SÃO PAULO – Na hora de aplicar seus recursos, a maior parte dos investidores acaba sempre olhando primeiro para a rentabilidade. Porém, o bom investidor sabe que a escolha da melhor alternativa para seu dinheiro passa pela análise de risco e retorno. De fato, muitas vezes a maior rentabilidade acaba não sendo compensada pelo aumento no risco.
Mas você sabe exatamente como se define risco? A definição é simples: risco é a chance do retorno de um investimento ser diferente do inicialmente esperado, o que inclui a possibilidade de perder parte ou todo o valor aplicado. Ou seja, um ativo arriscado é aquele que tem maior chance de perda, enquanto um ativo mais seguro é aquele em que a probabilidade de perda é menor.
Risco sistemático e não sistemático
Os riscos podem ser segmentados em dois grandes grupos: sistemáticos, também conhecido como risco de mercado, ou não sistemáticos. O risco sistemático é inerente a um segmento ou ao mercado como um todo, como, por exemplo, aumento nas taxas de juros, crises políticas, mudanças no cenário internacional e outros. Por sua característica, é classificado como não diversificável.
Já o risco não sistemático, também conhecido como diversificável, afeta um ou um número pequeno de ativos. Por exemplo, um problema de produção ou logística pode afetar a ação de uma empresa, mas o efeito disso será nulo ou muito pequeno sobre papéis de outras companhias. De forma geral, através da diversificação, este risco pode ser reduzido de forma substancial.
Volatilidade
Um conceito que é freqüentemente associado ao risco é a volatilidade. Como o risco precisa ser mensurado, a volatilidade acaba sendo a medida utilizada. Por volatilidade, podemos entender a medida estatística da possibilidade de o ativo cair ou subir, muitas vezes de forma significativa, em um determinado período de tempo.
Como medida de risco, a volatilidade pode ser calculada de várias formas. A medida mais utilizada, mas não a única, para medir o risco é a variância ou o desvio padrão da rentabilidade histórica de um determinado investimento. Esta é uma medida de volatilidade absoluta, que muda de acordo com o período de tempo determinado, de forma que na hora do cálculo o período escolhido é de vital importância.
Além de medidas de volatilidade absoluta, existem também formas de avaliar a volatilidade de maneira relativa, ou seja, em relação à volatilidade do mercado, por exemplo. A medida mais usada é o beta, que mede a volatilidade de um ativo frente a um índice de mercado. Um ativo mais volátil, portanto, é aquele que varia de forma mais significativa em relação às flutuações de mercado.
Histórica, implícita e real
Na hora de analisar a volatilidade, é comum se deparar com termos como volatilidade histórica, implícita e real, de forma que vale a pena entender melhor quais são a diferenças. Volatilidade histórica é passada e já conhecida pelo mercado, calculada com base em dados históricos. Ela serve como uma referência na hora de estimar a volatilidade no futuro.
Já a volatilidade implícita pode ser descrita como a estimativa de volatilidade futura adotada pelo mercado. Esta volatilidade pode ser obtida através de cálculos com preços de ativos negociados no mercado, principalmente de derivativos. A volatilidade implícita é utilizada para calcular o preço de diversos derivativos, como warrants e opções. Vale lembrar que ela nem sempre acompanha a volatilidade histórica.
Por fim, a volatilidade real, ou futura, é aquela efetiva do preço do ativo no futuro e, como tanto, não é conhecida. A partir do momento em que é verificada passa a ser volatilidade histórica.
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