Do comércio à segurança, veja 6 destaques do discurso de Trump no Congresso

Trump falou perante o Congresso americano pela quinta vez, e citou o Brasil; confira principais pontos

Paulo Barros

WASHINGTON, DC - 04 DE MARÇO: O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa em uma sessão conjunta do Congresso no Capitólio dos EUA em 04 de março de 2025 em Washington, DC. Win McNamee/Pool via REUTERS
WASHINGTON, DC - 04 DE MARÇO: O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa em uma sessão conjunta do Congresso no Capitólio dos EUA em 04 de março de 2025 em Washington, DC. Win McNamee/Pool via REUTERS

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou por 100 minutos no Congresso nesta terça-feira (4), abordando medidas implementadas em seu governo, relações internacionais, políticas comerciais e segurança nas fronteiras. O discurso, o mais longo da história moderna para a ocasião, foi marcado por críticas ao governo de Joe Biden, promessas de cortes de impostos e um forte posicionamento contra políticas de diversidade e inclusão.

Durante a sessão, houve protestos de parlamentares democratas, com um congressista sendo expulso e outros segurando cartazes em silêncio. Trump, no entanto, manteve um tom combativo e afirmou que os desafios atuais dos EUA foram herdados da administração anterior.

A seguir, os principais fatos do discurso:

1. Balanço das ações do governo

Trump iniciou o discurso destacando o ritmo acelerado de sua administração. “Realizamos mais em 43 dias do que a maioria dos governos realiza em quatro ou oito anos — e estamos apenas começando”, declarou.

Entre as mudanças citadas, Trump mencionou cortes regulatórios, alterações em políticas de imigração, incentivos fiscais e o fim de regulamentações ambientais e sociais que, segundo ele, prejudicavam empresas americanas.

O presidente também enfatizou que sua gestão busca fortalecer a economia e garantir que os EUA sejam menos dependentes de outros países em setores estratégicos.

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2. Negociações Ucrânia-Rússia

Um dos momentos mais notáveis do discurso foi a menção à guerra entre Rússia e Ucrânia. Trump revelou que recebeu uma carta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual ele expressava disposição para negociações de paz.

“Recebi uma carta importante do presidente Zelensky da Ucrânia. A carta diz: ‘A Ucrânia está pronta para ir à mesa de negociações o mais rápido possível para trazer a paz duradoura para mais perto’”, disse Trump.

Além disso, afirmou ter mantido conversas com a Rússia. “Está na hora de parar com essa loucura. Está na hora de interromper a matança. Está na hora de acabar com essa guerra sem sentido. Se você quer acabar com guerras, precisa falar com os dois lados.”

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O anúncio veio um dia depois de Trump ter suspendido temporariamente o envio de ajuda militar à Ucrânia, o que gerou tensões diplomáticas. Ele não esclareceu quais seriam os próximos passos nas negociações.

3. Política comercial e tarifas

Trump defendeu sua política protecionista e anunciou novas tarifas sobre importações do Canadá, México e China. Ele reforçou que sua administração está disposta a responder a qualquer medida econômica imposta por outros países.

“Se outros países nos taxam, nós os taxaremos de volta”, declarou, sinalizando que sua estratégia comercial continuará focada em retaliação tarifária. Em dado momento, ele mencionou o Brasil como um dos países que cobram muitas tarifas dos EUA.

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O presidente também pressionou o Congresso a aprovar cortes de impostos. “Os cortes de impostos estão lá, esperando vocês votarem”, disse. No entanto, não detalhou como o governo compensaria possíveis perdas na arrecadação.

A reação do mercado foi imediata, com oscilações registradas após o anúncio das novas tarifas.

4. Críticas ao governo Biden

Trump fez mais de uma dúzia de menções ao ex-presidente Joe Biden, atribuindo a ele problemas como inflação, aumento da criminalidade e crise na fronteira.

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“O preço dos ovos está fora de controle”, disse, citando a alta nos custos de itens básicos. Ele também criticou a política de fronteiras do governo anterior, mencionando o tráfico de drogas e a entrada de imigrantes ilegais.

Além disso, reforçou sua oposição ao que chama de “wokeness” e celebrou a revogação de medidas ligadas à diversidade. “Eliminamos a tirania das chamadas políticas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal e, na verdade, no setor privado e nas nossas forças militares”, afirmou.

“Nosso país não será mais ‘woke’”, declarou, sem detalhar quais medidas adicionais podem ser adotadas nessa área.

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5. Segurança nas fronteiras e imigração

A imigração foi um dos principais temas do discurso, com Trump reforçando a necessidade de medidas mais rígidas para controle da fronteira com o México. Ele pediu ao Congresso mais recursos para fiscalização e deportações, argumentando que a segurança nacional depende disso.

O presidente defendeu sua política de deportações em massa e acusou a administração anterior de ter flexibilizado regras que, segundo ele, facilitaram a entrada de imigrantes ilegais e o aumento do tráfico de drogas.

6. Reação do Congresso e protestos democratas

Durante o discurso, Trump enfrentou oposição de parlamentares democratas, que protestaram segurando cartazes em silêncio. Um congressista foi expulso do plenário após interromper a fala do presidente.

Mesmo diante das manifestações, Trump manteve um tom desafiador, afirmando que os problemas enfrentados pelos EUA foram deixados pelo governo anterior e que sua administração está trabalhando para resolvê-los.

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas