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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que criará um gabinete da fé na Casa Branca e pedirá à procuradora-geral, Pam Bondi, para liderar uma força-tarefa com o objetivo de acabar com o que chamou de viés anticristão no governo federal.
Trump teceu os comentários em um Café da Manhã Nacional de Oração no Capitólio, usando o seu discurso para pedir “unidade”, dizendo a parlamentares que sua relação com a religião mudou após duas tentativas de assassinato ocorridas no ano passado.
Em um segundo evento do tipo, em Washington, Trump deu um tom mais partidário, cantando vitória por “se livrar dos woke nas últimas duas semanas”, anunciando medidas para proteger os cristãos do que considera ser discriminação religiosa.
“A missão dessa força-tarefa é parar imediatamente todas as formas de ataques e discriminação contra cristãos no governo federal, incluindo o Departamento de Justiça, que era absolutamente terrível, a Receita Federal, o FBI e outras agências”, disse.
O presidente dos EUA afirmou que deve assinar um decreto nesta quinta-feira para que Bondi lidere a força-tarefa, e prometeu que a procuradora-geral vai trabalhar para “investigar totalmente a violência e vandalismo anticristão na nossa sociedade e mover céus e terra para defender os direitos dos cristãos e dos crentes em todo o país”.
O presidente não citou exemplos de viés anticristão durante seus comentários, mas já afirmou anteriormente que o governo Biden usava o poder para perseguir o grupo religioso.
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Em dezembro, o governo Biden anunciou uma estratégia para combater a retórica antimuçulmana e antiárabe, e um plano semelhante para combater o antissemitismo em 2023.
As ações anunciadas nesta quinta-feira podem trazer questões constitucionais sobre a separação entre Igreja e Estado, já que a Primeira Emenda da Constituição dos EUA limita o endosso governamental a religiões.
Trump, que se tornou o comandante de fato do cristianismo conservador norte-americano, tem dito repetidamente que recebeu uma unção religiosa desde que sobreviveu a uma tentativa de assassinato, no ano passado.
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“Muitas pessoas me disseram que Deus poupou minha vida por uma razão”, disse ele a apoiadores em eventos por todo o país.
Nos últimos três ciclos eleitorais, eleitores evangélicos brancos, que formam uma grande parte da base republicana, apoiaram o presidente. Sua mensagem de poder masculino caiu bem para aplainar a crescente ansiedade de cristãos conservadores quanto à mudança das normas de gênero e padrões familiares.
Nesta quinta-feira, ele também anunciou que o gabinete da fé na Casa Branca será liderado pela reverenda Paula White, que é sua conselheira religiosa há muitos anos.