Lula e Haddad concedem entrevistas, dados da ADP, balanços de Itaú e Santander e mais

Confira os temas que devem mexer com os mercados nesta quarta-feira (5)

Camille Bocanegra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília
25/10/2024
REUTERS/Adriano Machado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília 25/10/2024 REUTERS/Adriano Machado

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Mais uma vez, as notícias que vieram dos Estados Unidos (EUA) marcaram a sessão por aqui. Hoje, apesar de importantes divulgações na temporada de balanços por aqui, não deve ser diferente.

Na tarde de ontem, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que as vagas de emprego em aberto — uma medida da demanda por mão de obra — diminuíram em 556.000, para 7,6 milhões no último dia de dezembro, conforme o relatório Jolts, abaixo das projeções.

Os números sugeriram que o mercado de trabalho dos EUA pode estar desaquecendo, o que é uma boa notícia sob o ponto de vista do controle da inflação.

Já o dólar cedeu ante a maior parte das demais divisas, incluindo o real, em meio à leitura de que as tarifas anunciadas pelos EUA contra México, Canadá e China no fim de semana estão sendo usadas dentro de uma estratégia de negociação e que não serão necessariamente levadas a cabo.

Na segunda-feira os EUA já haviam anunciado a suspensão por 30 dias das tarifas aplicadas ao México e ao Canadá, para negociação entre os países. Nesta terça-feira foi a vez de a China anunciar uma série de medidas de retaliação aos EUA — mas com prazo para começar apenas em 10 de fevereiro, em uma clara brecha para que o presidente norte-americano, Donald Trump, negocie até lá.

De acordo com porta-vozes da Casa Branca, era possível que Trump conversasse com Xi ainda na terça. A hipótese, no entanto, foi desmentida pelo presidente dos EUA ao longo da tarde. Ainda há, no entanto, expectativa de que os líderes ainda conversem nos próximos dias.

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Para hoje, os olhares se voltam para o relatório ADP, de geração de vagas no mercado privado, e dados da Pesquisa Industrial Mensal, no Brasil. No lado corporativo, a temporada de resultados, que oficialmente se iniciou ontem com a divulgação dos dados da Romi (ROMI3), ganha força com os balanços de Santander (SANB11) e Itaú (ITUB4).

O que vai mexer com o mercado nesta quarta

Agenda

O presidente Lula inicia sua agenda às 07h30, concedendo entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais, na residência oficial da Granja do Torto. Às 10h, participa de uma reunião com bancos públicos no Palácio do Planalto. Às 14h40, tem encontro com o Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza, também no Palácio do Planalto. Em seguida, às 15h30, reúne-se com o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Ao meio-dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encontra-se com o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados. Às 16h, tem reunião com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Encerrando o dia, às 18h, participa de uma entrevista à GloboNews com a jornalista Miriam Leitão, que será exibida no mesmo dia às 23h30.

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ​participa da BIS Chapultepec Conference, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), na Cidade do México, México. (fechado à imprensa)​

Já os membros do Federal Reserve (Fed),Austan Goolsbee, Tom Barkin, Michelle Bowman e Philip Jefferson discursam nesta quarta-feira.

Brasil

EUA

Zona do Euro

Internacional

Sem pressa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que não tem pressa para falar com o presidente chinês, Xi Jinping, e tentar desarmar uma nova guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, desencadeada por suas tarifas de 10% sobre todas as importações chinesas.

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A China impôs tarifas específicas sobre as importações dos EUA nesta terça-feira e colocou várias empresas, incluindo o Google, em alerta para possíveis sanções, uma resposta comedida às tarifas de Trump.

“Tudo bem”, disse Trump na Casa Branca, ao ser questionado sobre as tarifas retaliatórias da China.

Faixa de Gaza

O presidente Donald Trump afirmou que os EUA irão “assumir o controle” da Faixa de Gaza e que os palestinos deveriam deixar a região permanentemente. Durante um encontro com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca nesta terça-feira (4), Trump afirmou que “todos” os 2,2 milhões de palestinos em Gaza deveriam “ser reassentados”.

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Economia

Dívida Pública

A dívida pública federal fechou 2024 em 7,316 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira, prevendo que ao final de 2025 o estoque poderá alcançar até 8,500 trilhões de reais, uma elevação nominal de 16,2%.

Após um ano desafiador para a gestão da dívida pública, com ruídos fiscais no Brasil e incertezas sobre a economia dos Estados Unidos, o Tesouro projetou que seguirá cada vez mais dependente de títulos atrelados à Selic, papéis buscados por investidores em momentos de alta volatilidade e que embutem riscos para o custo da dívida no curto prazo.

Em valores absolutos, o crescimento da dívida federal no ano passado foi de 795,7 bilhões de reais, com impulso de uma alta de 1,55% em dezembro ante novembro. O dado final ficou dentro do intervalo de 7,0 trilhões a 7,4 trilhões de reais estabelecido como meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro para 2024.

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Combate à inflação

O recente movimento de queda do dólar “ajuda muito” no combate à inflação, disse nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevendo que as ações do Banco Central e do governo ajudarão a melhorar indicadores econômicos.

Em entrevista a jornalistas, o ministro disse que o BC terá tempo para analisar o prazo necessário de juros restritivos para baixar a inflação, ressaltando que o novo sistema de meta contínua permite uma melhor acomodação e maior racionalidade na condução da política monetária.

Em relação às preocupações do BC sobre a transmissão de um dólar mais alto para os preços no país, Haddad comemorou o recuo da moeda americana, que opera em 5,80 reais após ter fechado 2024 próximo a 6,20 reais.

Preço dos alimentos

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o preço dos alimentos tende a baixar, devido a uma “super safra” prestes a ser entregue e aos dois Planos Safras já lançados pelo governo federal. As declarações ocorreram em conversa com jornalistas após um encontro com a bancada do seu partido, o PSD, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 4.

Leilão do BC

Banco Central anunciou um leilão de até 15 mil contratos de swap cambial, o equivalente a US$ 750 milhões, nesta quarta-feira, 5, de 11h30 a 11h40. A oferta será dividida em dois vencimentos, de 2 de junho e 1º de dezembro. O objetivo é continuar a rolagem dos contratos vincendos em 5 de março.

Política

Fiscal

O presidente da Câmara dos Deputados recém-eleito, Hugo Motta (Republicanos-PB), garantiu nesta terça-feira que a Casa seguirá reforçando e apoiando a pauta da estabilidade fiscal, também prioridade declarada do Executivo, mas acusou o governo de ter “dificuldades” em cortar gastos.

“A saída com o aumento da arrecadação, ela não resolverá o problema se não trancar a torneira do outro lado. Porque não é quanto está entrando no caixa, é quanto está saindo”, avaliou Motta, em entrevista à GloboNews.

Impeachment

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que não irá provocar “estremecimento” com o Executivo e o Judiciário ao comentar sobre a defesa do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por parte da oposição. As declarações ocorreram em entrevista ao SBT, nesta terça-feira, 4.

“Toda construção que leva ao processo de impedimento deixa traumas”, declarou. “Então, se pudermos evitar todo e qualquer tipo de instabilidade, eu penso que é o melhor caminho para a nossa nação, para que, com isso, ajustemos aquilo que precisa ser feito e, de fato, os problemas possam ser atacados.”

Corporativo

Dasa (DASA3)

A Dasa informou que seu conselho de administração aprovou mudanças em relação à dívida líquida da Ímpar, uma joint-venture planejada com a Amil, que implicam na redução do endividamento líquido da companhia para 3,15 bilhões de reais. A Dasa anunciou em meados do ano passado acordo para criação de uma rede de hospitais com a Amil, com controle dividido em partes iguais por ambas as companhias.

(com Reuters, Estadão e Agência Brasil)