Legalizem a cocaína, ela “não é pior que uísque”, diz presidente da Colômbia

Tráfico de drogas global poderia ser "facilmente desmantelado" se a cocaína fosse "vendida como vinho", de acordo com Petro

Gabriel Garcia

“FOTO DE ARQUIVO: O presidente colombiano Gustavo Petro fala durante sua visita e após um conselho binacional de ministros, em Jacmel, Haiti, em 22 de janeiro de 2025. REUTERS/Marckinson Pierre/Foto de Arquivo.”
“FOTO DE ARQUIVO: O presidente colombiano Gustavo Petro fala durante sua visita e após um conselho binacional de ministros, em Jacmel, Haiti, em 22 de janeiro de 2025. REUTERS/Marckinson Pierre/Foto de Arquivo.”

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Cocaína “não é pior que uísque” e é ilegal apenas porque vem da América Latina, disse o presidente colombiano Gustavo Petro durante uma transmissão ao vivo de uma reunião do governo.

A Colômbia é o maior produtor e exportador de cocaína do mundo, principalmente para os Estados Unidos e a Europa, e passou décadas lutando contra o tráfico de drogas.

Durante uma reunião ministerial de seis horas nesta quarta-feira (5) — transmitida ao vivo pela primeira vez em seu governo — o presidente colombiano afirmou que “a cocaína é ilegal porque é produzida na América Latina, não porque é pior que uísque”.

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“Cientistas analisaram isso. A cocaína não é pior que uísque”, acrescentou, sugerindo que a indústria global da cocaína poderia ser “facilmente desmantelada” se a droga fosse legalizada em todo o mundo.

“Se você quer paz, precisa desmantelar o negócio (do tráfico de drogas)”, disse ele. “Isso poderia ser facilmente desmantelado se legalizassem a cocaína no mundo. Ela seria vendida como vinho.”

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Petro também destacou que o fentanil “está matando americanos e não é produzido na Colômbia”, referindo-se ao opioide responsável por cerca de 75 mil mortes nos Estados Unidos por ano, segundo dados oficiais.

“O fentanil foi criado como um medicamento farmacêutico por multinacionais norte-americanas” e aqueles que o consumiram “se tornaram viciados”, acrescentou.

Desde que assumiu o poder em 2022, Petro tem tentado fazer as pazes com todos os grupos armados alimentados pelo tráfico de drogas na esperança de acabar com seis décadas de conflito.

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A produção de cocaína na Colômbia atingiu um recorde em 2023, saltando 53% para 2.600 toneladas, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.