08
 MRFG3 MARFRIG ON 5,15 +4,04
 CESP6 CESP PNB 24,76 +3,86
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 17,27 +3,35
 

Confira os destaques desta terça-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 9,57, +0,31%; PETR4, R$ 10,09, +1,72%)
As ações da Petrobras viram para forte alta na Bolsa antes da divulgação do resultado do terceiro trimestre, após o fechamento do mercado nesta terça. Hoje à noite a companhia apresentará seus números. O mercado ficará atento para quanto será a baixa contábil que a empresa reportará referentes aos desvios de recursos nos projetos investigados pela Operação Lava Jato (analistas esperam um montante entre US$ 10 e US$ 20 bilhões), além da potencial redução no plano de investimentos da companhia.

Vale (VALE3, R$ 18,86, -3,52%VALE5, R$ 16,86, -3,55%)
As ações da Vale têm a quarta sessão seguida de perdas nesta terça-feira, em meio à derrocada das commodities. No acumulado, os papéis acumulam perdas de 12%. Acompanham o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 12,38, -2,29%), holding que detém participação na mineradora. Hoje, o minério de ferro – principal produto da Vale – renovou mínima desde maio de 2009, atingindo US$ 62,80 a tonelada no mercado à vista chinês. 

Oi (OIBR4, R$ 5,99, -9,10%)
Os papéis da Oi operam com fortes quedas nesta terça em meio à notícia de que os debenturistas da companhia aprovaram a venda dos ativos portugueses da Portugal Telecom à Altice, segundo comunicou a brasileira na noite da véspera. Durante a assembleia, foi discutida a assunção pela companhia de um índice financeiro de alavancagem máxima igual ou inferior a 4,5 vezes em relação aos quatro trimestres de 2015, levando em conta a relação entre sua dívida bruta total e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A discussão previu uma relação de 6 vezes para situações específicas decorrentes da operação de venda da PT Portugal. A companhia informou que publicará em 28 de janeiro edital de convocação para nova assembleia geral de debenturistas, que será realizada em 12 de fevereiro. 

Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas seguem o mesmo caminho da Vale e caem forte hoje em meio à derrocada do minério de ferro. Entre as maiores quedas do Ibovespa, aparecem Gerdau (GGBR4, R$ 8,82, -1,12%), Usiminas (USIM5, R$ 3,90, -2,01%) e CSN (CSNA3, R$ 4,97, -1,00%). 

No radar das empresas, a Usiminas teve seu rating cortado na véspera pela Moody’s, de “Ba2” para “Ba3”.

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,60, -7,69%)
As ações da PDG Realty estão em queda livre desde ontem, acumulando desvalorização de 22% e renovando sua mínima histórica. O movimento vem descolado do restante do setor. Na mínima do dia, os papéis da PDG chegaram a atingir queda de 10,77%, a R$ 0,58. Ontem, as ações da imobiliária fecharam em queda de 13,3%. Esse é o quarto pregão seguido de quedas dos papéis. 

Segundo operadores, o papel estar sendo penalizado por um sentimento ruim quanto sua prévia operacional do quarto trimestre, que ainda não foi revelada. Outras empresas do setor já apresentaram seus números, como Even, MRV, Gafisa, Eztec, e não vieram muito bons. O esperado é que os dados da PDG venham ainda piores, disseram. 

As últimas empresas que divulgaram seus números foram Gafisa e Eztec, na semana passada. No caso da Gafisa, os lançamentos atingiram R$ 241,5 milhões no quarto trimestre, uma redução de 69% na comparação anual, enquanto as vendas atingiram R$ 303,9 milhões, queda de 51% na mesma base de comparação. Segundo analistas da XP Investimentos, os números ainda foram fracos. As vendas caíram menos do que os lançamentos, o que gerou melhora nos estoques, mas ainda assim o VSO (que mensura a velocidade de vendas) continuou muito baixo. 

Ex-HRT (HRTP3, R$ 4,78, -17,42%)
As ações da PetroRio, ex-HRT Petróleo, seguem para seu segundo pregão de fortes perdas depois da disparada de 98% na semana passada depois de confirmar a compra de 80% da participação da Shell nos campos de Bijupirá e Salema. Hoje, aparece no radar da companhia a notícia de que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) indeferiu recurso impetrado pela PetroRio e impediu pela segunda vez que a petroleira compre participação de 40% da dinamarquesa Maersk no campo de Polvo, na Bacia de Campos. Atualmente, a PetroRio é operadora da área e detentora dos outros 60% do ativo. A decisão está em ata de reunião da agência reguladora de 14 de janeiro, publicada nesta segunda-feira na internet.

Sabesp (SBSP3, R$ 13,71, +3,47%) e Copasa (CSMG3, R$ 17,50, +6,45%)
As companhias de saneamento viram para alta nesta tarde, em meio à declaração do diretor da região metropolitana de São Paulo, Paulo Massato, de que em um pior cenário, a companhia poderá adotar racionamento de até cinco dias da semana sem água, com abastecimento retomado nos outros dois; de acordo com ele, a medida só será necessária caso haja perigo de que a Cantareira zere sua capacidade. Na última sexta-feira, a Copasa surpreendeu ao anunciar oficialmente o risco de racionamento de água. Até então, a empresa afirmava que os reservatórios estavam mais baixos, mas não a ponto de admitir a possibilidade de um racionamento, e que sua situação operacional estava melhor do que a de São Paulo.

Cia Hering (HGTX3, R$ 18,22, -7,32%)
As ações da Cia Hering caem forte hoje após divulgação de dados operacionais do quarto trimestre. A varejista encerrou o trimestre com receita bruta de R$ 612 milhões, crescimento 0,5%. As vendas totais da rede Hering Store avançaram 1,6% no período, favorecidas pela adição de 48 lojas este ano. No critério “mesmas lojas”, que considera apenas lojas abertas há mais de 12 meses, a venda retraiu 3,8%, reflexo direto da queda de atendimentos ao longo do trimestre. 

Banco Pine (PINE4, R$ 4,24, -1,62%)
As ações do Banco Pine caem após a Moody’s cortar o rating da instituição, alertando para novo rebaixamento. O corte se deu em função da elevada exposição da carteira de crédito a setores da economia brasileira que enfrentam condições operacionais adversas, tais como açúcar e álcool, energia renovável e construção civil. Refletindo o ambiente de crescimento de crédito esperado para 2015 mais desafiador, os papéis do banco registram queda de 35% no ano.

MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,71, +2,90%)
De acordo com informações do Valor, a trading Trafigura teria completado a aquisição da Minerinvest Mineração, produtora de minério de ferro de Minas e se prepara para o próximo negócio, que envolve a compra de uma mina de ferro da MMX Sudeste, que está em recuperação judicial e é subsidiária da MMX Mineração. A assessoria de imprensa da Trafigura não comenta a informação. Segundo apurou a reportagem, a Trafigura estaria ainda em negociação para a compra de mais ativos em regiões próximas ao Porto Sudeste.

All Ore (AORE3, R$ 0,36, +56,52%)
A companhia de mineração All Ore desistiu de operar no setor de exploração mineral no Brasil e anunciou um acordo para comprar negócios de produção e distribuição de cosméticos e produtos de beleza e as atividades de franquia operadas atualmente pela SweetHair. A All Ore era uma companhia pré-operacional criada em 2008 para identificar e explorar oportunidades de mineração no país como ouro e minério de ferro. A empresa desenvolvia projetos de ouro nos Estados da Paraíba e Pará. No âmbito do carta de intenções vinculante que foi assinada com os sócios da SweetHair, a companhia será adquirida por meio de permuta de participações.