Cuba segue em grande parte sem energia após colapso da rede elétrica

Ao nascer do sol, a operadora de rede da ilha, UNE, disse que estava gerando apenas um mínimo de eletricidade

Reuters

Restaurante durante um apagão em Havana, Cuba - 17/10/2024 (Foto: Norlys Perez/Reuters)
Restaurante durante um apagão em Havana, Cuba - 17/10/2024 (Foto: Norlys Perez/Reuters)

Publicidade

HAVANA (Reuters) – Cuba permaneceu praticamente sem energia na manhã deste sábado, depois que a rede elétrica da ilha entrou em colapso na noite anterior, deixando 10 milhões de pessoas sem eletricidade e levantando novas questões sobre a viabilidade do antiquado sistema de geração.

Ao nascer do sol, a operadora de rede da ilha, UNE, disse que estava gerando apenas um mínimo de eletricidade — cerca de 225 MW, ou menos de 10% da demanda total. A geração era suficiente para cobrir alguns serviços vitais, como hospitais, abastecimento de água e centros de produção de alimentos.

Autoridades disseram que começaram o processo de ativação das usinas de geração de energia do país, que estão em atividade há décadas, mas não deram um cronograma para a restauração do serviço.

A rede elétrica de Cuba falhou na sexta-feira à noite depois que um componente antigo de uma linha de transmissão em uma subestação em Havana entrou em curto, iniciando uma reação em cadeia que interrompeu completamente a geração de energia na ilha, disseram autoridades da UNE.

O colapso da rede elétrica ocorre após uma série de apagões em todo o país no final do ano passado, que deixaram o frágil sistema de geração de energia de Cuba em desordem quase total, afetado pela escassez de combustível, desastres naturais e crise econômica.

A maioria dos cubanos fora de Havana já convive há meses com apagões recorrentes, que atingiram o pico de 20 horas por dia nas últimas semanas.

Continua depois da publicidade

Havana ainda estava em grande parte sem eletricidade na manhã deste sábado. Veículos trafegavam por cruzamentos sem semáforos funcionando, e a internet celular era fraca ou inexistente em algumas áreas.

Abel Bonne conversou com amigos na avenida Malecon, em Havana, na manhã deste sábado, aproveitando a brisa fresca do mar após uma noite abafada sem energia elétrica.

“Neste momento, ninguém sabe quando a energia vai voltar”, disse. “Esta é a primeira vez que isso acontece neste ano, mas no ano passado aconteceu três vezes.”

Continua depois da publicidade

A grave escassez de alimentos, remédios e água tornou a vida cada vez mais difícil para muitos cubanos, e a fuga da ilha tem atingido números recordes nos últimos anos.

Cuba atribui seus problemas econômicos ao embargo comercial dos EUA durante a Guerra Fria — uma rede de leis e regulamentações que complicam as transações financeiras e a aquisição de itens essenciais, como combustível e peças de reposição.

Um funcionário da rede elétrica disse na manhã deste sábado que Cuba não conseguiu atualizar componentes de transmissão e geração antiquados devido às restrições.

Continua depois da publicidade

Recentemente o presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou as sanções ao governo comunista da ilha, prometendo restaurar uma política “dura” na relação com o país.