Publicidade
Milhares de funcionários públicos dos Estados Unidos em período probatório já foram demitidos como parte dos esforços do governo de Donald Trump para reduzir o tamanho do setor público. Apesar disso, Elon Musk, que lidera essa iniciativa na nova gestão, afirmou na quinta-feira (27) que os salários dos congressistas e dos principais funcionários da administração federal deveriam ser elevados.
“Pode fazer sentido aumentar a remuneração do Congresso e de funcionários seniores do governo para reduzir… a corrupção, pois esta pode custar até mil vezes mais ao público”, afirmou Musk em sua rede social X.
A declaração de Musk vem no momento em que ele lidera a recém-criada Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), uma iniciativa de Trump para cortar gastos e eliminar burocracias. Apesar de oficialmente atuar apenas como conselheiro, Musk tem tido grande influência nas decisões da Casa Branca.
Durante a primeira reunião do gabinete de Trump, Musk enfatizou a necessidade de reduzir os custos da administração pública. “Se não fizermos isso, os EUA vão à falência”, disse ele. O bilionário afirmou ainda que está sofrendo forte resistência e recebendo ameaças devido às demissões.
Contradição
Atualmente, os parlamentares dos EUA ganham US$ 174 mil por ano, valor que não é reajustado desde 2009. No final de 2024, um projeto de lei de gastos proposto pelo Congresso previa um aumento salarial, mas Musk e Trump se opuseram à medida, que acabou sendo retirada do texto final.
Na época, Musk criticou a proposta de reajuste em sua rede social. “Como isso pode ser chamado de ‘resolução contínua’ se inclui um aumento de 40% para o Congresso?”, questionou. No entanto, conforme apontado pela France Presse, esse percentual foi uma interpretação equivocada: o aumento real seria de 3,8%, ou cerca de US$ 6,6 mil por ano, elevando os salários para US$ 180,6 mil.
Continua depois da publicidade
Reações divididas
A proposta de Musk gerou reações divididas. Alguns legisladores argumentam que a falta de reajuste salarial há mais de 15 anos pode afastar candidatos qualificados do Congresso. O republicano Austin Scott, da Geórgia, afirmou à Bloomberg que “é prejudicial à democracia criar uma situação em que a classe média americana não possa se dar ao luxo de servir no Congresso”.
Por outro lado, há forte resistência política à ideia de conceder aumentos salariais aos legisladores. O deputado democrata Pat Ryan, de Nova York, afirmou em dezembro que “não pode e não vai votar para dar a si mesmo mais dinheiro enquanto seus eleitores enfrentam uma pressão financeira inacreditável”, segundo o The Independent.