Funcionários do FBI entram na Justiça para proteger agentes que investigaram o 6/1

Participantes do ataque que foram perdoados por Trump em seu primeiro dia na Presidência têm usado as redes sociais para identificar os promotores e agentes que trabalharam em seus casos

Reuters

Edifício da sede do FBI em Washington
07/12/2018
REUTERS/Yuri Gripas
Edifício da sede do FBI em Washington 07/12/2018 REUTERS/Yuri Gripas

Publicidade

Dois grupos distintos de funcionários do FBI entraram com processos contra o Departamento de Justiça (DOJ, em inglês) dos EUA nesta terça-feira (4), tentando proteger as identidades desses agentes e de outros que investigaram apoiadores de Donald Trump por invadirem o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.

Participantes do ataque que foram perdoados por Trump em seu primeiro dia na Presidência têm usado as redes sociais para identificar os promotores e agentes que trabalharam em seus casos. Trump perdoou cerca de 1.500 apoiadores horas depois de assumir o cargo em 20 de janeiro.

As duas ações judiciais contra o Departamento de Justiça foram movidas antes do prazo das 15h imposto pelo vice-procurador-geral interino Emil Bove para que a liderança do FBI entregasse uma lista de todos os funcionários da agência que ajudaram na investigação de 6 de janeiro.

O diretor interino do FBI, Brian Driscoll, disse à equipe que a lista incluiria milhares de funcionários, inclusive ele próprio.

Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que o FBI entregou a lista com os envolvidos nos casos de 6 de janeiro pelo número de identificação do funcionário, e não pelo nome. Não ficou claro o que o Departamento de Justiça planejava fazer com ela, e um porta-voz do DOJ não respondeu a um pedido de comentário em um primeiro momento.

No primeiro processo coletivo, um grupo de funcionários anônimos do FBI disse que o Departamento de Justiça está tentando identificar agentes para demiti-los ou puni-los de outra maneira.

Continua depois da publicidade

“Os autores da ação temem com razoabilidade que toda ou parte dessa lista possa ser publicada por aliados do presidente Trump, colocando eles e suas famílias em perigo imediato de retaliação por parte dos criminosos condenados, agora perdoados e em liberdade desde 6 de janeiro”, diz o processo.

A segunda ação, movida pela Associação de Agentes do FBI, também pediu ao tribunal que proteja as identidades dos funcionários.