Ucrânia ataca Moscou em ofensiva inédita antes de reunião com os EUA

Russos dizem ter derrubado 337 drones, enquanto ataques também atingiram cidades ucranianas

Paulo Barros

Policiais no telhado de um prédio residencial de vários andares danificado em um recente ataque de drone ucraniano, de acordo com autoridades locais, durante o conflito Rússia-Ucrânia, em Moscou, Rússia, 11 de março de 2025. REUTERS/Stringer
Policiais no telhado de um prédio residencial de vários andares danificado em um recente ataque de drone ucraniano, de acordo com autoridades locais, durante o conflito Rússia-Ucrânia, em Moscou, Rússia, 11 de março de 2025. REUTERS/Stringer

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Moscou foi alvo durante a noite de segunda-feira (10) do maior ataque com drones já registrado na guerra, segundo o governo russo, horas antes do início de uma série de encontros na Arábia Saudita para tratar de um possível cessar-fogo.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que 337 drones ucranianos foram interceptados ou destruídos em Moscou e em outras nove regiões russas. O ataque deixou ao menos três mortos e três feridos, além de provocar incêndios e danificar edifícios residenciais e um estacionamento na capital.

O governador da região de Moscou, Andrei Vorobyev, confirmou as mortes e afirmou que 12 pessoas, incluindo três crianças, precisaram ser evacuadas de seus apartamentos devido aos danos causados pelos ataques.

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, declarou que mais de 60 drones foram abatidos enquanto se aproximavam da capital. A ofensiva também forçou o fechamento temporário de quatro aeroportos da cidade.

Um apartamento danificado pelo recente ataque de drones da Ucrânia, de acordo com as autoridades locais, durante o conflito Rússia-Ucrânia, em Ramenskoye, na região de Moscou, é visto nesta imagem divulgada em 11 de março de 2025. Governador da região de Moscou, Andrei Vorobyov, via Telegram/Divulgação via REUTERS
Uma casa residencial em chamas após o recente ataque de drones da Ucrânia, de acordo com as autoridades locais, durante o conflito Rússia-Ucrânia, na região de Moscou, é vista nesta imagem divulgada em 11 de março de 2025. Governador da região de Moscou Andrei Vorobyov via Telegram/Divulgação via REUTERS

O ataque ocorre em um momento crítico para as negociações entre Ucrânia e Estados Unidos, que retomaram o diálogo em uma reunião na Arábia Saudita, após semanas de tensão entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky.

Washington suspendeu recentemente a ajuda militar e a troca de inteligência com Kiev, sob a justificativa de que a Ucrânia não estaria comprometida com o processo de paz. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou antes da reunião que “a retomada da assistência dependeria da postura da Ucrânia em relação ao cessar-fogo”.

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Paralelamente, a Rússia também conduziu ataques a cidades ucranianas na mesma noite. Segundo autoridades de Kiev, um míssil balístico Iskander e 126 drones russos foram utilizados contra alvos em Odesa, Sumy, Kherson e Donetsk. Entre as vítimas, um ciclista de 40 anos foi ferido por um drone em Kherson e um civil morreu em Pokrovsk. A Ucrânia informou que conseguiu interceptar 79 drones e o míssil Iskander, evitando maiores danos.

A tensão aumentou também com informações de que um emissário especial dos EUA, Steve Witkoff, pode se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin em Moscou ainda nesta semana.

(Com Reuters, Estadão Conteúdo e BBC)

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas