Dólar tem queda acentuada após notícia do WSJ sobre tarifas de Trump

“Os mercados estão soltando um suspiro coletivo de alívio ao perceber que Trump não começará sua presidência com tarifas agressivas que poderiam agitar os mercados mais uma vez”, diz analista

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O dólar teve uma queda acentuada após uma notícia de que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, iria se abster de implementar tarifas agressivas imediatamente após sua posse.

Um índice da Bloomberg que mede o desempenho do dólar ampliou as perdas para quase 1% após o Wall Street Journal noticiar que Trump não vai impor novas tarifas em seu primeiro dia no cargo. O índice estava a caminho de registrar sua maior perda diária desde agosto.

Todas as moedas do Grupo dos Dez (G-10) se valorizaram, com a liquidez reduzida devido a um feriado nos EUA, o que agravou os movimentos do mercado. O euro avançou 1,3%, para US$ 1,0405, sua maior alta diária desde novembro de 2023. O dólar canadense, considerado altamente exposto a tarifas dos EUA, subiu 1,2%. As moedas da Nova Zelândia e da Austrália — frequentemente vistas como proxies para o sentimento de risco — também se valorizaram.

“Os mercados estão soltando um suspiro coletivo de alívio ao perceber que Trump não começará sua presidência com tarifas agressivas que poderiam agitar os mercados mais uma vez”, disse Valentin Marinov, chefe da estratégia de câmbio do G-10 no Credit Agricole CIB. “As posições longas em dólares, que estavam superlotadas, foram esmagadas.”

Os movimentos ocorrem após traders de moedas especulativas aumentarem suas apostas otimistas no dólar para os níveis mais altos desde 2019, de acordo com os dados mais recentes da Commodity Futures Trading Commission. Apostar em um dólar mais forte se tornou uma das operações preferidas do mercado após a vitória eleitoral de Trump, aumentando o risco de grandes oscilações no mercado caso essas posições sejam desfeitas.

A ligação de Trump na sexta-feira com o presidente da China, Xi Jinping, já ajudou a aliviar as preocupações sobre as tensões comerciais entre as duas nações, aumentando a demanda por risco.

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“Os mercados parecem ter altas expectativas em relação aos anúncios de políticas esta semana. O risco é que o presidente Trump não consiga cumprir suas grandes promessas, proporcionando mais alívio aos mercados”, disse Carol Kong, estrategista do Commonwealth Bank of Australia.

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