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Os investidores que compraram o Tesouro Selic 2025 vão passar o Carnaval com mais dinheiro no bolso. Isto porque o título vence no próximo dia 1º e, segundo o Banco Central, mais de R$ 180 bilhões estarão disponíveis para quem investiu nesses papéis. Agora, quem não investiu mirando um objetivo específico precisa se planejar para realocar o dinheiro.
Antes do planejamento, uma pausa para comemorar o bom investimento: de 29 de outubro de 2018 – ano de lançamento – até o último dia 12, o Tesouro Selic 2025 rendeu 64,35% aos investidores. No mesmo período, o retorno do Ibovespa foi de 45,10% e do IMA-B, índice que acompanha os títulos públicos atrelados à inflação, foi de 61,55%.
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Ficar nos pós-fixados ou diversificar?
Quem investiu em 2018 tem, hoje, um cenário completamente diferente para analisar. O mercado precifica a taxa básica de juros terminal acima de 15%. “Os pós-fixados seguem atrativos, ainda mais com a expectativa de aumentos na Selic e especialmente para quem busca maior rentabilidade e segurança”, diz Angelo Belitardo, gestor da Hike Capital.
Para o especialista, uma exposição mais alta a pós-fixados faz sentido, já que Selic e CDI são “os melhores indexadores atualmente’. Porém, para quem já tem uma parcela grande atrelada aos juros, faz sentido diversificar com prefixados.
Para o Inter, os prefixados podem fazer sentido, mas, diante de um cenário “complexo e com muitas incertezas”, o banco recomenda exposição máxima de 5% do portfólio a esses papéis.
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Por outro lado, Rafael Winalda, especialista em renda fixa do Inter, segue recomendando títulos atrelados à inflação, que são “praticamente imbatíveis” no longo prazo, embora a performance de curto prazo “não seja nada animadora’.
Guylherme Mattos, matemático e especialista em investimentos, resume dizendo que “o melhor indexador depende do horizonte do investidor”: aplicações de médio a longo prazo podem se beneficiar da proteção contra a inflação do IPCA+, enquanto a Selic alta de hoje e a expectativa do fim do ciclo de aperto monetário fazem dos pós-fixados e prefixados boas opções para prazos mais curtos.
Além do Tesouro Selic
Se os investidores que vão resgatar o dinheiro aplicado no Tesouro Selic 2025 não têm aplicações em outros instrumentos de renda fixa, podem estar perdendo dinheiro. Em relatório, a XP mostrou que o crédito privado oferece boas opções atualmente e que, com cautela, esse mercado pode ser acessado por investidores que querem aumentar a rentabilidade da carteira.
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Mesmo com retorno maior do que o Ibovespa, investir apenas no Tesouro Selic nos últimos anos não foi a melhor estratégia, lembra Mattos. “Seria possível uma rentabilidade maior diversificando a carteira e não se expondo apenas ao Tesouro Selic. Em oito anos, daria para ter construído uma carteira de investimentos melhor”.
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Para maximizar os retornos na próxima janela de aplicações, Belitardo recomenda o investimento em FIC FIDCs, fundos que compram cotas de FIDCs, (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). Ele diz que gestões mais conservadoras oferecem rentabilidade entre CDI + 2% e CDI +4%.
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Os fundos que investem em debêntures incentivadas também são boas opções, segundo o gestor da Hike, que recomenda os que compram papéis high grade, de emissores com boa avaliação de crédito. Além da rentabilidade, Belitardo destaca que “eles conseguem controlar a volatilidade dos retornos em cenário de estresse da economia e, em uma eventual queda mais agressiva da curva de juros, vão lucrar com a marcação a mercado”.