Michelle Bolsonaro chama Mauro Cid de “mentalmente perturbado”

Ex-primeira-dama reagiu à delação que a implicou em um suposto plano golpista

Marina Verenicz

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (21), que o Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do marido, Jair Bolsonaro (PL), apresenta “distúrbios mentais”.

A declaração ocorre um dia após a divulgação dos vídeos da delação do ex-tenente-coronel e colaborador da Justiça.

Apesar das críticas ao ex-aliado, Michelle também se mostrou “tranquila” em relação à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que coloca seu marido no centro de uma suposta tentativa de golpe de Estado de 2022, junto a outras 33 pessoas.

A ex-primeira-dama se manifestou após o Seminário de Comunicação do PL, em Brasília, e foi questionada sobre as alegações de Cid, que a implicam em uma ala “radical” do governo Bolsonaro.

Ela ironizou as acusações, afirmando: “Olha para a minha cara”. Cid, em sua delação, afirmou que Michelle, junto a outros aliados, teria instigado o ex-presidente a tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ex-ajudante de ordens também mencionou que o grupo de aliados mais radicais do ex-presidente, formado por figuras como os ex-ministros Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, o senador Jorge Seiff e o deputado Eduardo Bolsonaro, além do general Mario Fernandes, tentava convencer Bolsonaro a promover um golpe de Estado. De acordo com a delação, Michelle estava envolvida nesses esforços.

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Na terça-feira (18), a PGR denunciou Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por envolvimento em um suposto plano golpista.

Embora Michelle e os filhos do ex-presidente tenham sido citados por Cid, a investigação da Polícia Federal não encontrou elementos suficientes para indiciar a ex-primeira-dama ou o deputado. O posicionamento foi seguido pela PGR.

Em depoimento à Polícia Federal, Cid afirmou que Michelle e Eduardo pressionavam Bolsonaro, alegando que ele teria apoio popular e de grupos de caçadores e atiradores (CACs) para permanecer no poder.

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Contudo, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, esclareceu que a citação não foi suficiente para fundamentar um indiciamento, destacando que a investigação não encontrou provas suficientes para incriminar os dois.