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WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve interromper nesta terça-feira (04) o envolvimento dos EUA com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e manter a suspensão do financiamento da agência de assistência palestina da ONU, UNRWA, disse uma autoridade da Casa Branca na segunda-feira.
A medida coincide com uma visita a Washington do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que há muito tempo critica a UNRWA, acusando a agência de incitação anti-Israel e seus funcionários de estarem “envolvidos em atividades terroristas contra Israel”.
Um porta-voz da UNRWA se recusou a comentar sobre uma ordem que ainda não foi emitida, descrevendo a situação financeira da agência como já “muito, muito ruim”.
O porta-voz interino do Conselho de Direitos Humanos da ONU Pascal Sim disse que não tinha conhecimento de nenhuma comunicação de Washington, mas que não existia nenhum processo formal, já que os EUA não são atualmente um membro votante.
Durante o primeiro mandato de Trump, de 2017 a 2021, ele também cortou o financiamento da UNRWA, questionando seu valor, dizendo que os palestinos precisavam concordar em renovar as negociações de paz com Israel e pedindo reformas não especificadas.
O primeiro governo Trump também deixou o Conselho de Direitos Humanos, composto por 47 membros, na metade de um mandato de três anos, devido ao que chamou de preconceito crônico contra Israel e falta de reformas. Atualmente, os EUA não são membros do órgão sediado em Genebra. Sob o comando do ex-presidente democrata Joe Biden, os EUA foram reeleitos e cumpriram um mandato de 2022-2024.
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O enviado de Biden ao conselho já havia pedido a Trump que permanecesse ativo, em parte para combater a influência “perigosa” da China.
Um grupo de trabalho do Conselho de Direitos Humanos deve analisar o histórico de direitos humanos dos EUA neste ano, um processo pelo qual todos os países passam a cada poucos anos. Embora o conselho não tenha poder legalmente vinculante, seus debates têm peso político e as críticas podem aumentar a pressão global sobre os governos para que mudem de rumo.
Desde que assumiu o segundo mandato em 20 de janeiro, Trump ordenou que os EUA se retirassem da Organização Mundial da Saúde e do acordo climático de Paris — medidas que ele também tomou durante seu primeiro mandato.