Parlamento da Alemanha votará aumento histórico de gastos nesta terça

Os planos, que elevaram os rendimentos dos títulos da zona do euro e o euro, derrubam décadas de conservadorismo fiscal na Alemanha

Reuters

Sessão da câmara baixa do Parlamento da Alemanha, Bundestag
18/03/2025. REUTERS/Annegret Hilse
Sessão da câmara baixa do Parlamento da Alemanha, Bundestag 18/03/2025. REUTERS/Annegret Hilse

Publicidade

A câmara baixa do Parlamento da Alemanha deverá votar nesta terça-feira (18) um forte aumento de empréstimos que poderá impulsionar a maior economia da Europa e estimular o crescimento em toda a região, mesmo enfrentando tensões comerciais com o principal parceiro, os Estados Unidos.

Os conservadores e o Partido Social Democrata (SPD), que estão em negociações para formar uma coalizão centrista após a eleição do mês passado, querem criar um fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura e flexibilizar as regras de empréstimo consagradas constitucionalmente para permitir gastos maiores com segurança.

Os planos, se implementados, derrubariam décadas de conservadorismo fiscal na Alemanha e elevaram os rendimentos dos títulos da zona do euro e o euro na última semana.

Os líderes dos conservadores e do SPD, bem como o Partido Verde, disseram nesta segunda-feira que estão confiantes de que podem atingir o número necessário para aprovar a legislação que altera a Constituição para a mudança fiscal.

“Estou confiante de que conseguiremos uma maioria de dois terços”, disse Friedrich Merz, líder dos conservadores.

Poucos parlamentares conservadores foram contra os planos, disse Merz, o provável próximo chanceler. Os líderes do SPD e dos Verdes também disseram esperar que poucos parlamentares os rejeitem.

Continua depois da publicidade

A votação deve ocorrer por volta do meio-dia no horário local, após um debate durante a manhã.

Se a legislação for aprovada na câmara baixa do Parlamento, a Bundestag, ela ainda terá que ser submetida à câmara alta, Bundesrat, que representa os governos dos 16 Estados que compõem a Alemanha.

O principal obstáculo para a aprovação parece ter caído na segunda-feira, quando os eleitores livres da Baviera concordaram em apoiar os planos.