Trump não se comprometeu a enviar tropas americanas para Gaza, diz Casa Branca

Esclarecimento veio após a sugestão de Donald Trump sobre os EUA assumirem o controle do território da Faixa de Gaza

Equipe InfoMoney

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
04/02/2025 REUTERS/Leah Millis
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca 04/02/2025 REUTERS/Leah Millis

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Donald Trump não assumiu o compromisso de enviar tropas do exército norte-americano à Faixa de Gaza, disse a porta-voz da Casa Branca nesta quarta-feira (5). Segundo Karoline Leavitt, o presidente dos Estados Unidos “ainda não se comprometeu com isso”.

A possibilidade dominou o noticiário internacional após uma coletiva conjunta de Trump e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ocorrida na terça-feira (4), na qual o presidente norte-americano se recusou a descartar o envio de tropas americanas para retirar os palestinos da Faixa de Gaza.

“Faremos o que for necessário. Se for necessário, faremos isso”, respondeu Trump quando perguntado sobre um possível envio de tropas dos EUA a Gaza.

“Riviera do Oriente Médio”

Donald Trump sugeriu na coletiva que os EUA poderiam assumir o controle do território da Faixa de Gaza e que os palestinos poderiam viver em outro lugar “em paz e harmonia”.

Apesar da sugestão de Donald Trump de uma reconstrução da Faixa de Gaza, que teve dois terços de sua infraestrutura destruídos durante a guerra entre Hamas e Israel, a Casa Branca informou hoje que os EUA não pagarão por isso e que o governo Trump “trabalhará com nossos parceiros na região para reconstruir esta área”.

“Todos adoraram”

Nesta quarta-feira, durante a posse de Pam Bondi, a nova procuradora-geral dos EUA, Trump disse que todos com quem falou adoraram a ideia de os Estados Unidos possuírem o “pedaço de terra”, referindo-se a Gaza.

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Mas nem todos adoraram. À agência de notícias Reuters, o diretor da organização internacional não governamental Human Rights Watch para Israel e Palestina, Omar Shakir, classificou a proposta como uma “abominação moral” e enfatizou que o direito internacional humanitário proíbe o deslocamento forçado de uma população de um território ocupado.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, relembrou que qualquer deslocamento forçado de pessoas é equivalente a uma limpeza étnica.

Além deles, líderes das relações exteriores do Reino Unido, França, Espanha, Irlanda, Austrália, Turquia, China, Rússia, Alemanha, e dos países vizinhos Arábia Saudita, Egito e Irã rechaçaram um potencial deslocamento de palestinos e reforçaram seu apoio a uma solução de dois estados.

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Sami Abu Zuhri, alto funcionário do Hamas, disse que seu povo na Faixa de Gaza não permitirá que esse plano seja aprovado e defendeu ser necessário “acabar com a ocupação [israelense] e a agressão contra nosso povo, não expulsá-los de suas terras”.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, também reforçou que os palestinos não abrirão mão de sua terra e seus direitos, e que a Faixa de Gaza é parte integrante da terra do Estado da Palestina, local sagrado para a religião islâmica, junto com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.