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O Bitcoin (BTC) registrou uma forte queda nas últimas 24 horas, chegando a cair mais de 8% por volta das 5h desta sexta-feira (28). Às 6h15, a criptomoeda era negociada a cerca de US$ 79 mil, acumulando um recuo de 7,8% em relação ao mesmo horário de ontem.
Esse é o menor valor desde 10 de novembro de 2024 e amplia as perdas em relação à máxima histórica atingida no dia da posse de Donald Trump nos Estados Unidos, em 20 de janeiro, para mais de 27%.
A turbulência não se limitou ao Bitcoin. Outras criptomoedas registraram perdas ainda mais acentuadas no período. O Ethereum (ETH) recuou 9,6%, o XRP caiu 9,1%, enquanto o Cardano (ADA) cedeu mais de 10%. Como resultado, o mercado cripto como um todo perdeu US$ 235 bilhões em valor de mercado em apenas 24 horas, segundo dados da CoinGecko.
“A última vez que vimos um sentimento como esse foi em 2022”, disse Caroline Bowler, CEO da BTC Markets, à Bloomberg. Ela se refere ao “inverno cripto”, quando os preços despencaram em meio ao aumento das taxas de juros e problemas da indústria. “Essa queda pode ser vista como uma resposta aos medos macro sobre as tarifas de Trump e à incerteza geopolítica.”
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Efeito Trump – agora reverso
O movimento de liquidações massivas ocorre em um contexto de incerteza no mercado financeiro global, agravado por uma onda de saídas de investidores institucionais do setor de criptomoedas. Os recentes aumentos nas tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre importações do México, Canadá e China elevaram a aversão ao risco entre os investidores, o que tem pressionado ativos digitais.
“Dado o ambiente macro, não é surpreendente ver que estamos onde estamos”, disse Stefan von Haenisch, diretor de negociação de balcão na custodiante de criptomoeda Bitgo, em entrevista à Bloomberg. “Os traders ainda estão esperando que Trump apresente medidas concretas para o setor, incluindo uma reserva de Bitcoin”, disse ele.
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Além disso, a fraqueza nos mercados acionários, especialmente em ações de tecnologia, também tem refletido negativamente sobre o Bitcoin. A Nvidia (NVDC34) perdeu sua posição no seleto grupo de empresas com valor de mercado superior a US$ 3 trilhões após suas ações despencarem mais de 8% na quinta-feira (27).
A queda ocorreu um dia depois da divulgação dos resultados financeiros da companhia, que resultaram em uma perda de aproximadamente US$ 273 bilhões em valor de mercado, deixando a empresa com uma capitalização de US$ 2,94 trilhões.
Caminho livre para mais quedas?
Do ponto de vista técnico, a perda do suporte na região dos US$ 83 mil abriu espaço para novas quedas no Bitcoin.
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“Se houver continuidade da força vendedora a fim de capturar o vácuo de liquidez que consta no gráfico mensal, o Bitcoin poderá buscar como suporte as faixas de preços dos US$ 78.800 a US$ 75.900”, avalia a analista técnica Ana de Mattos, trader parceira da plataforma Ripio.
Segundo o analista Rodrigo Paz, do InfoMoney, o rompimento do suporte de US$ 80.000 abre espaço para que a queda se estenda até US$ 73.800. Uma perda dessa região, diz, levaria a correções mais profundas em US$ 66.500/US$ 58.800, com um suporte mais distante em US$ 54.580.
O mercado agora monitora de perto o comportamento dos investidores institucionais e os fluxos dos fundos de Bitcoin negociados em bolsa (ETFs), que vinham impulsionando a valorização da criptomoeda nos últimos meses, mas que agora mostram sinais de enfraquecimento.
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No mercado derivativos, o volume financeiro de contratos com para opções de venda (put) com um preço de exercício de US$ 70 mil é o segundo mais alto entre todos os contratos que expiram nesta sexta-feira (28), com um valor total de US$ 4,9 bilhões.
(Com informações da Bloomberg)