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No último trimestre do ano passado, o maior banco da América Latina demitiu seu diretor de marketing por uso irregular de cartão de corporativo e, em questão de semanas, protocolou uma ação contra seu ex-diretor financeiro. Ao ser questionado por jornalistas se os casos evidenciam falhas no compliance do Itaú (ITUB4), o CEO da instituição financeira disse que os gestos sinalizam justamente o contrário.
“Eu acho que isso fala bem da governança”, disse Milton Maluhy Filho, durante a apresentação dos resultados do Itaú no quarto trimestre de 2024 e ano cheio.
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No caso de Alexsandro Broedel, o ex-CFO que sendo processado pelo banco por conflito de interesse. Ele é sócio de Eliseu Martins, uma das maiores referências em contabilidade do país, e que prestava serviços ao banco com emissão de dezenas de pareceres técnicos e de consultoria.
“Quando ele [Broedel] veio para o banco, já tinha uma relação de muitas décadas [com Eliseu], o que não foi declarado nem por um, nem por outro”, explicou o CEO. “Uma vez descoberto o ‘evento’, o banco tomou todas as medidas necessárias e cabíveis”.
O executivo disse que “é sempre mais confortável não dar luz para eventos como esse”, e acrescentou que “ética é inegociável”.
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“A gente precisa fazer isso valer para todos os executivos do banco, seja para o analista que acabou de entrar, seja o CEO. Todos estão sujeitos às mesmas regras do ponto de vista ético”, afirmou.
Maluhy explica que, via de regra, a quitação de contas de administradores são publicadas na imprensa por meio de atas, motivo pelo qual o caso Broedel foi revelado.
“O banco atua e continua atuando para recompor qualquer prejuízo que os acionistas tenham tido por conta dessa relação”, afirmou o CEO. “A nossa régua da ética vale para todo mundo”.
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Outro lado
Em nota ao InfoMoney, Broedel se pronunciou sobre o tema, apontando que as acusações são infundadas e sem sentido e que tomará as medidas judiciais cabíveis neste caso.
Confira a nota na íntegra:
Sobre acusações infundadas e sem sentido feitas pelo Itaú a Alexsandro Broedel, informamos que:
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Alexsandro Broedel sempre se conduziu de forma ética e transparente em todas as atividades ao longo dos seus 12 anos no banco – algo nunca contestado pelo Itaú, que tem uma rigorosa e abrangente estrutura de controle e compliance, própria de um grupo financeiro com seu porte e importância na economia brasileira.
O parecerista mencionado pelo Itaú já prestava serviços ao banco há décadas, muito antes de Broedel ser convidado para a diretoria da instituição. Os serviços mencionados eram do conhecimento do Itaú e requeridos por diferentes áreas do banco.
Causa profunda estranheza que o Itaú levante a suspeita sobre supostas condutas impróprias somente depois de Broedel ter apresentado a renúncia aos seus cargos no banco para assumir uma posição global em um dos seus principais concorrentes.
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Alexsandro Broedel tomará as medidas judiciais cabíveis neste caso.